sábado, 22 de janeiro de 2022

The Chestnut Man - Mini-Série (2021)

A Netflix tem vindo a colher os frutos das suas apostas em séries “made in” Europa, o seu indispensável apoio financeiro à criatividade existente no velho continente têm-se revelado deveras acertado e o estrondoso sucesso de séries como ‘Dark’ ou a ‘La Casa de Papel’ comprovam-no sem margem para duvidas, não será por isso supressa que a Netflix continue a investir neste âmbito e ‘Kastanjemanden’ ou (‘The Chestnut Man’) é a mais recente dessas apostas. Quem tal como eu ficou completamente “agarrado” a ‘The Killing’ ou vibrou com a primeira temporada de ‘True Detective’ certamente não vai ficar desiludido com ‘The Chestnut Man’, esta mini-série de seis episódios passada nos subúrbios de Copenhaga começa com um estranho homicídio de uma jovem algures num parque infantil, além do bizarro facto de lhe faltar uma mão a jovem está “acompanhada” por um pequeno boneco feito de castanhas (uma espécie de assinatura do assassino), entretanto a pouco ortodoxa dupla de detectives designados para o caso (Naia Thulin e Mark Hess) consegue identificar uma estranha relação entre este e outro célebre caso mais antigo (o rapto da filha da ministra da segurança social). ‘The Chestnut Man’ oferece-nos um argumento de excelência dissertado em seis episódios repletos de suspense e emoção representado por personagens sólidas e densas. ‘The Chestnut Man’ consegue deste modo reunir habilmente todos os ingredientes para se destacar com uma série de elevado nível de qualidade. 

9/10

[Trailer] 

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

After Life - Season 3 (2022)

Era um dos anunciados regressos no âmbito das séries para 2022, falo do formidável Ricky Gervais em modo ‘After Life’. O relativo sucesso das duas primeiras temporadas foi ardendo em lume brando o que em teoria indica um sucesso sólido e não apenas esporádico. Voltamos então à vida quotidiana da pacata vila de Tambury com o foco ainda centrado no luto de Tony, todavia a grande diferença que se pode identificar nesta Season 3 é uma assertiva e continuada aposta na evolução de outras personagens para além de Tony, personagens essas que tinham merecido menos atenção nas duas temporadas anteriores. Por outro lado a dicotomia entre o drama e a comédia pouco óbvia continua a ser uma imagem de marca em ‘After Life’. A distinta capacidade de escrita de Gervais continua neste terceira temporada a potenciar a sua singular criatividade e a dar corpo aos acontecimentos na imperturbável vila de Tambury, fica a dúvida de até quando Gervais conseguirá manter ‘After Life’ com este nível de interesse. 

7.5/10 

[Trailer]

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Eternals (2021)

Esteve cerca de um ano na “gaveta” decorrência da pandemia e foi a grande aposta da Marvel Studios/Disney/MCU para o final de 2021, falo como já se percebeu de ‘Eternals’, e primeira impressão que fica do filme é que é mais do mesmo. É verdade que não sendo eu um expert de BD’s da Marvel tenho um razoável conhecimento geral do seu “Universo”, no entanto esse conhecimento não inclui os “Eternos”, todavia após alguma pesquisa percebi que este supergrupo nunca teve uma grande preponderância em termos de BD’s pelo menos comparado com outras personagens icónicas da Marvel, portanto a minha falha está longe de ser exclusiva. Pelo que consegui perceber a história de ‘Eternals’ até está razoavelmente bem adaptada, ela começa quando os Celestiais (uma espécie de gigantes de aspecto artificial que são reconhecidos como deuses da criação), em particular Ashirem cria um supergrupo de seres imortais e superpoderosos (os Eternos), e os envia para a Terra numa altura prévia ao aparecimento das civilizações mais antigas, com o objectivo de extinguir os Deviantes (seres monstruosos que tem como propósito eliminar os Eternos). Os Eternos estão autorizados a conviver com a raça humana desde que nunca interferiram com as suas acções. Reforçando a ideia que a adaptação até me pareceu verossímil e que as sequências de acção têm uma qualidade aceitável o grande calcanhar de Aquiles de ‘Eternals’ são as péssimas personagens e suas respectivas interpretações. Nem Richard Madden (Ikaris), Angelina Jolie (Thena) ou Salma Hayek (Ajak) conseguem salvar o paupérrimo texto escrito para cada um dos dez Eternos, personagens completamente ocas, entediantes, apáticas e dispensáveis que em nenhum momento apresentam qualquer ponta de carisma. É inacreditável como Chloé Zhao não consegue oferecer um mínimo de densidade ou profundidade a qualquer uma das personagens durante as 2 horas e 36 minutos de duração de ‘Eternals’. 

