domingo, 15 de dezembro de 2024

Arcane: League of Legends - Season 2 (2024)

Três anos depois chega finalmente a tão aguardada segunda temporada de ‘Arcane: League of Legends’. Bom, se a primeira temporada de ‘Arcane: League of Legends’ tinha deixado água na boca esta segunda temporada sobe o nível e de que maneira, o adjectivo que talvez seja mais apropriado para a descrever é arrebatador. ‘Arcane: League of LegendsSeason 2 é muito provavelmente a melhor série de 2024 e nem sequer estou a considerar apenas séries de animação, a história que já vinha em crescendo na primeira temporada entra agora em níveis de complexidade verdadeiramente desafiantes e a acção atinge um grau de intensidade que nos deixa a pensar que a Season 1 afinal foi só um “aperitivo”. Em consonância com o argumento também todos os personagens principais sem excepção sofrem uma notável evolução nesta segunda temporada além de um maior destaque cedido a personagens mais secundários como Singed, Ambessa, Mel Medarda, Ekko ou Vander. Uma última nota para não só para a excelência da animação como para as formidáveis montagens sempre acompanhadas pela atmosfera steampunk e por uma banda sonora bastante assertiva. Mesmo para quem desconhece por completo o videojogo (como é o meu caso), ‘Arcane: League of Legends’ é uma série imperdível que aparentemente termina nesta Season 2 mas o seu sucesso pode quiçá “obrigar” a uma improvável e completamente imprevisível terceira temporada.

9/10

[Trailer]

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

X-Men 97 - Season 1 (2024)

Se em termos de “live action” a Marvel tem estado uns bons passos à frente em relação à DC Comics, mesmo que relativamente à qualidade dos filmes isso seja bastante discutível mas acerca do projecto isso parece-me inegável, no que diz respeito à vertente de animação a situação é exactamente a inversa. A DC Comics tem apresentado um consistente e bem elaborado plano com mais de vinte filmes, a grande maioria deles com um nível substancialmente competente, pois bem a Marvel parece quer agora acompanhar o passo. ‘X-Men '97’ não é um remake mas sim uma recuperação da prestigiada série de animação que começou no longínquo ano de 1992 e terminou precisamente em 1997 e teve na altura um total de 5 temporadas. Além de uma substancial melhoria na parte gráfica ‘X-Men '97’ contem uma bem estruturada cadência entre acção e desenvolvimento da história com um respeito pela matriz literária original de fazer inveja aos filme “live action” “made in” MCU, ainda para mais tendo em conta que a série é baseada numa altura particulmente cativante da BD X-Men. Outra evolução de ‘X-Men '97’ relativamente à série de 1997 é o público-alvo, pois é evidente uma tentativa (bem conseguida) de tornar a animação mais madura e sóbria com o intuito claro de conquistar o interesse de espectadores de outras idades, outro factor em que a animação se supera comparativamente ao “live action”. Já com mais duas temporadas asseguradas ‘X-Men '97’ tem tudo não só para ser uma série de animação de referência como assegurar um ponto de viragem no investimento em animação por parte da Marvel.

8/10 

[Trailer]

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

An Axis Of Perdition - Apertures (2024)

É certamente uma das últimas propostas musicais de 2014, falo do quinto álbum de originais dos Britânicos An Axis Of Perdition intitulado ‘Apertures’. Tem sido uma carreira algo conturbada a dos An Axis Of Perdition, depois de um início fulgurante com quatro álbuns em oito anos culminando no fantástico ‘Tenements (Of The Anointed Flesh)‘ em 2011 a banda teve um estranho e inesperado apagão com apenas um lançamento em treze anos, o EP  Effluvia’ (um EP com apenas três faixas, temas já antigos que a banda regravou). Treze anos depois e com uma ligeira alteração de nome (The Axis Of Perdition para An Axis Of Perdition) e a banda regressa finalmente com um novo trabalho de originais. É sem dúvida interessante o espectro musical em que os An Axis Of Perdition se encaixam, uma equilibrada e curiosa amálgama sonora algures entre o Industrial Black Metal/Ambient Black Metal e o Avant-Garde Black Metal. Se a  banda consegue absorver a fluidez do  Black Metal Industrial  de bandas como December Wolves, Havoc Unit ou Dodheimsgard consegue também permutar alguma dessa agressividade inumana por um contributo ambiental bastante envolvente. Falando mais especificamente de ‘Apertures’, apesar de algumas tendências um tanto ou quanto erráticas tais como o exagero de entradas (metade do álbum para ser mais conciso) e uma toada demasiado indistinta entre os temas talvez exposta por um vazio de alternâncias de velocidade, o álbum mostra uns An Axis Of Perdition confortáveis quer na sua capacidade de composição quer na sua orientação sonora. Destaque para as faixas ‘Metempsychosis’ e ‘Chant Of The Worshipful Prey’.  

7.5/10 

[Sample]

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Coilguns - Odd Love (2024)

Outro regresso, este talvez algo inesperado é o do trio Suíço Coilguns com o seu quarto álbum de originais ‘Odd Love’. Cinco anos é o que tempo que separa ‘Watchwinders’ deste ‘Odd Love’ e o que mudou na sonoridade da banda não é assim tão pouco como parece. ‘Odd Love’ não é necessariamente um álbum insatisfatório mas também não se destaca, um álbum um tanto ou quanto insonso diria eu. Os Coilguns destacaram-se bastante precocemente pela sua capacidade de vertigem inesperada, raiva e frenesim numa duplicidade entre Mathcore e Noise Rock onde outros subgéneros tais como o Sludge e o Hardcore tinham a sua demarcada importância, todavia ‘Odd Love’ exibe uns Coilguns com uma abordagem mais Post-Metal e uma premeditada suavização sonora. É notória a redução de certas influências em prol de outras num resultado final algo insípido, temas como ‘Venetian Blinds’ ou ‘The Wind To Wash The Pain’ poderiam perfeitamente ter sido compostos por qualquer banda genérica de Indie Rock tal não é banalidade dos riffs que as integram. Outra dos contrariedades de ‘Odd Love’ são as vocalizações demasiado límpidas e agudas (para o contexto musical em questão), muitas vezes a fazer lembrar bandas como Muse ou Imagine Dragons. Em suma, não é que ‘Odd Love’ seja um álbum medíocre e alguns temas como ‘Bandwagoning’ ou ‘Bunker Vaults’ fazem lembrar tempos mais assertivos da banda contudo o exagero de subgéneros e influências sonoras está claramente a prejudicar a direcção musical da banda, uma direcção que aparentemente fora perfeitamente nítida numa fase inicial da banda mas que agora está completamente desorientada algures entre o Mathcore/Noise Rock/Post-Metal/Sludge/Hardcore/Post-Hardcore/Indie Rock e talvez outros mais difíceis de identificar.  

7/10

[Sample]