sábado, 31 de julho de 2021

Code - Flyblown Prince (2021)

Os Code são para mim, a par dos seus conterrâneos Voices um dos mais interessantes e criativos projectos musicais oriundos da Inglaterra no pós 2000, a banda que está à beira de atingir a importante marca dos 20 anos acaba de lançar o seu quinto álbum de originais ‘Flyblown Prince’. Foi em 2002 quando os inconformados e engenhosos Andrews McIvor/Aort e Mathew McNerney/Kvohst (Dødheimsgard, Decrepit Spectre e Seth) decidiram destabilizar as fundações do Black Metal com uma inovadora e original abordagem a este infame subgénero que nasceram os Code, três anos mais tarde a banda fez a sua estreia com o bombástico ‘Nouveau Gloaming’. A chegada do Norueguês Yusaf Parvez/Vicotnik (Dødheimsgard) aos Code foi também ela importante para a incorporação de influências do vil Black Metal Norueguês acoplado à mistura entre Black Metal, Progressivo e Black Avant-Garde original da banda. No entanto depois de um promissor inicio, os Code optaram por uma progressiva “suavização” das suas sonoridades culminando no seu último álbum ‘Mut’, nessa altura o caminho parecia estar irremediavelmente traçado para um Metal Progressivo com claras influências de Procupine Tree e Riverside e eis que seis anos mais tarde, quando nada o fazia prever  a banda volta a surpreender com ‘Flyblown Prince’. ‘Flyblown Prince’ é uma espécie de ponto critico de equilíbrio de tudo os que os Code de melhor sabem fazer, uma ponderada e aglutinadora combinação entre Progressivo e Black Metal com ténues mas imprescindíveis influências de um Black Avant-Garde e Post-Black Metal. Riffs com uma elegância e emotividade agregados a uma sublime alternância de vocalizações fazem de ‘Flyblown Prince’ o melhor álbum de Black Metal de 2021 até ao momento.

8.5/10

[Sample] 

Mayhem - Atavistic Black Disorder/Kommando [EP] (2021)

Já os My Dying Bride o tinham feito à relativamente pouco tempo e desta vez foram os Mayhem, lançar um EP depois de um álbum de originais não será porventura a decisão mais lógica do mundo entanto no caso dos Mayhem penso que a justificação passará eventualmente por uma compensação pelo corte abrupto da Tour de divulgação de ‘Deamon’ provocado pela pandemia. Composto por duas partes distintas ‘Atavistic Black Disorder/Kommando’ apresenta-nos uma “parte 1” (Atavistic Black Disorder), com uma faixa original ‘Voces Ab Alta’ e outras duas ‘Black Glass Communion’ e ‘Everlasting Dying Flame’ que já tinham sido gravadas com bónus para algumas edições especiais de ‘Deamon’, qualquer uma delas bastante representativa do que é a banda na actualidade, riffs dantescos envolvidos numa atmosfera demoníaca e intrépida praticamente exclusiva dos Mayhem com a grande diferença para os seus primórdios a ser a produção de excelência. A segunda parte do EP (Kommando) que será possivelmente a parte mais interessante para muita gente (onde não me incluo) é constituída por quatro covers de bandas incontornáveis do Punk ou não estivéssemos a falar de Discharge, Dead Kennedys, Rudimentary Peni e Ramones. Uma espécie de homenagem desta lendária banda Norueguesa ao Punk

7.5/10

[Sample] 

domingo, 18 de julho de 2021

King Buffalo - The Burden of Restlessness (2021)

