quinta-feira, 31 de maio de 2018

At The Gates - To Drink from the Night Itself (2018)


Para ser completamente sincero, posso dizer que já me falta a paciência para ouvir o chamado Gothenburg Metal, pois é um estilo que basicamente está estagnado já há algum tempo. Dito isto fui ouvir com toda a imparcialidade possível o novo álbum dos aclamados At The GatesTo Drink from the Night Itself”. Nesta espécie de segunda vida dos At The Gates e 4 anos depois de “At War With Reality” surge então este “To Drink from the Night Itself” e se o já referido álbum anterior tinha captado veementemente a minha atenção de alguma maneira isso não aconteceu desta vez, apesar da magnífica e inconfundível voz de Tomas Lindberg e da irrepreensível técnica da banda particularmente em termos de guitarras. “To Drink from the Night Itself” deixou-me com a sensação que algo esta a faltar, talvez a ausência de musicas mais emblemáticas, talvez riffs com menos melodia e mais Thrash, ou seja apenas a obvia constatação que o Gothenburg Metal pura e simplesmente não tem como evoluir. Destaco o tema título “To Drink from the Night Itself” e “Daggers of Black Haze” como os temas mais apelativos do álbum. 

7/10

Letters From The Colony - Vignette (2018)


Os Letters From The Colony são a mais recente banda a “mergulhar” num dos estilos mais mal-amados no universo do Metal, mais precisamente o Djent. O seu álbum de estreia “Vignette” tem apenas um pouco mais de dois meses de vida e vai merecer destaque aqui no Espelho Distópico. Como notórias semelhanças com SikTh, Uneven Structure e os seus conterrâneos Vildhjarta os Letters From The Colony vão como não poderia deixar de ser buscar a sua maior influência aos incontornáveis Meshuggah, banda que, além de pioneira do Djent/ Progressive Math Metal potenciou e de que maneira este subgénero do Metal. “Vignette” tem de facto uma vida muito própria, uma temporização lenta mas assertiva, uma técnica bastante apurada e uma criatividade e consistência musical pouco frequente em bandas recentes com a longevidade destes Letters From The Colony. O Djent respira de boa saúde sem dúvida e tem aqui mais uma banda de inequívoca qualidade. “Erasing Contrast”, “Terminus” e “Glass Palaces” são para mim as faixas que garantem em definitivo que “Vignette” é uma das boas supressas de 2018.

 7.5/10

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Benighted - Necrobreed (2017)


Completamente desconhecidos para mim até ao mais recente Moita Metal Fest os Benighted são uma verdadeira ameaça pública, com vincadas similaridades com os Lock Up ou até com os BloodRed Throne. “Necrobreed” é o seu último álbum lançado em 2017, e que excelente álbum, quando muitas bandas se digladiam por serem a banda mais rápida e mais pesada no espectro do Metal e fazem disso uma verdadeira quimera, nos Benighted isso parece quase ser natural e este “Necrobreed” é apenas a mais recente prova disso. “Necrobreed” é uma verdadeira arma de destruição massiva, assente num pungente Brutal Death Metal com influências de Grindcore e até alguns “salpicos” de Hardcore, destila poder, brutalidade e técnica em supersónicas e devastadoras vagas. Musicas como “Reptilian”, “Necrobreed” ou “Cum With Disgust” são estonteantes injecções de concentrado de adrenalina.

7.5/10

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Bölzer - Soma [EP] (2014)


Depois de já aqui ter sido feita a crítica ao primeiro trabalho dos Bölzer (o EPAura”) pelo entusiástico ExtinThor, recai agora sobre mim falar sobre os outros trabalhos da banda Suíça começando desde já por outro EP de seu nome “Soma” lançado precisamente um ano depois de “Aura” ou seja 2014. “Soma” preserva praticamente todas as características musicais do EP anterior sendo este composto apenas por 2 faixas “Steppes” e “Labyrinthian Graves” e são de facto 2 músicas de grande nível talvez até a minhas faixas preferidas da banda. “Soma” tem por base um Black Metal com inúmeras influências desde o arrastado Doom, o Progressivo e o Death Metal entre outros, riffs carismáticos e crus tal como uma vocalização sui generis destacam a fortíssima veia criativa da banda. Quem tiver os ouvidos bastante “apurados” pode identificar algumas semelhanças entre os Bölzer e os Ajattara e até com os Enslaved mas que em momento algum beliscam a enorme originalidade da banda. 

8.5/10

Ihsahn - Ámr (2018)


Dos despojos do término (?) dos históricos e influentes Emperor nasceu o projecto a solo do seu mítico vocalista Ihsahn que já conta com 7 álbuns de originais sendo o seu último precisamente o álbum de que vou falar. Chamasse “Ámr” e é na minha opinião não só dos melhores álbuns de 2018 até agora como também dos melhores, se não mesmo o melhor da carreira a solo de Ihsahn. “Ámr” faz-nos mergulhar de olhos fechados num oceano de experimentalismo onde “salta ao ouvido” o Black Metal (como não poderia deixar de ser), o Avant-garde e um Electrónico muito característico de Ihsahn. Num universo (Metal) onde é frequente uma nova terminologia acabada em “Core” mas onde na prática nada há de novo e onde cada vez mais é notória e confrangedora a falta de criatividade e originalidade das bandas, “Ámr” com faixas sublimes e contundentes como “One Less Enemy”, “In Rites Of Passage” e “Wake” é sem dúvida uma “pedrada no charco”. “Ámr” é denso, intenso, orgânico e viciante e implica um elevar de qualidade por parte de Ihsahn em relação aos seus últimos trabalhos.  

8/10