The Creator (2023)

É um conceito que tem sido explorado insistentemente no género Sci-Fi, nomeadamente nas franquias ‘Matrix’ e ‘Terminator’, falo como é óbvio do fascinante conflito entre a raça humana e as máquinas. ‘The Creator’ recupera mais uma vez esse conceito ficando logo à partida condicionado pela falta de originalidade que não sendo um pecado capital na actualidade da indústria cometográfica acaba por ser um forte indicador da crise de criatividade da mesma. Gareth Edwards que se deu a conhecer ao mundo pela realização de ‘Rogue One’ apresenta-nos desta feita uma realidade futurista pautada pela guerra entre as máquinas e os humanos onde o protagonista Joshua/John David Washington ainda em sofrimento pela desaparecimento da sua mulher Maya/Gemma Chan é recrutado pelas forças pro-humanidade para uma importante missão que consiste em capturar a derradeira arma das máquinas, uma ultra sofisticada A.I. conhecida por The Creator. Ora essa A.I. mais não é do que uma “criança” com quem Joshua acaba por ganhar afinidade e rebaptizar de Alphie. ‘The Creator’ não será de todo um filme medíocre apesar da sua já comentada falta de originalidade, todavia podia e devia presentear-nos com algum tipo de imprevisibilidade, pois apesar de bons momentos de acção alicerçados num C.G.I competente e eficaz a história vai-se afunilando numa monotonia sem lugar para acontecimentos inesperados ou impactantes.  

7/10

[Trailer]

Sâver - From Ember and Rust (2023)

2023 É também o ano que assinala o regresso dos Noruegueses Sâver. Quatro anos depois da sua estreia com o interessante e promissor ‘They Came With Sunlight’ o trio Escandinavo retorna com o seu sucessor, ‘From Ember and Rust’. É notória a consolidação e fermentação sonora dos Sâver neste hiato de quatro anos, apesar do seu terreno de eleição continuar a ser a eterna aliança entre o Post-Metal e o Sludge as diferenças entre ‘From Ember and Rust’ e o seu antecessor são evidentes, os Sâver estão mais maduros mas simultaneamente mais imponentes e austeros, os resquícios de Doom Metal foram descartados completamente em prol de sonoridades ainda mais gravitacionais, insensíveis e cruas confirmando alguns pontos de contacto com os seus colegas de editora LLNN. Temas como ‘Formless’, ‘The Object’ e ‘All In Disarray’ confirmam uns Sâver que apesar de apostaram numa fórmula de Post-Metal/Sludge Metal tendencialmente convencional conseguem ainda assim apresentar uma interessante evolução sonora guiada pela criatividade e pela ousadia.

7.5/10 

[Sample]

The Killer (2023)

Não tem sido um ano particularmente pródigo em filmes de qualidade, mas o mesmo raciocínio pode-se aplicar a qualquer ano da última década. Com o selo Netflix, o que por si só não é necessariamente sinonimo de qualidade, ‘The Killer’ apresenta-se como um filme que nos faz lembrar outros tempos do cinema, onde o argumento perdura como sendo o elemento essencial do filme. Com o idolatrado David Fincher a cardo da realização e Michael Fassbender como protagonista ‘The Killer’ cativa quase desde o primeiro minuto, não será nunca um filme de excelência mas nos dias que correm passa perfeitamente por um filme bem acima da mediocridade generalizada. Sempre acompanhado pela voz do narrador Fassbender ‘The Killer’ conta-nos a história de um ‘hitman’ na primeira pessoa, desde o seu modos operandi passando pelos seus medos e ansiedades. Fassbender foi sem dúvida uma escolha perfeita para o papel e Fincher volta a mostrar que ainda é um dos poucos mestres do cinema made in Hollywood que não se deixa corromper por pressões externas. Duas últimas notas, uma para a formidável participação da multifacetada Tilda Swinton e outra o fantástico regresso da dupla Trent Reznor/Atticus Ross mais uma responsável por uma banda sonora de excelência num filme de Fincher. 

7/10

[Trailer]

57 Seconds (2023)

E eis que alguém revolve arriscar em Josh Hutcherson/Franklin Fox (talvez a cara mais memorável da franquia Hunger Games logo depois de Jennifer Lawrence) como protagonista num filme. O filme em questão intitula-se ’57 Seconds’ e a sua narrativa centra-se essencialmente na vida de Franklin Fox, um ambicioso jovem blogger com um fascínio por tecnologia que ao conhecer o seu ídolo Morgan Freeman/Anton Burrell (uma espécie de entidade no que a tecnologia diz respeito), encontra acidentalmente um anel que lhe permite recuar no tempo precisamente 57 segundos. Recuperando a mesma fórmula usada em filmes como ‘Lucy’ ou ‘Limitless’, ‘57 Seconds’ acaba por ser um filme que deixa um pouco a desejar em termos de originalidade, sim é verdade que o conceito é ligeiramente diferente mas não o suficiente para o desenrolar da história não tender para uma inevitável previsibilidade. Curiosamente o pecado capital de ’57 Seconds’ acaba por nem ser esse mas sim uma completa mediocridade no âmbito dos personagens e suas respectivas interpretações, não, o talento inato de Freeman não passa por telepatia para os actores circundantes. Huctcherson tem um prestação que não entusiasma ninguém e Lovie Simone na pele de Java consegue fazer pior ainda, salva-se Greg Germann/Sig Thorenson, ele que se se tornou célebre pela sua participação na serie Ally Mcbeal.

5/10