sábado, 27 de abril de 2019

Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald (2018)


Para o fãs do universo Harry Potter e depois da saga principal estar concluída, temos agora um novo franchise que começou em 2016 com “Fantastic Beasts and Where to Find Them” e que continua com “Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald”. E se o seu antecessor já tinha efeitos visuais refinados em “Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald” eles são ainda melhores, verdadeiramente topo de gama, mas que ainda assim (de maneira infame julgo eu) não chegaram para a nomeação para o Óscar dessa mesma categoria. A cinematografia de “Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald” é também um dos pontos fortes do filme como já era hábito no franchise de Harry Potter. Invariavelmente o grande senão do filme é a seu argumento, uma história bastante confusa e indefinida que mais parece um conjunto de histórias em que dificilmente é perceptível qual a principal. As personagens continuam a não merecer grande empatia à excepção do próprio Grindelwald protagonizado com grande estilo pelo camaleónico Johnny Depp. “Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald” é um filme que apesar de alguma qualidade, aparenta também se aproveitar do franchise em questão. 

6.5/10

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Incredibles 2 (2018)


14 Anos após o muito bem-sucedido “The Incredibles” chega a tão esperada sequela “Incredibles 2” deixando no entanto um travo agridoce. “Incredibles 2” é mais uma aposta da já bem oleada máquina da Pixar e se no seu antecessor o efeito de novidade funcionou em cheio desta vez não foi o caso, se em termos de animação e acção o filme não desilude o argumento deixa muito a desejar, uma história completamente refém da sua previsibilidade e falta de criatividade, juntando a isso um obvio, descarado e forçado protagonismo desmesurado entregue à personagem feminina simplesmente porque dá boa imagem nos tempos que correm. “Incredibles 2” tem ainda claras lacunas na evolução dos personagens quer no próprio filme quer entre os dois filmes, sendo a inevitável excepção o bebé Jack-Jack Parr uma das poucas personagens novas de “Incredibles 2”. Um filme que acrescenta pouco ou nada ao primeiro e que mostra uma falta de ideias gritante. 

6/10

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Os Óscares 2019


É caso para dizer finalmente! Quase dois meses depois eis que chega o momento do já habitual post sobre a noite mais esperada de Hollywood, e entrega das ambicionadas estatueta douradas. Mais uma vez não tive oportunidade de ver a cerimónia e mais uma vez também não fiz por a ver à posteriori, pois a predominância do politicamente correcto, da hipocrisia generalizada do apoio aos movimentos Me2 entre outros do mesmo género, e os ridículos contadores de tempo dos discursos de agradecimento dizem-me muito pouco e não posso deixar de sentir uma grande nostalgia dos distantes e irrecuperáveis tempos de Billy Cristal e John Stewart. Volto também mais uma vez a referir que apenas falo do que vejo (daí a explicação para a demora na realização deste post), portanto algumas categorias vão ser irremediavelmente descartadas, tais como a melhor musica, documentário, curta-metragem e melhor filme estrangeiro.

                Nas categorias consideradas técnicas destaque para a excelente vantagem logo aí para “Bohemian Rhapsody” que arrebatou três galardoes, melhor edição e mixagem de som (invariavelmente ambas atribuídas quase sempre ao mesmo filme) e para mim de forma inteiramente justa e sem surpresa onde o único verdadeiro rival foi “A Quiet Place” na edição, tal como o Óscar de melhor montagem onde aqui sim a concorrência apertou bastante. A escolha do sempre apetecível Óscar de melhores efeitos visuais recaiu sobre “First Man” onde para minha grande surpresa entre os nomeados “Avengers: Infinity War”, “Christopher Robin”, “Ready Player One” e “Solo: A Star Wars Story” não estava (escandalosamente) “Fantastic Beasts:The Crimes of Grindelwald”. No Óscar de melhor guarda-roupa e sem surpresa a escolha foi para “Black Panther” e no de melhor caracterização para “Vice” pelo excelente e difícil esforço na caracterização de Christian Bale como Dick Cheney ambos bem entregues na minha opinião. Na melhor cinematografia a vitória sem qualquer tipo de discussão foi para “Roma”, que perdeu para “Black Panther” (injustamente na minha opinião) o galardão de melhor direcção artística, destaco negativamente a inexplicável ausência de “At Eternity's Gate nos nomeados de melhor cinematografia.

                Na animação e sem dar qualquer tipo de hipótese o prémio foi para “Spider-Man: Into the Spider-Verse” batendo “Incredibles 2”, “Isle of Dogs”, “Mirai no Mirai” e “Ralph Breaks the Internet”.

