Six Feet Under - Nightmares Of The Decomposed (2020)

E para o derradeiro post de Setembro vamos à review de mais um álbum que sai na próxima sexta-feira, nada mais, nada menos do que o décimo terceiro álbum de originais dos Six Feet Under intitulado ‘Nightmares Of The Decomposed’. A banda fundada pelo icónico Chris Barnes (Ex-Cannibal Corpse) conta já com uns incríveis 25 anos de carreira pautados por altos e baixos e muitas entradas e saídas de membros. Se o início de carreira dos Six Feet Under foi bastante prometedor com o passar dos anos a qualidade musical foi decaindo progressivamente culminando neste ‘Nightmares Of The Decomposed’ muito provavelmente o pior álbum da banda. Infelizmente são diversos os pontos negativos de ‘Nightmares Of The Decomposed’, desde logo a abafada e titubiante voz de Barnes, passando por entre uma temporização absurda e imóvel, ritmos de bateria completamente descompassados e infrutíferos, uma composição musical obsoleta e uma generalizada falta de criatividade, até a produção deixa bastante a desejar. ‘Nightmares Of The Decomposed’ é um tiro completamente ao lado por parte dos Six Feet Under, o seu Zombie Death Metal precisa urgentemente de um abanão para sair do vaticinado tédio em que se encontra. 

5/10

 

Enslaved - Utgard (2020)

 

É uma das bandas que reconhecidamente esbanja criatividade, falo dos Noruegueses Enslaved que três anos depois de ‘E’ estão de volta com o seu décimo-quinto álbum de originais. Desde o álbum ‘Isa’ que os Enslaved tem inovado e de maneira, depois de um passado austero e demoníaco onde o Black Metal era tirano a banda evoluiu o seu som para um estilo onde para além de serem pioneiros são praticamente os únicos a pratica-lo, uma mescla de Black Metal Progressivo com Folk. Em ‘Utgard’ no entanto a abordagem da banda foi algo diferente que nos foi habituando, focando-se essencialmente na parte ambiental em detrimento da complexidade das composições, nota-se também uma intensificação das vocalizações mais límpidas e umas tímidas influências de Rock Progressivo perfeitamente audíveis nas faixas ‘Homebound’, ‘Storms Of Utgard’ e ‘Distant Seasons’ ou mesmo uma declarada homenagem ao Post-Punk dos Kraftwerk ou New Order na sensacional e invulgar ‘Urjotun’. ‘Utgard’ não será por ventura o melhor álbum do quinteto Norueguês, até porque a banda já apresentou num passado recente trabalhos com um grau de complexidade e dificuldade técnica muito mais elevada, não deixa no entanto de ser um álbum com uma generosa dose de criatividade e diversidade.

 7.5/10

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Static-X - Project: Regeneration Vol. 1 (2020)

 

De todos os regressos este era talvez o menos provável, falo dos Static-X com o seu novo álbum ‘Project: Regeneration Vol. 1’. Depois do trágico desaparecimento do carismático e incontornável Wayne Static, mentor e fundador dos lunáticos Static-X penso que ninguém esperaria um regresso da banda, não obstante e embora seja eticamente discutível, os Static-X estão mesmo de volta. ‘Project: Regeneration Vol. 1’ conta com formação original de ‘Wisconsin Death Trip’ o genial álbum de estreia da banda e com Xer0 nas vocalizações (que apesar dos fortes rumores que seja Edsel Dope da banda Dope ainda está por identificar), o álbum conta ainda com algumas antigas e revigoradas demos previamente gravadas por Wayne. Erroneamente catalogados como uma banda de Nu-Metal os Static-X cedo trilharam o seu solitário caminho apresentado a sua parafernália Industrial e Electrónica com vincadas influencias de bandas como White Zombie ou Ministry e mesmo reminiscências da maquinaria de Fear Factory. Apesar da sentida ausência do lendário Wayne, ‘Project: Regeneration Vol. 1’ recupera consideravelmente a essência do que os Static-X de melhor já produziram. Faixas como ‘Hollow’, ‘Terminator Oscillator’, ‘Accelerate’, ‘My Destruction’ e ‘Something of My Own’ são bem representativas da inequívoca qualidade de ‘Project: Regeneration Vol. 1’. Um ultimo destaque para a excelência da produção a realçar e de que maneira todos os pormenores da miscelânea sonora de ‘Project: Regeneration Vol. 1’. 

8/10 

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Anaal Nathrakh - Endarkenment (2020)

 

Os profetas do apocalipse também estão de volta, falo portanto dos Britânicos Anaal Nathrakh a propósito da sua nova criação, ‘Endarkenment’. A dois anos de distância de ‘A New Kind Of Horror’, ‘Endarkenment’ transporta-nos instantaneamente para o corrupto, apocalíptico, distópico e tenebroso universo dos Anaal Nathrakh, onde o Black Metal furioso, vertiginoso demoníaco e intrépido absorve breves influências de Grindcore e Industrial evidentes na infinita e alucinante espiral de robóticos blastbeats e encorpados e dilacerantes riffs com uma aura de Death Metal. Tal como é comum na composição musical dos Anaal Nathrakh, Dave Hunt (V.I.T.R.I.O.L.) varia as suas vocalizações entre os corruptos berros e a voz límpida gerando assim uma atmosfera épica ainda que apenas provisoriamente. Destaque para as extraordinárias ‘The Age Of Starlight Ends’, ‘Create Art, Though The World May Perish’ e ‘Punish Them’. Tal como também vem sendo habito a minha única crítica negativa a ‘Endarkenment’ assenta na notória incapacidade dos Anaal Nathrakh saírem da sua zona de conforto, apesar da sua fórmula de composição lhes garantir um relativo e imediato sucesso continua também a ser um evidente bloqueio na sua criatividade.

7.5/10  

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