sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Enslaved - E (2017)



Dois anos volvidos e eis que chega o tão esperado sucessor de “InTimes”, pois então os Enslaved voltaram do seu sono criativo com este novíssimo “E”. O álbum tal como é habitual não soa tão atractivo logo nas primeiras audições mas faz crescer no ouvinte uma vontade de ouvir “E” “só mais uma vez. Já longe das suas raízes de Black Metal os Enslaved são por esta altura quase definidores de um estilo, uma espécie de Tríade Black/Folk/Progressivo. “E” esta no entanto longe de ser prefeito até porque os Enslaved já provaram que conseguem melhor, se há músicas de grande qualidade como “The River's Mouth” ou “Sacred Horse” (talvez a melhor musica que ouvi em 2017) as outras faixas decaem uns patamares, talvez devido à uma subtil regressão em termos de peso, talvez devido à mudança de vocalista, é difícil de impor uma certeza absoluta. Os Enslaved tem a meu ver ser sempre a fasquia bastante alta e talvez por isso “E” fique atras dos melhores trabalhos da banda, não posso deixar de dizer no entanto que mesmo assim supera muito do Metal (despromovido de ideias) que se foi ouvindo ao longo de 2017.

7/10


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Samael - Hegemony (2017)



Samael é uma das minhas bandas preferidas sem dúvida e juntamente com os The Kovenant as duas bandas que derrubaram em definitivo o muro entre o Metal mais extremo e o Eletrónico. Com a chegada de Outubro chegou também o novo trabalho da banda intitulado “Hegemony”, e é já com grande certeza que posso afirmar que é sem dúvida o melhor álbum dos Samael desde o longínquo “Passage”. “Hegemony” tem na sua génese o Black Metal compassado e temporizado já habitual a que se junta a também já habitual forte componente Eletrónica em que os Samael já provaram e continuar a provar serem magníficos, “Hegemony” tem ainda e bem vincada uma vertente Sinfónica que dá ao álbum um cariz quase épico que fortalece e aglomera toda a sua composição. Destaque também para a brilhante Vocalização de Xy, neste momento um dos melhores vocalistas dentro do universo do Metal. “Hegemony” tem uma qualidade média entre todas as faixas excelente e até uma espécie de fio condutor a entreliga-las mas não posso deixar de destacar as geniais “Black Supremacy”, “Against All Enemies” e “Dictate Of Transparency”.

8.5/10

sábado, 21 de outubro de 2017

Iperyt - Totalitarian Love Pulse (2006)



Outra banda que prendeu a minha atenção ultimamente foram os Iperyt, oriundos da Polónia e com um Black Metal já pouco tradicional fundido com Industrial tiveram em 2006 a sua estreia em álbuns de originais com “Totalitarian Love Pulse”. O álbum é uma verdadeira máquina de destruição, uma batida de bateria completamente mecanizada, riffs infernais e nervosos e uma componente Industrial bastante vincada, um tudo isto a juntar a uma velocidade alucinante fazem de “Totalitarian Love Pulse” um álbum a não perder. O som sujo e verdadeiramente agressivo faz lembrar a fase inicial de Anaal Nathrakh só para se ter uma noção do poder de “fogo” destes Iperyt. “Abuse You”, “Filthy Criminals” e “Superior Breed” são para mim as melhores faixas deste tornado infernal e apocalíptico chamado “Totalitarian Love Pulse”. E está por aí a chegar o novo trabalho dos Iperyt, ainda em 2017 presumo.

8/10

Dragged Into Sunlight - Hatred for Mankind (2009)



Uma descoberta recente bastante agradável foram os Dragged Into Sunlight. Comecei por ouvir o seu álbum de estreia “Hatred for Mankind”, e que álbum, simplesmente genial, uma apuradíssima e refrescante mistura de Black Metal, um Sludge sujo (muito sujo) e até riffs de Death Metal que juntos criam uma sonoridade poderossima e aterradoramente sofisticada. “Boiled Angel / Buried with Leeches”, “Volcanic Birth” e “To Hieron” são verdadeiras bombas sonoras de energia acumulada. Pode-se dizer que os Dragged Into Sunlight começaram a carreira com um nível impressionantemente alto e difícil de voltar sequer a igualar, e quando vários estilos de Metal começam a dar sinais evidentes de banalização, “standardização” e produção em excesso os Dragged Into Sunlight pelo contrário voltam a por a palavra underground na linha da frente. Grande álbum e grande banda.

8.5/10

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Cradle Of Filth - Cryptoriana: The Seductiveness Of Decay (2017)



Depois de “Midian” foi numa torrente de álbuns que se transformou a carreira dos Cradle Of Filth, muitos deles de qualidade bastante duvidosa. Outrora a banda mais importante de Black Metal não escandinavo os Cradle Of Filth chegam a 2017 com mais um álbum de originais de seu nome “Cryptoriana: The Seductiveness Of Decay”. E o que dizer deste novo trabalho da banda?! Infelizmente nada de muito construtivo, o Black Metal dinâmico e bem composto do início de carreira dos Cradle Of Filth deu origem a esta actual amálgama de Black Metal/Gothic Metal e Symphonic Metal que reduz o som da banda a uma espécie de ciclo infinito de repetição dos últimos 15 anos. Um estranho sentimento de aborrecimento é o que me percorre ou ouvir “Cryptoriana: The Seductiveness Of Decay”, mais uma vez nada de novo, mais uma vez um uso abusivo da vertente orquestral e dos coros, mais uma vez a voz de Dani Filth a soar como se estivesse prestes a definhar, mais uma vez os mesmos riffs ultra gastos e batidos, etc. Em suma mais uma oportunidade perdida para os Cradle Of Filth apostarem em sair por segundos da sua zona de conforto.

5/10