domingo, 8 de junho de 2025

Machine Head - Unatøned (2025)

Para haver desilusão tem forçosamente de existir uma ilusão prévia e é por essa mesma razão que posso desde já antecipar que ‘Unatøned’ não será a desilusão de 2025 para o Espelho Distópico. Apesar da notória melhoria de ‘Øf Kingdøm And Crøwn’ em comparação com o seu antecessor ‘Catharsis’ eu já há muito tempo que perdi a esperança relativamente ao “caminho” musical tomado por Robb Flynn e os seus Machine Head. As péssimas reviews acerca de ‘Unatøned’ têm proliferado por essa internet fora e Robb Flynn aparentemente não teve poder de encaixe, tanto é que respondeu directamente à review da Metal Forces Magazine. Bom a minha humilde opinião vale o que vale mas dado que em tempos os Machine Head foram das bandas que mais apreciava acho que tenho algum crédito para por mais sal na ferida. A verdade é que os Machine Head não concebem um álbum acima de satisfatório desde ‘The Blackening’ em 2007 e ‘Catharsis’ e este ‘Unatøned’ roçam mesmo o medíocre e a culpa de tudo isto assenta quase totalmente em cima do Sr. Robb Flynn. Ninguém tem acusado Flynn de falta de empenho ou falta de atitude não me parece sinceramente que o problema se concentre aí, o grande erro de Flynn a meu ver tem sido a gestão dos recursos humanos da banda pois desde uns anos a esta parte tem sido uma verdadeira porta giratória de elementos, elementos esses que mal entram na banda já sabem que estão a prazo, ora tudo isto converge numa falta de personalidade musical aliada a uma nítida falta de criatividade. ‘Unatøned’ é um álbum completamente genérico e asséptico, um álbum que ninguém se lembrará daqui a um par de anos e o resultado inevitável da falta de estabilidade da banda. Ao Sr. Robb Flynn fica o recado talvez a mudança do foco para uma reconstrução ponderada da banda, com elementos que tenham algo de novo para dar e se identifiquem com a mística dos Machine Head ou mesmo “desligar a tomada” e dar por terminada a carreira da banda seja mais produtivo do que perder tempo a reagir a críticas. 

5/10 


sábado, 31 de maio de 2025

Captain America: Brave New World (2025)

É o penúltimo filme da chamada fase cinco do MCU, trata-se de ‘Captain America: Brave New World’. ‘Captain America: Brave New World’ é o quarto filme sobre o icónico personagem da Marvel Comics e o primeiro depois de Steve Rogers abandonar a função. Como tantos outros ‘Captain America: Brave New World’ percorre uma cheklist de falhas análogas a praticamente todos os filmes com o crivo MCU, aliás fazer reviews sobre este género específico de filmes tem-se verificado cada vez mais entediante. Os personagens sem carisma, as desinspiradas interpretações os argumentos aborrecidos e previsíveis e uma falta de autenticidade generalizada são os trademarks clássicos deste subgénero cinematográfico e em ‘Captain America: Brave New World’ será fácil identificarmo-los todos. Penso que a breve trecho a tecnologia vai fechar o círculo e a AI ficará responsável pela concepção e execução de filmes desta categoria. Um dos poucos focos de interesse do filme acaba por ser a participação de Harrison Ford interpretando não só o Presidente Thaddeus Ross como o Red Hulk (uma variação esmeralda do nosso conhecido monstro verde). Um final de carreira penoso para uma figura lendária como Harrison Ford, o homem que imortalizou Han Solo em ‘Star Wars’ e o arqueólogo mais famoso do mundo em ‘Indiana Jones’, vê-se agora relegado para uma espécie de co-protagonista no franchise que ele próprio ergueu (‘Indiana Jones and the Dial of Destiny’) e disponibilizar um rosto para um monstro totalmente gerado por C.G.I.

 5/10


quinta-feira, 29 de maio de 2025

Anora (2024)

Ganhou cinco Óscares da Academia e a palma de ouro de Cannes, falo de ‘Anora’, o filme sensação de 2024. A primeira questão que me ocorre é se todo o hype acerca de ‘Anora’ é justificado?! A resposta é um rotundo não. Tal como ‘The Substance’ o hype gerado em torno de ‘Anora’ apenas se compreende pela fraquíssima qualidade da concorrência. Impendentemente do meu gosto pessoal os últimos Óscares de melhor filme têm dado primazia à originalidade, característica que nem se constata neste caso específico, a história de ‘Anora’ não passa de uma espécie de adaptação moderna de ‘Pretty Woman’. Ani/Mikey Madison, uma Stripper/Prostituta é contratada por Ivan/Mark Eydelshteyn (filho de um poderoso oligarca Russo), a paixão entre os dois vai-se intensificado e o que começou por ser um simples “serviço prestado” transforma-se num precipitado casamento. Quem não fica de todo contente com esta notícia são os pais de Ivan que rapidamente se deslocam da Rússia para os Estados Unidos com a vincada intenção de cancelar este casamento. Ora na comparação com o velhinho ‘Pretty Woman’ ‘Anora’ perde em praticamente toda a linha, quer seja pela qualidade das personagens e respectivas interpretações que seja pela falta de objectividade da segunda metade do filme, a certo ponto dá a sensação que nem o próprio Sean Baker/Argumentista e Realizador sabe muito bem que rumo deve dar à parte final do filme. Talvez os esporádicos e disfarçados segmentos cómicos sejam mesmo a única vertente em que ‘Anora’ leva a melhor sobre o clássico de Richard Gere e Julia Roberts.

