quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Free Guy (2021)

Após uma incessante e frenética campanha publicitária, foi a 13 de agosto que ‘Free Guy’ chegou finalmente aos cinemas, e foi de facto uma espécie de “hit de verão. A história de ‘Free Guy’ não é de todo uma novidade, ela pode ser facilmente reconhecida nem que seja parcialmente em filmes como, ‘The Truman Show’, ‘Ready Player One, ‘Serenity’ ou mesmo ‘The Nines’ curiosamente também ele com Ryan Reynolds como protagonista, digamos que o paradigma do filme dentro de um jogo de vídeo em que alguém não sabe ou só tardiamente descobre que afinal não passa de uma personagem virtual não é por esta altura nenhuma novidade e já entra mesmo no domínio da saturação. Para além dos problemas de concepção ‘Free Guy’ tem também outros problemas como a falta de densidade da grande maioria dos personagens pois à excepção de Guy/Ryan Reynolds são verdadeiros clichés ambulantes, o que porventura até faria sentido no início do filme se algures mais tarde eles evoluíssem para algo diferente. ‘Free Guy’ encaixa certamente no critério de “filme divertido de verão” e é verdade que cumpre a sua função de entretenimento mas pouco mais. Mais uma vez tenho de reconhecer o excelente trabalho da equipa de C.G.I. juntamente com a prestação de Reynolds, sem duvida os dois pontos mais positivos de ‘Free Guy’.    

6/10

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Rick and Morty - Season 5 (2021)

Depois de quatro temporadas muito bem-sucedidas a dupla ‘Rick and Morty’ está de volta com a sua quinta temporada. A longevidade parece ser a palavra-chave, ao contrário das emblemáticas séries ‘Simpsons’ e ‘Family Guy’ o modelo de ‘Rick and Morty’ parece assentar na premissa que a criatividade não deve ser “poupada” para futuras temporadas mas sim apresentar cada episódio como fosse o ultimo, e talvez seja essa a razão pela qual a série consegue manter uma assinalável consistência ao longo das quatro primeiras temporadas, para ser totalmente justo, a notória quebra de qualidade nas outras séries que referi só se veio a verificar quando os “limites da longevidade” começaram realmente a ser testados. Dito isto devo realçar que nesta Season 5 de ‘Rick and Morty’ já se notou embora a espaços alguma perda de qualidade, se é verdade que contem vários episódios completamente alucinantes que trasbordam criatividade e loucura, também existem outros que estão uns furos abaixo do que a série nos tem habituado. Espero que os genais produtores de ‘Rick and Morty’ compreendam que nem eles têm criatividade infinita e não encaminhem a série para uma longa e tortuosa morte lenta em que a cada episódio a qualidade decresça. 

7.5/10

[Trailer] 

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

LLNN - Unmaker (2021)

São uma estreia absoluta aqui no Blog, falo dos Dinamarqueses LLNN a propósito do seu novíssimo álbum ‘Unmaker’, o seu terceiro de originais. Catalogados quiçá erroneamente como uma banda de Post-Metal, os LLNN comprovam e de que maneira que o peso nem sempre é sinónimo de velocidade. ‘Unmaker’ mostra-nos uns LLNN noutro nível de maturidade e com objectivos bem definidos, as faixas sucedem-se mostrando uma pausada, visceral, temerária e monolítica onda de Sludge Industrial com pontuais infusões de Noise e Post-Metal, um verdadeiro tsunami de imponentes, sólidos e austeros riffs. ‘Unmaker’ não é certamente um álbum de fácil digestão, só com repetidas audições se consegue absorver toda a extraordinária dinâmica que ele contempla. Faixas como ‘Desecrator’, ‘Scion’ ou ‘Forger’ são um autêntico murro no estômago mostrando todo o avassalador poderio energético dos LLNN em contraciclo com outras faixas onde a abordagem mais virada para o Post-Metal nos prepara para nova onda de elevada intensidade. 

8/10

[Sample] 

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

The Grand Budapest Hotel (2014)

Com um elenco verdadeiramente de luxo onde prefiguram nomes como, Ralph Fiennes, Adrien Brody, Willem Dafoe, Jeff Goldblum, Harvey Keitel, Jude Law, Bill Murray, Edward Norton, Jason Schwartzman e Tilda Swinton entre outros ‘The Grand Budapest Hotel’ foi sem dúvida um dos mais emblemáticos filmes de 2014 arrecadando mesmo quatro Óscares da Academia das suas nove nomeações. Da já longa carreira do inconfundível Wes Anderson não será exagero dizer que ‘The Grand Budapest Hotel’ será porventura o seu mais consagrado filme, e são várias as razões que suportam esta afirmação. Em ‘The Grand Budapest HotelWes Anderson transporta-nos para a história, contada em “segunda mão” por um jovem escritor (Jude Law), de um imponente Hotel que apesar do seu estado obsoleto e retrograda noutros tempos tinha tido um assinalável prestigio. Nessa altura o elegante, meticuloso e formal concierge M. Gustave/Ralph Fiennes e o seu mais acarinhado bell boy Zero Moustafa/Tony Revolori acabam por se envolver numa verdadeira catapulta de insólitas peripécias provocadas por um estranho testamento perdido. ‘The Grand Budapest Hotel’ mostra-nos a visão de Anderson de um mundo muito colorido onde o humor negro encaixa com o drama momentâneo e onde a cinematografia faz sobressair uma espécie de claustrofobia repleta de movimento e de rápido diálogo. O destaque principal do filme tem obrigatoriamente de ir para o seu argumento mas não podia deixar de referir o fantástico papel de Fiennes como o educado mestre do detalhe M. Gustave.

8/10

[Trailer] 

domingo, 19 de setembro de 2021

Beauty and the Beast (2017)

Foi precisamente com ‘Beauty and the Beast’ que a Disney começou uma longa maratona de remakes das suas histórias clássicas, histórias essas que fizeram bastante sucesso em filmes de animação recontadas agora nos chamados filmes “live Action”. ‘Beauty and the Beast’ é sem duvida uma das mais famosas histórias clássicas da Disney no entanto ela já foi contada no filme de animação com o mesmo nome em 1991, sendo que a pergunta obrigatória é: qual o sentido deste remake?! Ora eu penso que a resposta é demasiado óbvia, os motivos são inteiramente financeiros. Em termos de CGI ‘Beauty and the Beast’ até tinha uma fasquia nada fácil de ultrapassar, pois a equipa responsável pelos efeitos visuais estava incumbida de “dar vida” aos mais variadíssimos objectos, desde guarda-vestidos, pianos e candelabros e posso dizer que neste aspecto o trabalho realizado foi de facto distinto, já nas outras vertentes da sétima arte ‘Beauty and the Beast’ deixa bastante a desejar, a escolha de Emma Watson para o papel de Belle parece-me acertada mas nem por isso resultou particularmente e o mesmo se pode afirmar Dan Stevens (que brilhou como David Haller na série Legion) no papel de Beast. ‘Beauty and the Beast’ acaba por ser um musical demasiado aborrecido, completamente previsível e que não acrescenta rigorosamente nada à história que já todos conhecemos. 

6/10