domingo, 15 de abril de 2018

Primordial - Exile Amongst the Ruins (2018)

Para quem segue os Primordial, raramente fica desiludido com os trabalhos lançados ao longo dos anos.
Apesar disso, nem todos os álbuns podem ser o melhor da banda e este certamente que não o é, mas mais uma vez mantém o registo e o caminho traçado pelo grupo irlandês, dando-nos o prazer de poder ouvir o som épico que os caracteriza.
Às habituais influências celtas e vocalização melancólica e sombria, destaca-se em alguns momentos um ritmo mais compassado, indo beber um pouco ao Doom e também algumas aproximações ao ritmo mais galopante da banda Bathory.
"Exile Amongst the Ruins" inicia com 3 excelentes músicas e talvez o seu maior pecado sejam as 3 seguintes faixas, que apesar de terem alguma qualidade, não se destacam e acabam por “arrefecer” o excitamento provocado no início do álbum. As duas últimas músicas retomam um pouco do que se espera de uma banda deste calibre.
Não deixa de ser mais um grande trabalho que se junta à longa e magnífica discografia desta que é uma das minhas bandas favoritas se não a favorita mesmo, actualmente, mantendo-se a um nível muito elevado e sem defraudar expectativas.

Por : ExtinThor

8/10


terça-feira, 10 de abril de 2018

Os Óscares - A 90ª Edição



Já foi há mais de um mês é verdade, e apesar de (com muita pena minha) não ter acompanhado a cerimónia, o Espelho Distópico não poderia passar ao lado dos Óscares como é óbvio. No entanto como não vi o espectáculo vou apenas me restringir à justiça (ou falta dela) da atribuição das tão cobiçadas estatuetas.



Vi praticamente todos os filmes nas principais categorias, mas como já vem sendo hábito não vou comentar as categorias de documentários; animação; banda sonora/música e filmes estrangeiros porque vi pouquíssimos filmes destas mesmas categorias.

Nas categorias técnicas Dunkirk conquistou os Óscares de melhor Montagem e melhor Mistura de Som com toda a justiça juntando ainda a esses o Óscar de melhor edição fazendo um total de 3, e nesse em particular com uma forte concorrência. Ainda nas categorias técnicas Blade Runner 2049 ganhou 2 Óscares (Cinematografia e Efeitos Visuais) na minha opinião também ambos justos e sem dar a mínima hipótese, aliás assim que acabei de ver o filme tive a noção que dificilmente não seria o vencer da categoria de cinematografia. Os restantes foram divididos por The Shape of Water (Direcção Artística), Phantom Thread (Guarda-Roupa) e Darkest Hour (Maquilhagem) e se também não tenho dúvidas da justiça destes 2 últimos, na melhor Direcção Artística acho que qualquer um dos nomeados poderia ter ganho. 


Nos argumentos ganharam, Get Out (Original), um filme que me surpreendeu e muito e ainda por cima contra adversários bastante fortes. No adaptado ganhou um filme que foi altamente sobrevalorizado na minha opinião (Call Me by Your Name), sendo que a meu ver teria um destinatário mais justo se tivesse sido entregue a The Disaster Artist. Destaco ainda que talvez pela primeira vez em muito tempo houve em geral melhores argumentos originais do que adaptados.

Nos Óscares principais foi então onde finalmente se destacou o filme que possivelmente mais gostei de 2017, ThreeBillboards Outside Ebbing, Missouri, com Sam Rockwell a levar a tão ambicionada estatueta contra uma concorrência de respeito no Óscar para o melhor actor secundário, justo na minha opinião mas bastante difícil de obter sem dúvida. Enquanto Frances McDormand, que fez um papel brilhante também vence mas na categoria de melhor actriz principal deixando muito longe as “estreantes nas nomeaçõesMargot Robbie em I, Tonya e Saoirse Ronan em Lady Bird e a ligeiramente mais experiente Sally Hawkins em The Shape of Water…a quinta nomeada já tem praticamente uma nomeação vitalícia, falo como é óbvio de Meryl Streep com o seu papel em The Post. Na melhor actriz secundária Allison Janney com o seu sensacional papel de Mãe de Tonya Harding em I, Tonya dizimou qualquer possibilidade de um desfecho diferente nesta categoria. No melhor actor principal tínhamos “apenas e só”, Daniel Day-Lewis em Phantom Thread, Denzel Washington em Roman J. Israel, Esq. e Gary Oldman em Darkest Hour como grandes favoritos e acabaria mesmo por ser a primeira vez que Daniel Day-Lewis perdia um Óscar, o multifacetado e genial Gary Oldman viu finalmente reconhecido o seu vasto talento pela Academia com a sua interpretação do histórico e Sui generis Winston Churchill


Na realização vitória para o grande favorito Guillermo Del Toro com The Shape of Water, de facto um filme que não me cativou mas onde é facilmente distinguível o excelente trabalho do realizador, destaco ainda a primeira (sim, inacreditavelmente a primeira) nomeação como realizador para Christopher Nolan na minha opinião talvez a mente mais brilhante do cinema Norte-Americano já desde há uns anos. No momento mais aguardado da noite e sem surpresa a vitoria no Óscar de melhor filme recaiu sobre The Shape of Water quando claramente na minha opinião só entre os nomeados havia vários filmes mais apelativos.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Between The Buried And Me - Automata I (2018)


Between The Buried And Me também estão de regresso em 2018 com o seu novíssimo álbum “Automata I” que aparentemente é apenas a primeira parte de um duplo álbum. Tal como o seu predecessor (“Coma Eliptic”) “Automata I” está praticamente “liberto” do furioso Metalcore doutros tempos da banda para estar decisivamente impregnado em Metal Progressivo. “Automata I” carrega uma sonoridade que assenta num Progressivo Ambiental por vezes a fazer lembrar Porcupine Tree e Riverside onde facilmente se nota que a “perda de peso” é intencional não casual, o que para mim se vai tornar numa quase inevitável perda de identidade por porte dos Between The Buried And Me. “Blot” é para mim sem dúvida a música mais cativante de “Automata I”.

6.5/10

terça-feira, 3 de abril de 2018

The Crown - Cobra Speed Venom (2018)


No mesmo espectro musical que os Vader estão os também regressados The Crown com o seu novo trabalho “Cobra Speed Venom”. A grande vantagem dos The Crown acaba por ser em simultâneo o seu “handicap”, se à partida, musicalmente os The Crown dificilmente não garantem um nível mínimo de qualidade em cada álbum que fazem, também é verdade que a falta de originalidade na composição das musicas é por demais evidente. “Cobra Speed Venom” possui riffs verdadeiramente enérgicos, tecnicamente intratáveis e tal como no caso dos Vader a puxar ao Thrash de Slayer. Não estaria no entanto a ser sincero se não dissesse que os The Crown continuam a não ter nada de inovador ou refrescante presente na sua música. Destaco “Destroyed By Madness”, “Iron Crown”, “We Avenge” e “Necrohammercomo as melhores faixes de Cobra Speed Venom”. 

7/10