quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Nile - What Should Not Be Unearthed (2015)



E quando chegam os Nile a palavra “peso” ganha toda uma nova dimensão, nem bandas com 3 guitarras até já houve quem usa-se 2 baterias (imagine-se) lá chegam perto, porquê? Porque além do “peso” é preciso classe e técnica. É na minha opinião a melhor banda de Death Metal norte-americano da actualidade e é muito raro desiludirem os fans. Se “At The Gate Of Sethu” foi talvez um álbum aquém das espectativas, em 2015 os Nile voltam melhores do que nunca com este “What Should Not Be Unearthed”, ao ouvirmos a 1ª vez o álbum ficamos com a sensação que fomos atingidos por um rolo-compressor tal não é a violência do mesmo, mas há técnica, solidez, brutalidade, alma e a tradicional “presença” egípcia que quase sempre nos transporta para o mundo dos faraós, múmias e pirâmides a quando dos segundos iniciais de cada musica e que torna única esta banda. E quando ninguém parece ter a coragem de abordar o assunto “Estado Islâmico” aí estão os Nile a por o dedo na ferida, a mostrarem que estão cá para ficar, sólidos, muito sólidos e sem dogmas de qualquer tipo. Apesar de ainda estarmos em Outubro vou arriscar a dizer que What Should Not Be Unearthed” vai ser o melhor álbum de 2015.

8.5/10

sábado, 24 de outubro de 2015

Birdman: Or (The Unexpected Virtue of Ignorance) (2014)



Para começar no tópico de cinema, nada mais apropriado do que este “Birdman”, pela primeira vez em anos fiquei completamente de acordo com os Óscares atribuídos pela Academia, “Birdman” arrebatou 4 e todos mais do que justos. “Birdman” é muito mais que um simples filme, vai ser provavelmente o pico máximo da carreira do brilhante Alejandro González Iñárritu (que já tem vários filmes de qualidade da sua autoria). Um ressuscitado Michael Keaton, uns dos actores mais “underrated” da sua geração, sempre me pareceu um excelente actor mas faltaram-lhe, talvez, os filmes certos para o mostrar, desta vez puxa dos galões e arranca um papel genial e em que a história deste mistura-se bastante com a sua própria. O filme tem todos os ingredientes para se tornar uma obra-prima, diálogos intensos e soberbos, uma banda sonora intimista e perfeita para o filme, uma densa e satírica critica à sociedade em geral e a “Hollywood” em particular, e um punhado de grandes actuações não ao nível da de Michael keaton, mas muito boas ainda assim. E a prova (finalmente) que quando há um grande argumento não é necessário recorrer-se a um tema polémico (guerra, escravatura, homosexualidade etc.) para se conseguir o melhor filme do ano. 

9.5/10

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Os ET's, os recordes e a "estatistização" do futebol



A estupidificação do futebol começa aqui. Bom já desde há uns anos a esta parte que muito se ouve falar dos 2 ET’s (vulgo Cristiano Ronaldo e Messi) designação, não sei criada por quem, mas que parece ter o objectivo de reduzir mais de 100 anos de história de futebol e todas (e são muitas mesmo) as suas incidências, a uma espécie de “houve ai pessoal que deu uns toques na bola durante 100 anos” à espera pacientemente dos 2 messias, penso que isto é escandaloso senão mesmo ofensivo, porquê? Os factos são vários:

As estatísticas: Então mas estamos a falar de basebol ou futebol?

Os recordes: Já tenho enjoo de ouvir falar em recordes no futebol confesso…recordes interessam nos jogos olímpicos (natação, 100 metros, etc.) mas alguém se interessa por quantos hat-tricks fez o Messi em todas as quartas-feiras à noite ou quantos golos marcou o Ronaldo antes de almoço, parem lá com isso que já chega. Cantona, Ginola, Figo, Rui Costa, Zidane, Ronaldinho, Raúl, Sammer, R.Carlos, Pirlo, Suker, R. Baggio bateram quantos recordes alguém sabe?…Isso interessa para alguma coisa? São todos reconhecidos como génios do futebol ou não?

