quarta-feira, 24 de julho de 2019

Tronos - Celestial Mechanics (2019)


Tronos, a novíssima banda onde desde logo se destaca o emblemático baixista dos lendários Napalm Death (Shane Embury). Os Tronos servem-nos agora em 2019 o seu álbum de estreia “Celestial Mechanics”. Se há álbum difícil de criticar e de destrinçar é sem margem de dúvidas este “Celestial Mechanics” pois a variação de entre faixas e subgéneros de Metal é absolutamente alucinante, desde o Doom submerso em Sludge de “Walk Among The Dead Things” e “Judas Cradle” ao impressionante old School Death Metal de “The Ancient Deceit” e “Birth Womb” tudo é possível e tudo é permitido em “Celestial Mechanics”. Ainda assim o aparente fio condutor de “Celestial Mechanics” aparenta ser um Industrial muito característico, a fazer lembrar os altamente “underrated” Strapping Young Lad ou em alguns momentos o ultra polémico álbum dos extintos MorgothFeel Sorry For The Fanatic”. Uma coisa é certa, “Celestial Mechanics” foi composto com uma impressionante e distinta criatividade.

7/10

 

Fiend - Seeress (2018)


É com particular entusiamo que escrevo esta crítica pois se há álbum a que se pode apontar o termo de viciante é este “Seeress” dos Franceses Fiend. Tal como muitos outros comuns mortais também eu desconhecia por completo os Fiend até ao passado concerto dos Tool, mas logo aí captaram a minha atenção. “Seeress” é já o segundo álbum de originais da banda e posso desde já perspectivar que será um dos marcos da carreira dos Fiend, o álbum é marcado por um ambiente bizarro, definido por uma espécie de Doom Industrial (talvez influência da passagem do guitarrista Michel Bassin pelos apoteóticos Ministry) maquilhado por envolventes e crus riffs que balançam entre o Stoner Metal mais moderno e o Stoner Rock na sua vertente mais Psicadélica e revivalista dos anos 70. “Seeress” é ainda consolidado por uma secção rítmica macabra e distante deixando ficar uma sensação de vórtice intemporal e uma vocalização caótica e distinta. “Seeress” é um álbum de demorada “degustação” mas que a cada audição vai deixando o “paladar” mais aguçado. “Ancestral Moon”, “Vessels” e “Crown of Birds” são faixas absolutamente imperdíveis. 

8/10

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Abbath - Outstrider (2019)


Três anos após a estreia, e alguns mais depois da conturbada saída dos lendários Immortal, Abbath decide “responder” ao lançamento de “Northern Chaos Gods” por parte dos seus antigos parceiros de banda com o seu segundo álbum de originais de seu nome “Outstrider”. Abbath conseguiu sem dúvida suplantar o seu álbum de estreia com este “Outstrider”, se o estilo Black Metal com um toque mais “orelhudo” e acessível se mantem, “Outstrider” tem no entanto uma intensidade e carisma que dão sem grande dificuldade um outro élan comparativamente ao seu antecessor (“Abbath”). “Outstrider” parece também ter muito mais semelhanças com o estilo da sua antiga banda (Immortal) embora num registo mais compassado e melódico. Faixas como “Calm in Ire (Of Hurricane) ”, “Harvest Pyre”, o tema título “Outstrider” e “Scythewinder” são na minha opinião os pontos mais altos de “Outstrider”. O álbum apenas peca na indesmentível falta de inovação e/ou de experimentalismo já de si pouco compatíveis com o sórdido e persistente Abbath

7.5/10

Drastus - La Croix de Sang (2019)


A França é por estes dias provavelmente o país que mais bandas de qualidade fornece ao universo da música mais pesada, e em particular à vertente de Black Metal, onde perfilam nomes como: Decrepit Spectre, Svart Crown, Seth, Merrimack, Spektr e os fabulosos Deathspell Omega, por isso foi sem surpresa que descobri mais uma banda Gaulesa deste infame subgénero, os Drastus, que após longa paragem regressaram agora com o seu segundo álbum de originais intitulado “La Croix de Sang”. Os Drastus tem em “La Croix de Sang” um desígnio de inequívoca afirmação. “La Croix de Sang” tem um poder inerente quase avassalador, uma verdadeira torrente de riffs devastadores e pérfidos enriquecidos por uma intrépida locomotiva de percussão deixando ficar uma sensação de atordoamento como se tivéssemos sido atingidos por uma força de proporções épicas. Desde a imensidão ambiental de “Hermetic Silence”, passando pelas ténues pinceladas Avant-Garde de Crawling Fire ou Occisor até à frenética e irredutível vaga de devastação de “Nihil Sine Polum”, “La Croix de Sang” vale como um todo sólido e indestrutível. Dos melhores álbuns de 2019 até ao momento. 

8/10

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Astrosaur - Fade In // Space Out (2017)


Seguindo o rasto deixando pelos Noruegueses Shining surgem agora os seus conterrâneos Astrosaur com o seu álbum de estreia “Fade In // Space Out”. Os Shining tiveram sem dúvida o condão de redefinir um estilo (Jazz Metal) não propriamente no seu ultimo trabalho mas nos três álbuns que o precederam, no entanto os Astrosaur além de partilharem a mesma nacionalidade e sem duvida beberem muito no seu som, são muito mais do que uns meros plagiadores dissimulados. “Fade In // Space Out” é composto apenas por cinco músicas (todas instrumentais) e qualquer uma delas com um contexto muito próprio, se a linha condutora predominante é inegavelmente o Progressivo e Post-Rock, é possível assinalar o ambiente frenético do Jazz Metal em “Fishing for Kraken” alternado com uma melodia quase dissociativa em contraponto com uma tendência arrastada de Doom ou mesmo Drone no final de “Space Mountain” ou mesmo os robustos riffs a destilar Sludge do inicio de “Necronaut”. “Fade In // Space Out” é em suma um álbum que se deve “digerir” devagar e muitas audições pois em cada uma delas novos pormenores se evidenciam tal não é a sua multiplicidade e abrangência sonora.

7.5/10