5/10

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

RocknRolla (2008)

RocknRolla’ é o terceiro de um conjunto de quatro filmes (‘Lock, Stock and Two Smoking Barrels’, ‘Snatch’ e ‘The Gentlemen’) a que eu gosto de chamar “Guy Ritchie vintage”, pois eles partilham não só, o peculiar e intempestivo método de realização de Guy Ritchie como também a sua temática predilecta enquanto argumentista. Sendo ele próprio Inglês, desde muito cedo na sua carreira se percebeu que o submundo do crime Britânico é a sua zona de conforto enquanto argumentista, desde jogo ilegal, corrupção, máfia, tráfico de droga, tráfico de diamantes até aos crimes económicos de várias ordens, estes conteúdos tornam-se invariavelmente no combustível a partir do qual Ritchie consegue inventar personagens marcantes e únicos a partir da sua ímpar criatividade. Ora ‘RocknRolla’ é mais um bom exemplo disso, pois a sua história gira em torno de um mafioso local (Lenny Cole) e um dos seus negócios a respeito de contractos imobiliários com o russo Uri Omovich, no entanto este negócio teima em não ficar concluído graças a uma série de assaltos consecutivos, um quadro perdido e à persistência do rock star e enteado de Lenny Cole (Johnny Quid) em continuar vivo. Além de uma formidável e complexa história e um superficial humor assente no insólito e no imponderável ‘RocknRolla’ conta também com um prestigiado elenco onde constam nomes como Gerard Butler, Tom Wilkinson, Idris Elba, Thandiwe Newton e Tom Hardy

7.5/10

[Trailer] 

sábado, 15 de janeiro de 2022

Psychonaut - Unfold The God Man (2018)

O trio Belga formado por Thomas Michiels, Peter Le Page e Stefan de Graef dá pelo nome de Psychonaut e teve a sua auspiciosa estreia através da Pelagic Records em 2018 com ‘Unfold The God Man’. Já aqui tinham sido mencionados no Blog não só por serem uma das principais bandas em evidência no verdadeiro viveiro de talento que é a Pelagic Records mas também pela sua estreita ligação com os Hippotraktor. ‘Unfold The God Man’ já leva quatro anos de existência mas foi na altura uma autentica estreia de sonho para os Psychonaut, também eles apostaram todas as fichas na promiscua e sedutora combinação entre o Post-Metal, o Progressivo e o Sludge Metal combinação essa que permitiu à banda explorar todo o seu potencial de criatividade agregando a esta dinâmica e orgânica mescla, não só uma forte vertente atmosférica/psicadélica como também uma interessante e electrizante dicotomia entre os elementos técnicos e a componente emocional. ‘Unfold The God Man’ mostra-nos uns Psychonaut que conseguem em simultâneo beber na “fúria” dos Neurosis e “viajar” na mestria técnica dos alucinantes itinerários dos Tool. Destaco em particular os magistrais temas ‘The Story Of Your Enslavement’, ‘The Fall Of Consciousness’ e ‘Halls Of Amenti’. 

8/10

[Sample]