Já foi há mais de um mês é
verdade, e apesar de (com muita pena minha) não ter acompanhado a cerimónia, o Espelho Distópico não poderia passar ao
lado dos Óscares como é óbvio. No
entanto como não vi o espectáculo vou apenas me restringir à justiça (ou falta
dela) da atribuição das tão cobiçadas estatuetas.
Vi praticamente todos os filmes
nas principais categorias, mas como já vem sendo hábito não vou comentar as
categorias de documentários; animação; banda sonora/música e filmes
estrangeiros porque vi pouquíssimos filmes destas mesmas categorias.
Nas categorias técnicas Dunkirk conquistou os Óscares de melhor Montagem e melhor Mistura de Som com toda a justiça juntando ainda a esses o Óscar de melhor edição fazendo um total
de 3, e nesse em particular com uma forte concorrência. Ainda nas categorias técnicas
Blade Runner 2049 ganhou 2 Óscares (Cinematografia e Efeitos Visuais) na
minha opinião também ambos justos e sem dar a mínima hipótese, aliás assim que
acabei de ver o filme tive a noção que dificilmente não seria o vencer da
categoria de cinematografia. Os
restantes foram divididos por The Shape of Water (Direcção Artística), Phantom Thread (Guarda-Roupa) e Darkest Hour
(Maquilhagem) e se também não tenho dúvidas
da justiça destes 2 últimos, na melhor Direcção Artística acho que qualquer um dos
nomeados poderia ter ganho.
Nos argumentos ganharam, Get Out (Original), um filme que me surpreendeu e muito e ainda por cima contra
adversários bastante fortes. No adaptado
ganhou um filme que foi altamente sobrevalorizado na minha opinião (Call Me by Your Name), sendo que a meu
ver teria um destinatário mais justo se tivesse sido entregue a The Disaster Artist. Destaco ainda que
talvez pela primeira vez em muito tempo houve em geral melhores argumentos
originais do que adaptados.
Nos Óscares principais foi então onde finalmente se destacou o filme
que possivelmente mais gostei de 2017, ThreeBillboards Outside Ebbing, Missouri, com Sam Rockwell a levar a tão ambicionada estatueta contra uma concorrência
de respeito no Óscar para o melhor actor
secundário, justo na minha opinião mas bastante difícil de obter sem dúvida.
Enquanto Frances McDormand, que fez
um papel brilhante também vence mas na categoria de melhor actriz principal deixando muito longe as “estreantes nas nomeações” Margot Robbie em I, Tonya e Saoirse Ronan em Lady Bird e
a ligeiramente mais experiente Sally
Hawkins em The Shape of Water…a
quinta nomeada já tem praticamente uma
nomeação vitalícia, falo como é óbvio de Meryl
Streep com o seu papel em The Post.
Na melhor actriz secundária Allison Janney com o seu sensacional papel de
Mãe de Tonya Harding em I, Tonya dizimou qualquer possibilidade
de um desfecho diferente nesta categoria. No melhor actor principal tínhamos “apenas e só”, Daniel Day-Lewis em Phantom
Thread, Denzel Washington em Roman J. Israel, Esq. e Gary Oldman em Darkest Hour como grandes favoritos e acabaria mesmo por ser a
primeira vez que Daniel Day-Lewis
perdia um Óscar, o multifacetado e
genial Gary Oldman viu finalmente
reconhecido o seu vasto talento pela Academia
com a sua interpretação do histórico e Sui generis Winston Churchill.
Na realização vitória para o grande favorito Guillermo Del Toro com The
Shape of Water, de facto um filme que não me cativou mas onde é facilmente distinguível
o excelente trabalho do realizador, destaco ainda a primeira (sim,
inacreditavelmente a primeira) nomeação como realizador para Christopher Nolan na minha opinião
talvez a mente mais brilhante do cinema
Norte-Americano já desde há uns anos. No momento mais aguardado da noite e
sem surpresa a vitoria no Óscar de
melhor filme recaiu sobre The Shape
of Water quando claramente na minha opinião só entre os nomeados havia vários
filmes mais apelativos.
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