Mas já sei que lá vem o argumento dos 60 golos por época marcados por cada um, quanto a isso o que digo é que quem já vê futebol à uns anos consegue ver o desequilíbrio gigantesco que há na liga espanhola neste momento, os 2 gigantes espanhóis (Real Madrid e Barcelona) estão tão distantes quer em qualidade da equipa, orçamento, capacidade de investimento etc. que o feito do Atl. Madrid há 2 anos (vencer a liga) é de certeza irrepetível. Se ainda há 3/4 equipas (Sevilha, Valência, Atl. Madrid) que num dia bom conseguem-se bater contra os 2 colossos, já equipas como, Eibar, Elche, Granada, Las Palmas, Vallecano, Gijon (que quanto muito tem um orçamento similar ao do Sp. Braga) estão quase condenadas a sofrerem ai uns 30 golos nos 4 jogos contra Real e Barça, e nem vou falar na quantidade de penaltis e livres directos quase exclusivamente marcados pelos 2 jogadores. Pelo menos desde há 5 anos que muito dificilmente algum jogador da liga espanhola (excepto Real e Barça) entraria de caras para o onze destas 2, só para se ver a diferença de qualidade das equipas, chega-se ao cúmulo de por exemplo um Real Madrid Granada ficar 2-0 e a crítica dizer que o real teve um resultado aquém das expectativas, tal não é o hábito das goleadas.

E ainda há a história das bolas de ouro. Um trofeu que é ardentemente debatido em tudo o que é site e blog desportivo, sinceramente para mim nunca teve grande importância até porque raramente alguém percebe alguma coisa dos critérios que se usam para votar neste ou naquele jogador, daí as longas discussões provavelmente. No entanto também na bola de ouro parece não haver futebol além de Ronaldo e Messi, o resto dos jogadores parece que são meros enfeites da história destes 2, aliás já é um privilégio serem referidos na mesma frase. Bom eu só queria acentuar que neste momento temos um total de 3…sim 3 bolas de ouro para Ronaldo sem ter ganho um único Mundial ou Europeu de futebol e pior ainda, o seu grande rival Messi tem 4 e vai provavelmente a caminho da quinta sem sequer ter ganho uma Copa América quanto mais um Mundial, e se Ronaldo ainda se pode queixar da qualidade que tem no Real Madrid e não tem na selecção, já Messi nem isso, porque se esta Argentina não chega para vencer uma Copa América...
Os Et’s vão continuar a bater recordes e estatísticas, o Ronaldinho, o Pirlo e o Zidane vão continuar a ser dos melhores de sempre sem precisarem disso…porque foram APENAS campeões do mundo, e eu vou continuar a achar que neste momento o Pogba é o melhor jogador do mundo, e não porque o Messi e o Ronaldo não sejam muito bons, mas apenas porque é a minha opinião, baseada no que vejo e não em números.


Paradise Lost - Draconian Times (1995)



Um dos estilos mais em apreciados em meados dos anos 90 foi o Gothic Metal. Juntamente com os seus pares britânicos Anathema e My Dying Bride (estes num estilo mais Doom) também os Paradise Lost estavam a migrar de uma sonoridade mais agressiva do início de carreira para este tal Gothic Metal que proliferava bastante nesta altura, no entanto tudo seria diferente depois deste álbum, desde o primeiro acorde parece que entramos num espécie de transe gótico que só termina com o ultimo acorde, a guitarra soberba de Mackintosh e a voz num equilíbrio perfeito entre rouco e límpido de Nick Holmes que ecoa intemporalmente, são os factores decisivos que fazem “Draconian Times” roçar a perfeição. Nunca mais os Paradise Lost, que vinham claramente em crescendo até aqui (com “Shades Of God” e “Icon”) chegariam tão alto, e a sua carreira nunca mais seria a mesma depois deste álbum. Mesmo dentro do estilo talvez o “Viva emptiness” de Katatonia seja o único comparável. É ainda hoje o meu álbum preferido. 

10/10


domingo, 18 de outubro de 2015

Killing Joke - Pylon (2015)



Killing Joke é uma das minhas bandas preferidas actualmente, dito isto e ao contrário da grande maioria das bandas…parece que ficam melhores com o prolongar da carreira, chegando mesmo ao ponto de poder dizer que este “Pylon” é dos melhores álbuns deles e um dos melhores de 2015 sem dúvida. Criatividade muito acima dá média, letras com consistência e bastante actuais, Industrial e peso na quantidade certa e aquela voz que parece ser um eco em looping constante, tudo isto faz de “Pylon” um álbum bastante viciante e original.


   
8/10