quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Bleed From Within - Uprising (2013)

Se já aqui foram “dissecados” os seus três álbuns mais recentes chegou a altura de apontar o foco para a sua “trilogia” inicial começando por ‘Uprising’ de 2013, falo como já se percebeu dos Escoceses Bleed From Within. Talvez devido ao contexto ou mesmo em razão da rápida sucessão de álbuns na fase incial da sua carreira foi precisamente a seguir a este ‘Uprising’ que os Bleed From Within tiveram uma introspectiva e produtiva paragem de cinco anos. Se ‘Uprising’ mostra já de forma bastante ostensiva a qualidade técnica da banda apresenta-se em simultâneo como a última manifestação musical em que a banda de digladia para romper com os clichés do Metalcore/Deathcore e de todas as limitações de originalidade que esses subgéneros acarretam. ‘Uprising’ é sem dúvida um álbum competente, oleado e recheado de energia todavia não consegue de todo deixar uma marca de genuinidade ou linha diferenciadora para outros álbuns lançados nessa mesma altura. Outra contrariedade de ‘Uprising’ é a sua falta de distanciamento para com o chamado Gothenburg Metal, outro subgénero já comprometido por uma latente falta de criatividade. Apesar de ter alguns temas interessantes ‘Uprising’ acaba inevitavelmente por se tornar um álbum entediante após repetidas audições. 

7/10

[Sample] 

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

SikTh - Death Of A Dead Day (2006)

Já aqui escalpelizámos o seu último trabalho de originais ‘The Future In Whose Eyes?’ (2017) e recentramos agora de novo o foco nos Britânicos SikTh para falar da sua segunda iteração recuando para esse efeito a 2006. Os SikTh distinguem-se como uma banda que encaixa as suas sonoridades algures entre o Mathcore e Progressive Metalcore e são a par dos Norte-Americanos Between The Buried And Me as duas grandes bandas de referência neste domínio. No sentido inverso de ‘The Future In Whose Eyes?’ onde a predominância do Metalcore é mais vincada ‘Death Of A Dead Day’ mostra-nos uns SikTh mais apostados em expor a sua evoluída capacidade técnica agregada a um quase inesgotável filão criativo. Contudo ‘Death Of A Dead Day’ não consegue ombrear com a qualidade do que viria a ser o seu sucessor pois o álbum apresenta um deficit de homogeneidade e consistência difícil de contrariar. A classe e excelência de temas como ‘Bland Street Bloom’, ‘Way Beyond The Fond Old River’, ‘Another Sinking Ship’ e ‘As The Earth Spins Round’ infelizmente não se replicam durante uma considerável parte de ‘Death Of A Dead Day’. 

7/10

[Sample] 

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Generation Of Vipers - Coffin Wisdom (2014)

Foi o último sinal de vida dos Norte-Americanos Generation Of Vipers e já data de 2014, falo do seu quarto álbum de originais ‘Coffin Wisdom’. Três anos depois do formidável e poderoso ‘Howl And Filth’ os Generation Of Vipers voltam a incendiar as hostes com ‘Coffin Wisdom’. ‘Coffin Wisdom’ talvez não atinja o mesmo clímax do seu antecessor todavia tem particularidades que o torna não só um álbum interessante como ousado até, desta feita o trio oriundo do Tennessee fortalece a sua bem oleada coligação entre Sludge Metal e Post-Metal com um evidente e inusitado travo a Hardcore transitório para Post-Hardcore. Se os riffs continuam a destilar um soberano, intratável e maciço groove a fazer sobressair a rugosidade de um Sludge assombrado pelo já mencionado Hardcore o que dizer da fantástica secção rítmica pautada por uma enérgica e ultra dinâmica “sociedade” entre a bateria e o baixo. Destaco a vibrante pulsação do Hardcore em ‘Haunted’, o dissimulado piscar de olho ao Stoner de ‘Stolen Voices’ a intensidade e robustez do Sludge em ‘Damaged Awake’.   

8/10

[Sample] 

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Disillusion - Ayam (2022)

Outubro de 2022 vai também ficar marcado pelo regresso dos Germânicos Disillusion com o seu novo trabalho de originais ‘Ayam’. Depois da desilusão (no pun intended) que foi ‘The Liberation’ pairava uma nuvem de incerteza acerca do que se esperar deste ‘Ayam’ todavia essa incerteza foi de alguma maneira comandada pela esperança que este novo álbum superasse o seu antecessor o que acabou por acontecer. Com uma sonoridade assente no Metal Progressivo os Disillusion estão longe de ser apenas mais uma banda do rebanho e os seus dois primeiros álbuns comprovam-no sem margem para dúvidas, sendo que neste género em particular a técnica bem acima da média acaba por ser o padrão o quarteto Alemão distingue-se das demais bandas pela sua reconhecida criatividade. ‘Ayam’ mostra-nos uns Disillusion com uma rejuvenescida vontade de fazer pontes com o seu passado, recuperando alguns filões abandonadas em ‘The Liberation’ factor que se veio a relevar decisivo no resultado final do álbum. ‘Ayam’ continua ainda longe do esplendor da fase inicial da carreira da banda contudo aparenta recolocar os Disillusion novamente no caminho certo, destaco os dois temas iniciais ‘Am Abgrund’ e ‘Tormento’ com os melhores do álbum. 

7/10 

[Sample]