6.5/10

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Dune: Prophecy - Season 1 (2024)

Apenas alguns meses depois de ‘Dune: Part Two’ o regresso ao fantástico universo criado pelo escritor Frank Herbert com a série ‘Dune: Prophecy’ pela mão da HBO. Os acontecimentos de ‘Dune: Prophecy’ acontecem dez mil anos antes de ‘Dune: Part One’ e centram-se na origem da ordem feminina Gene Besserit. Depois de uma épica batalha contra máquinas com inteligência artificial a humanidade viu-se forçada a proibir qualquer tipo de máquina inteligente e virar-se para a evolução da própria espécie, uma das consequências foi a eclosão das Gene Besserit, uma ordem constituída por jovens alunas que vão aprendendo poderes sobre-humanos e que mais tarde são indicadas como conselheiras de todas as grandes famílias. O selo HBO é aos dias de hoje uma garantia de qualidade cometográfica e ‘Dune: Prophecy’ não é excepção, a série exibe um registo artístico muito semelhante ao dos dois filmes. A história de ‘Dune: Prophecy’ começa numa cadência lenta mas vai ganhando impulso com a aproximação do final da temporada, uma narrativa prolífica em conspiração, traição, política e vingança como se um ‘Game Of Thrones’ estelar se tratasse. Um último destaque vai para a qualidade geral dos personagens e respectivos actores onde se evidenciam de forma particular Emily Watson/Valya Harkonnen, Olivia Williams/Tula Harkonnen (duas irmãs que cada uma à sua maneira comandam o destino da ordem Gene Besserit) e Travis Fimmel/Desmond Hart (um misterioso soldado que aparentemente sobreviveu depois de ser engolido por um ‘verme de areia’ em Arrakis), relembro que Fimmel tornou-se num actor de referência depois de brilhar ao mais alto nível nas séries ‘Vikings’ e ‘Raised By Wolves’. 

7.5/10

[Trailer] 


sexta-feira, 2 de maio de 2025

Black Mirror - Season 7 (2025)

Depois da grande desilusão que foi a Season 6 a icónica série ‘Black Mirror’ regressa após dois anos com uma nova temporada. Se o objectivo era limpar a má imagem deixada pela temporada anterior com episódios a roçar o ridículo ou outros que fugiram completamente da linha condutora da série os meus parabéns à produção, é caso para dizer que ‘Black Mirror’ está efectivamente de volta. Os dilemas morais estão de regresso e cada vez mais aproximados da realidade. O futuro próximo que a série tanta vez nos antecipou está bem perto. Dos seis episódios da temporada o meu destaque vai para os dois últimos (Eulogy e USS Callister: Into Infinity). Eulogy conta com a surpreendente participação do conceituado Paul Giamatti/Philip como protagonista, um episódio onde o drama está em evidência aproveitando da melhor forma a excelência da capacidade de interpretação de Giamatti. Já USS Callister: Into Infinity é a conclusão do primeiro episódio da quarta temporada da série (USS Callister), uma novidade em ‘Black Mirror’. USS Callister: Into Infinity continua a formidável narrativa criada e fecha o ciclo desta incrível história, destaque para as participações de Cristin Milioti/Nanette Cole, Jimmi Simpson/Walton e Jesse Plemons/Robert Daly, um final de temporada perfeito para um impactante regresso. 

7.5/10 

[Trailer]


quarta-feira, 23 de abril de 2025

Daredevil: Born Again - Season 1 (2025)

Foi de forma algo abrupta e condenável embora um tanto ou quanto previsível (dado o modos operandi da gigante Netflix) que a série ‘Daredevil’ foi descontinuada após três temporadas apesar do seu inegável sucesso. Ora cinco anos mais tarde e pela mão da Disney o personagem Daredevil é revisitado através da nova série ‘Daredevil: Born Again’. Confesso que foi com muita desconfiança e com baixas expectativas que comecei a ver a série apesar da minha admiração pela personagem e pela série precedente e o motivo é simples e tem um nome, Disney. Ora a Disney é a responsável pelo chamado MCU e pela correspondente torrente de filmes de super-heróis quase todos eles com qualidade medíocre, o meu receio é que a mudança de produção tivesse um efeito altamente negativo na qualidade do franchise Daredevil. Agora depois de já ter visto ‘Daredevil: Born Again’ posso dizer de forma assertiva que o meu receio não se concretizou. ‘Daredevil: Born Again’ além de manter todos os actores principais mantem também o ambiente e a qualidade do argumento de ‘Daredevil’. A narrativa continua a história que tinha ficado em suspenso em ‘Daredevil’ e além dos nossos conhecidos protagonistas Matt Murdock, Wilson Fisk, Frank Castle, Benjamin 'Dex' Poindexter etc. aparecem novos e impactantes personagens como Bastian/Muse, Heather Glenn ou Hector Ayala/White Tiger. ‘Daredevil: Born Again’ é um justificado e inevitável regresso.

7.5/10

[Trailer]