                Nos argumentos as estatuetas foram especialmente bem entregues  com o sensacional “GreenBook” a vencer no adaptado e o ultra criativo “BlacKkKlansman” no original e onde a concorrência era de peso sobressaindo “Can You Ever ForgiveMe?” e “The Ballad of Buster Scruggs” como candidatos mais fortes. Destaque para o grande derrotado até esta altura “The Favourite” que com 10 nomeações à partida não tinha conseguido nenhuma estatueta até aqui.

                Nos sempre interessantes Óscares de interpretação o inevitável e extraordinário Mahershala Ali a não deixar fugir o Óscar de melhor actor secundário tal como Regina King no caso da melhor actriz secundária com a sua participação no filme “If Beale Street Could Talk”. Olivia Colman segurou a “honra do convento” de “The Favourite” ao ganhar o único (e justificado) Óscar de melhor actriz principal. E finalmente chegamos ao que foi para mim a grande injustiça da noite e no Óscar que já é cronicamente disputado com uma intensidade incrível (melhor actor principal) teve mais uma vez um leque de actores de excelência, Rami Malek (“Bohemian Rhapsody”) como Freddie Mercury, Bradley Cooper (“A Star Is Born”) como Jackson "Jack" Maine, Christian Bale (“Vice”) como Dick Cheney, Viggo Mortensen (“Green Book”) como Frank "Tony Lip" Vallelonga e Williem Dafoe (“At Eternity's Gate”) como Vincent van Gogh, recaído a vitória sobre Rami Malek, que se é compreensível que tenha sido uma altíssima dificuldade e responsabilidade interpretar a pele de Freddie Mercury é obvio que o melhor papel do Ano foi o de Viggo Mortensen provavelmente até o melhor papel da sua carreira. Nos realizadores a estatueta dourada foi mais uma vez para um favorito da Academia Alfonso Cuarón (“Roma”) ficando o mal-amado Spike Lee (“BlacKkKlansman”) com um (compreensível) amargo de boca. E finalmente no melhor filme onde eram 8 os nomeados, a escolha a meu ver muito acertada recaiu sobre “Green Book”. Ficaram entregues os Óscares de 2019, na minha opinião bem na sua grande maioria, mas com a decrepita cerimonia a precisar urgentemente de ser repensada.

The Ballad of Buster Scruggs (2018)

Um filme que passou um pouco despercebido no meio do pandemónio dos Óscares da Academia foi o último filme dos intensos irmãos Cohen, de seu nome “The Ballad of Buster Scruggs”. O filme é mais do que tudo genuíno, o que por estes dias é uma “espécie em vias de extinção”. “The Ballad of Buster Scruggs” retracta num ambiente Western cinco pequenas e distintas histórias, todas elas com uma robusta dose de criatividade e com um humor que é quase exclusivo dos irmãos Cohen. Começando com a mini história do famoso pistoleiro Buster Sruggs passando por um fora-da-lei que passa a vida literalmente com a corda ao pescoço, uma original versão de uma aberração do circo qual homem elefante, culminando numa mini história acerca de uma carruagem verdadeiramente assustadora e com passageiros muito sui generis. “The Ballad of Buster Scruggs” vale essencialmente pelas suas histórias e pela original maneira como foi pensado onde abunda a criatividade numa altura em que já grande parte do cinema resulta de fórmulas prefabricadas.

7/10 


Lords Of Chaos (2018)


Sendo eu um habitual “consumidor” de Black Metal Norueguês, talvez já não tanto do mais tradicional mas de um Black mais “contemporâneo” ou “pós second wave”, foi para mim empolgante ter conhecimento de um filme sobre a fase inicial dos lendários Mayhem, uma banda que se confunde com a própria criação do infame Trve Black Metal Norueguês. “Lords Of Chaos” foi no entanto uma desilusão calculada, ou seja, um filme que aparentemente tinha todas as condições para ser excepcional, que acaba por não passar da banalidade. A história inicial dos Mayhem tem de facto ingredientes mais que suficientes para um filme, mistério, traição, tragedia etc., no entanto “Lords Of Chaos” falha em conseguir transpor tudo isto para o grande ecrã. São várias as explicações para a falta de qualidade do filme, desde logo o excesso de gore nas cenas em contraponto com a dificuldade em criar um ambiente sombrio e pesado que iria de facto dar outro élan ao filme, uma questão também bastante aflorada foi o porquê de num filme sobre uma banda em concreto a musica propriamente dita ter um papel quase residual, e por ultimo a evidente parcialidade em prol de Euronymous em relação a Varg Vikernes que chegou mesmo a ser objecto de critica pelo próprio Varg. Um último destaque para a fraca prestação de Emory Cohen na interpretação de Vikernes. Um filme que prometeu muito mas que esteve muito longe de cumprir as expectativas. 

6/10