domingo, 30 de setembro de 2018

Mandy (2018)


Mandy é o novo filme de terror protagonizado pelo mal-amado Nicholas Cage. Cage parece ser o tipo de actor que por estes dias já nem lê os guiões previamente, aceita os papéis completamente “às escuras”, deixando-me sempre na defensiva acerca da qualidade dos filmes onde participa. Mandy no entanto veio a provar-se não ser um desses casos, pois o filme é surpreendentemente refrescante até para quem não aprecia particularmente filmes de terror como é o meu caso. O argumento é bastante simples e directo, a história não é mais do que uma vingança pessoal, o brilhantismo de Mandy não se encontra aí mas sim na sua realização, a parte visual é sublime, carregada de cores e de sobreposições, como se estivéssemos permanentemente sob o efeito de uma alucinogénio, a banda sonora densa e carregada também contribui para o sucesso desta verdadeira homenagem aos filmes de terror dos anos 70/80 muito no seguimento do que feito Rob Zombie. Merecem também um destaque positivo, a razoável prestação de Nicholas Cage, a diversidade de personagens marcantes e a referência subtil aos incontornáveis Celtic Frost. Destaco como principal ponto negativo o excesso de “gore” na parte final do filme, claramente um exagero desnecessário. 

7/10

sábado, 29 de setembro de 2018

Jurassic World: Fallen Kingdom (2018)

Mais um exemplo perfeito sobre usar uma fórmula para fazer dinheiro até à exaustão é “Jurassic World: Fallen Kingdom” posso confessar aqui que nunca me cativou particularmente o franchise “Jurassic” nem mesmo o original de Steven Spielberg, é no entanto, fácil de perceber que estes dois filmes mais recentes são nada mais do que uma solução fácil para o deserto de ideias que paira em Hollywood. “Jurassic World: Fallen Kingdom” não tem praticamente nada positivo que realçar, a história é trivial e ridiculamente inconsistente. A acção do filme desenrola-se numa toada desinteressante e completamente previsível, nenhum dos personagens tem o mínimo de carisma ou qualquer credibilidade nem que fosse apenas aparente, e não se reconhece qualquer cunho ou visão pessoal por parte do realizador. Para concluir, destacar pela negativa a prestação de Chris Pratt e Bryce Dallas Howard que mais uma vez demonstraram ser actores fraquíssimos pois não conseguiram extrair o que quer que fosse das já fracas personagens que interpretaram.

5/10

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Ocean's 8 (2018)


Estou, também eu, seriamente a pensar fazer uma espécie de fórmula para posts acerca de cinema, pois tenho quase sempre de usar os mesmos argumentos, mas o cinema Norte-Americano não me tem facilitado nada a tarefa. Depois de “Ocean’s 11”, “Ocean’s 12” e “Ocean’s 13” todos realizados pelo prestigiado Steven Soderbergh, chega agora “Ocean’s 8”, uma espécie de fusão entre o “universo” Ocean’s e o “Sex And The City” pois desta vez são elas as protagonistas, ficamos desde logo com duas ideias chave bem vincadas, uma total hipocrisia “made in Hollywood” onde o importante são as aparências, pois cai muito bem por esta altura um filme onde as mulheres sejam “as vedetas”, e também que este filme nada tem a ver com os seus antecessores e que o uso do nome Ocean’s não passa de uma vulgar e barata táctica de marketing. “Ocean’s 8” é um filme banal com uma história descredibilizada e displicente, onde reinam o previsível e o aborrecido e onde em momento algum do filme o espectador é surpreendido pelos tão habituais “twists” da trilogia que o antecede. Nem a inequívoca qualidade das actrizes que protagonizam o filme salva mais esta tragédia cinematográfica. 

5/10

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Crematory - Oblivion (2018)


Apesar de 2018 estar a ser um ano recheado de álbuns onde a qualidade é a palavra de ordem, costuma sempre haver excepções e para comprovar isso temos o novo álbum dos Crematory de seu nome “Oblivion”. A premonição de que o álbum presumivelmente iria ser péssimo começou ainda antes do seu lançamento oficial pois a banda decidiu com uma prepotência inacreditável fazer uma espécie de ultimato aos fãs pois se não deixassem de ser preguiçosos e não comprassem em massa “Oblivion” a banda ir por término à carreira. Bom, deixo uma pergunta no ar, será que a banda não tinha a noção da mediocridade de “Oblivion”? Foi tortuoso ter que ouvir “Oblivion” para efeitos desta crítica e apenas a fiz por respeito ao passado da banda. Riffs esbatidos e vulgares, teclados ridículos, simplórios e saloios, e umas vocalizações secundárias do mais pacóvio e retrógrada que pode haver. “Oblivion” é o verdadeiro festival de foleirice onde o pseudo Gothic Metal mais parece uma qualquer brejeirice da Pop. Em vez de ultimatos aos fãs, talvez o foco dos Crematory pudesse antes ter sido na composição num álbum digno desse nome.

3.5/10

    

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Mantar - Death By Burning (2014)


É já um hábito meu quando descubro uma banda fazer uma espécie de “contagem regressiva” do último álbum até ao primeiro, e foi precisamente assim que cheguei ao álbum de estreia dos MantarDeath By Burning” e depois das recentes criticas a “The Modern Art Of Setting Ablaze”, “The Spell” e “Ode To The Flame” aqui no blog justifica-se também explanar opiniões sobre o seu “primogénito”. “Death By Burning” é uma verdadeira bomba de poderoso impacto, é inacreditável como os Mantar, que são compostos apenas por 2 elementos conseguem produzir tais sonoridades, especialmente quando se presta atenção ao que por aí se produz onde até existem bandas ridículas a usarem duas baterias (imagine-se!). Outro tema em que os Mantar são peculiares é na dificuldade em catalogar o seu som, muito por causa da evolução que a banda tem alcançado a nível da composição, Sludge/Black/Punk/Doom/Stoner, são pelo menos estes os estilos com que já ouvi identificarem a banda, e não discordando no geral penso que “Death By Burning” em específico se categoriza por um Sludge/Stoner simples, cru, ameaçador e incendiário (o trocadilho com o nome do álbum é completamente não intencional). Não fossem as 2 últimas faixas roçarem tenuemente o enfadonho e “Death By Burning” mereceria até uma nota melhor. Musicas como “Spit”, “Swinging The Eclipse”, “The Huntsmen” e “The Stoning” são sem dúvida sublimes odes ao riff, um álbum de estreia memorável para esta dupla de respeito. 

8/10

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Herder - Fergean (2016)


Vulgarmente catalogados como uma banda de Stoner/Sludge parece-me que os Herder têm potencial para serem muito mais do que isso e o seu último álbum de originais “Fergean” que já remonta a 2016 é apenas e só mais uma prova disso. “Fergean” tem uma sonoridade muito interessante e bastante mutável, isso vai-se tornando óbvio enquanto se vai progredindo no álbum, se é bem verdade que os riffs sujos e ébrios do Sludge são uma constante (ainda que por vezes soem muito mais Stoner do que propriamente Sludge), por exemplo na faixa “Evasion Of Truth” é incontornável o “pormenor” do ritmo completamente tribal da bateria ou a fortíssima componente Southern (à boa maneira de Black Label Society) na música “Al Is Lost”. “Fergean” tem muito conteúdo para se descobrir conforme vai aumentado o número de audições, um álbum complexo e dinâmico que apresenta uma qualidade inquestionável, e que deixa um crescente entusiasmo para o próximo trabalho dos Herder

7.5/10