Passadas exactamente 2 semanas da
atribuição dos Óscares da academia
aqui fica a minha opinião sobre a edição 89
da cerimónia.
É uma verdade que não vi ainda
todos os filmes envolvidos (não é fácil ver todos e esta publicação até foi
atrasada precisamente por esse motivo), tal como o ano passado não vou comentar
as categorias de documentários; animação; banda sonora/música e filmes
estrangeiros porque vi pouquíssimos filmes destas mesmas categorias.
Nas categorias técnicas Hacksaw Rigde (o filme que mais gostei
entre os nomeados) arrebatou os Óscares de melhor Montagem e melhor Mistura de
Som com toda a justiça, enquanto também aqui La La Land (o filme com mais nomeações) adiantou-se logo à concorrência
também com 2 Óscares (Cinematografia
e Direcção Artística) na minha
opinião também ambos justos se bem que Lion
seria porventura também um justo vencedor na melhor Cinematografia. Justíssimo também foi a atribuição do Óscar de
melhor Edição de Som a Arrival no que seria o seu único prémio
da noite, juntamente com Hacksaw Rigde
a dominarem a parte “sonora” dos Óscares
técnicos e sem dúvida os dois filmes com um trabalho de excelência nesta
área. Foi com alguma surpresa e até uma ligeira indignação The Jungle Book ganhar o galardão de melhores Efeitos Especiais quando para mim os claros favoritos seriam Doctor Strange e Deepwater Horizon. No melhor Guarda
Roupa a vitória foi para FantasticBeasts and Where to Find Them e na Melhor
Maquilhagem para Suicide Squad
(penso eu que pelo emblemático trabalho na personagem Killer Croc).
Nos argumentos ganharam para mim
dois filmes bastante decepcionantes como já tinha referido antes são eles Moonlight (Adaptado) e Manchester bythe Sea (Original) e se os
argumentos originais são um bem raríssimo por estes dias em Hollywood como já foi por inúmeras vezes
esmiuçado aqui no Blog, nos argumentos
adaptados acho que Fences ou Arrival seriam os mais dignos
vencedores, saliento ainda que um filme como Nocturnal Animals fica de fora das nomeações nesta categoria,
escandaloso no mínimo.
Chegamos pois aos Óscares
principais e aqui sim começa a notar-se as politiquices Hollywoodescas e a já famosa doutrina da compensação da Academia. À falta de nomeações e por
sua vez vencedores Afro-Americanos
em 2016 este ano foi uma verdadeira “chuva” de nomeações quer em actores quer
em filmes de algum modo relacionados com a comunidade Afro-Americana, uns muito justamente outros apenas a aproveitar a
vaga certa como é óbvio. Para ironia das ironias é Casey Affleck que ganha o Óscar para melhor actor em vez de Denzel
Washington numa das maiores injustiças de sempre na minha opinião na
entrega de estatuetas. Denzel Washington
é bem provável que seja o melhor actor Afro-Americano
de sempre e faz para mim o melhor papel da sua carreira ainda assim
insuficiente para a Academia, inacreditável. Nos Papéis Secundários Viola Davies a vencer finalmente com Fences a concorrência forte de Octavia Spencer em Hidden Figures a contrapor com a estapafúrdia a nomeação de Nicole Kidman em Lion, se há filme em que a interpretação de Nicole Kidman deixa bastante a desejar é precisamente neste filme.
No actor secundário a vitória conseguida por Mahershala Ali em Moonlight contra uma concorrência de prestígio
(Dev Patel/Lion, Jeff Bridges/Hell or High Water e Michael Shannon/Nocturnal Animals).
No sempre muito aguardado Óscar
de melhor actriz em que Meryl Streep parece já ter um lugar vitalício,
Emma Stone a levar a estatueta para
casa e se a sua performance é muito melhor que Ruth Negga em Loving, já
os papéis de Isabelle Huppert em Elle ou Natalie Portman em Jackie
tem um nível de dificuldade bastante superior ao de Emma Stone.
Na realização vitória para o grande favorito Damien Chazelle com o seu La
La Land e no momento mais aguardado da noite um volte face de repercussões mundiais,
um verdadeiro momento histórico e a todos os níveis invulgar, é anunciado La La Land como vencedor e quando já o
terceiro produtor do filme fazia o
discurso de agradecimento descobre-se
que houve um engano e afinal o vencedor é Moonlight,
destaque para a intocável postura de fair-play dos produtores de La La Land neste momento insólito e
tudo por causa do envelope trocado como
poucos momentos mais tarde se percebeu. Sinceramente acho que foi um “bom” engano
pois La La Land merecia mesmo na
minha opinião o Óscar de melhor filme
pois o que parece ser um romance banal “embrulhado” num musical tem afinal mais densidade do que isso. Uma nota de rodapé
para as inevitáveis “farpas” do anfitrião Jimmy
Kimmel para Donald Trump durante
toda a noite juntamente com algumas indirectas num ou noutro discurso de
agradecimento.
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