O trio Norte-Americano King Buffalo criado em 2013 tem sido bastante activo nos seus escassos oito anos de existência pois já conta com quatro álbuns de originais sendo que o ultimo lançado acerca de um mês, intitula-se ‘The Burden of Restlessness’. ‘The Burden of Restlessness’ é sem dúvida uma das melhores supressas de 2021 até agora, embebido numa mescla de Psychedelic Rock, Progressivo e Post-Stoner o álbum consegue extrair o melhor que a banda tem para oferecer conseguido mesmo aglutinar sonoridades que nos fazem lembrar Tool, Porcupine Tree e Deadsoul Tribe. Com uma produção a roçar a perfeição e uma secção rítmica bastante sofisticada onde se destaca o baixo em particular, o trio Norte-Americano vai explanando a sua fantástica capacidade técnica e originalidade em composições de excelência como ‘Burning’, ‘Locusts’ ou ‘Grifter’. ‘The Burden of Restlessness’ consegue manter um dificílimo equilíbrio entre o Psicadélico e o emocional com praticamente todas as faixas a começarem numa toada “envergonhada” evoluído depois para verdadeiras “masturbações” sonoras, evidenciadas por riffs a destilarem um mix de Rock Psicadélico com Progressivo

7.5/10

[Sample] 

sábado, 17 de julho de 2021

At The Gates - The Nightmare Of Being (2021)

É uma das mais respeitadas e consensuais bandas no espectro da música mais pesada, falo dos míticos At The Gates a propósito do seu sétimo álbum de originais ‘The Nightmare Of Being’. Nesta espécie de segunda vida que se iniciou com ‘At War With Reality’ e prosseguiu com ‘To Drink From The Night Itself’ a banda faz desta feita com ‘The Nightmare Of Being’ a sua mais arriscada jogada, saindo bem fora da sua zona de conforto. Seria porventura muito mais cómodo ao quinteto liderado pelo mítico Tomas Lindberg continuar a recriar a fórmula do lendário ‘Slaughter Of The Soul’ ad aeternum, no entanto ao invés disso os At The Gates optaram por uma diferente abordagem ao seu característico Death Metal Melódico ou Gothenburg Metal se preferirem incluído uma generosa dose experimentalismo onde sobressem a inclusão do saxofone em ‘Garden Of Cyrus’ ou a tendência para a introdução de elementos Progressivos nos riffs em simbiose com uma aura mais ambiental notória na maioria das faixas de ‘The Nightmare Of Being’. Em suma, os At The Gates conseguem em ‘The Nightmare Of Being’ não só o mérito de provar mais uma vez que não se limitam a “dormir” na sombra do seu sucesso do passado como conseguem também ter a mestria de romper com a falta de criatividade e originalidade que tanto marca este subgénero em particular. 

7.5/10

[Sample] 

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Bossk - Migration (2021)

Uma pausa no separador do cinema para voltarmos a falar de música, começando desde já por analisar o segundo álbum de originais dos Ingleses Bossk, ‘Migration’. Engane-se quem pensa que os Bossk são uma banda recente pois apesar de apenas ter dois álbuns no cardápio este quinteto Britânico já leva nada mais, nada menos do que 15 anos de carreira. ‘Migration’ é um que álbum que tanto tem de interessante como de esquizofrénico, interessante devido a particular abordagem dos Bossk à quase indissociável mistura entre Sludge Atmosférico e Post-Metal que apesar de ter nascido no seio dos Neurosis tem sendo duvida evoluído e adquirindo várias roupagens ao longo dos anos, sendo que a dos Bossk revela algumas convergências com a dos Sorxe e a dos The Ditch And The Delta. A parte da esquizofrenia explica-se pela vincada dicotomia de ‘Migration’ entre as faixas ‘White Stork’, ‘Iter’ e ‘Kibo’ que nos dão a conhecer uma vertente ambiental pautada pelo Noise e o Electrónico e ‘Menhir’, ‘HTV-3’ e ‘Lira’ onde sobressai toda a energia contida da banda num Sludge maciço, mastodôntico e severo. ‘Migration’ conta também com as participações de Johannes Persson (Cult Of Luna), Josh Mckeown (Palm Reader) e vários membros dos Japoneses Endon.

7.5/10

[Sample]