sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Between The Buried And Me - Colours II (2021)

Depois de já o terem feito com ‘Automata I’ e ‘Automata II’ ambos lançados em 2018 os Norte-Americanos Between The Buried And Me voltam a apostar numa “sequela” para o seu décimo álbum de originais, desta vez através de ‘Colours II’. Esta aposta acarreta de facto enormes riscos pois ‘Colours’, na altura o quarto álbum dos Between The Buried And Me lançado no longínquo ano de 2007, é sem dúvida um dos mais consensuais trabalhos da banda, no entanto uma das fortes características da banda tem sido sempre essa forte atracção pelo risco. Depois do fantástico ‘The Parallax II: Future Sequence’, na minha opinião o melhor trabalho dos Between The Buried And Me que a banda de alguma maneira me tem desiludido, não por causa de nenhuma perda de qualidade técnica mas sim devido a uma espécie de suavização musical inusitada, talvez mais vincada em ‘Coma Eliptic’ mas de algum modo bem presente também no duplo ‘Automata’ funcionando como uma espécie de amarra a todo o extravagante potencial criativo do quinteto Norte-Americano. Foi por isso com grande agrado que percebi que com ‘Colours II’ os Between The Buried And Me voltaram de novo ao seu clímax musical usando toda a sua extraordinária capacidade de composição aliada à sua reconhecida perícia nesta alucinante e vivida viagem de Metalcore Progressivo.

8/10 

[Sample] 

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Decline Of The I - Johannes (2021)

Ligado a várias bandas entre elas, Love Lies Bleeding, Vorkreist, Eros Necropsique, Merrimack e The Order Of Apollyon é com os seus Decline Of The I que o polivalente Adrastis Korgan tem liberdade para incutir um cunho mais pessoal na música e depois da grande ambição da banda a ter encaminhado por uma arriscada e complicada trilogia baseada no trabalho do cirurgião e neurologista Francês Henri Laborit os Decline Of The I recusam irrevogavelmente reduzir esses mesmos níveis de ambição, tanto assim é que começam agora uma nova trilogia desta vez inspirada na obra do filósofo Dinamarquês Søren Kierkegaard, e ‘Johannes’ representa o início desta nova aventura. Situado numa indistinta e dinâmica mistura de Black Metal com Post-Black, ‘Johannes’ afunda-nos rapidamente numa intensa, teatral e dramática peregrinação com destino a um épico, emocional, decadente e autodestrutivo desfecho. O uso de um dramatismo latente envolto numa argamassa de um obstinado e tempestuoso Black Metal já não é bem uma novidade pois bandas como os Suíços Schammasch ou os Gauleses Svart Crown e Merrimack já no passado tinham feito a sua própria interpretação deste modelo, no entanto os Decline Of The I aparentam ter uma especial capacidade para acrescentarem a dose certa de Post-Black nesta “receita”.

7.5/10

 [Sample]

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

The Wolf of Wall Street (2013)

Voltamos atrás no tempo oito anos para falar de ‘The Wolf of Wall Street’, o filme foi mesmo o grande “derrotado” na cerimónia dos Óscares de 2013 pois não conseguiu confirmar nenhuma das suas cinco nomeações o que só por si é bem elucidativo da queda qualitativa do cinema na última década, quantos Óscares venceria ‘The Wolf of Wall Street’ em 2021?! As três horas de filme são centradas na ascensão e declínio de Jordan Belfort/Leonardo DiCaprio, um jovem corrector de bolsa com uma visceral ambição aliada a um talento inato para vender acções, que começa por baixo numa espécie de segunda liga de Wall Street e que através das suas apetências naturais interligadas com uma impressionante vocação para contornar tudo o que é ética e ilegalidade no mercado de acções Norte-Americano transforma a sua pequena empresa num verdadeiro império em tempo recorde. ‘The Wolf of Wall Street’ mostra-nos também o outro lado da cortina desta “rock star” de Wall Street, um mundo de devaneios sórdidos onde o sexo e o uso de drogas são predominantes. ‘The Wolf of Wall Street’ expõe a visão do mítico Martin Scorsese sobre o imoral, lascivo e eticamente débil mundo de Wall Street no início dos anos 90. Destaque para as excelentes participações de Matthew McConaughey, Margot Robbie e Jonah Hill, e para o excepcional empenho e compromisso de Leonardo DiCaprio no principal papel, é verdade que acabou por não lhe valer o respectivo Óscar viria no entanto a ganha-lo dois anos mais tarde com outra extraordinária prestação em ‘The Revenant’.  

8/10

[Trailer] 

The Suicide Squad (2021)

Eis que cinco anos depois de ‘Suicide Squad’ e apenas um ano após o angustiante ‘Birds of Prey’ a intrépida Harley Quinn está de volta em ‘The Suicide Squad’, por alguma razão desconhecida a produção decidiu que o nome ‘Suicide Squad II’ seria demasiado óbvio. Em ‘The Suicide Squad’ a célebre equipa de párias e proscritos volta a ser enviada num missão, desta vez para a pequena ilha de Corto Maltese com o objectivo de se infiltrar em Jotunheim (uma espécie de laboratório científico que contem o sombrio projecto Starfish), e posteriormente destrui-lo. O filme realizado e escrito por James Gunn, o responsável pelo franchise de ‘Guardians Of The Galaxy’ não se escapa a nenhuma das comuns falhas neste tipo de filmes, um argumento altamente incoerente, falta de profundidade em várias das personagens e uma narrativa que proporciona uma total falta de empatia e preocupação por parte do espectador derivando numa espécie de assunção que tudo é descartável. No entanto nesta linhagem de “cinema fast food” nem tudo é medíocre em  The Suicide Squad’, sendo possível realçar alguns pontos positivos tais como a interpretação de Margot Robbie na pele de Harley Quinn, os personagens Peacemaker e Bloodsport, as dinâmicas sequências de acção e a qualidade do trabalho da equipa de CGI.  

6/10 

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Beckett (2021)

Beckett’ é a nova proposta cinematográfica a chegar via Netflix e conta não só com a participação de John David Washington no principal papel como também de Alicia Vikander. É com grande estupefacção que me tenho vindo a deparar com uma espécie de onda de reviews negativos acerca de ‘Beckett’, se bem que é bem verdade que é um filme de segundo plano com baixo orçamento no entanto com o miserável buffet cinematográfico que as grandes produções nos tem oferecido nos últimos anos em particular, penso que ‘Beckett’ não merecia de todo a severidade desta torrente de críticas. Beckett/John David Washington é um comum cidadão Norte-Americano a passar férias com a sua namorada (April/Alicia Vikander) numa parte remota da Grécia, no entanto após um trágico acidente de viação vê-se involuntariamente envolvido num possível rapto com repercussões politicas em plena crise da divida Grega à União Europeia. ‘Beckett’ tem sem dúvida várias falhas ao nível da realização e da cinematografia no entanto conta com um argumento decente, bem encadeado e com um mínimo de credibilidade, não obstante de deixar algo a desejar na vertente da originalidade. 

6.5/10