sábado, 30 de novembro de 2019

Crowsview - Lost Resistance (2018)


Esqueçam tudo o que sabem sobre Metalcore, os desconhecidos Crowsview nada têm a ver com o melódico e mainstream Metalcore Norte-Americano dos Trivium ou Killswitch Engage, o paradigma é completamente diferente. Os Crowsview são uma banda Belga que lançou em 2018 o seu primeiro e único álbum de originais até ao momento, de seu nome ‘Lost Resistance’. Metalcore é supostamente o subgénero de eleição dos Crowsview, no entanto quem ouvir ‘Lost Resistance’ fica boquiaberto com o poder avassalador do álbum, é verdade que o Metalcore é reconhecível mas com demarcadas e profundas influências de Hardcore e Thrash Metal dos anos 90. ‘Lost Resistance’ é um verdadeiro rolo compressor de intempestivos, sólidos e dinâmicos riffs carregados de groove e alma. ‘Lost Resistance’ é também intencionalmente e em simultâneo imponente e dilacerante, sem quebras nem suavizações numa onda choque de imensa magnitude. Correndo o risco de ser injusto ao destacar uma faixa de ‘Lost Resistance’ vou arriscar em ‘Of Skin And Nails’ como a mais preponderante. Os Crowsview vão a meu ver, deixar o anonimato a muito curto prazo. 

8/10 

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Coilguns - Millennials (2018)


Depois da apropriada review a ‘Watchwinders’ vamos agora centrar a atenção no segundo álbum dos imprevisíveis Coilguns, de seu nome ‘Millennials’. Os Coilguns têm a virtude de ser uma banda quase impossível de catalogar ou definir tal não é a alternância de influências apresentada não só em cada álbum como também em cada faixa. ‘Millennials’ está longe de ser a excepção, por certo que se pode arriscar a apontar a sua linha condutora como uma mescla de Post-Hardcore, Noise Rock e Mathcore, mas são momentaneamente audíveis outras influências tais como Punk, Sludge e Progressivo ao longo do álbum. ‘Millennials’ tem como características fundamentais os riffs passivo-agressivos, cruéis e caóticos acompanhados de ritmos simultaneamente frenéticos e tribais na bateria e uma verdadeira odiosa e intempestiva vocalização. Destaco a faixa ‘Deletionism’ como o clímax de ‘Millennials’.

7/10

domingo, 24 de novembro de 2019

Lord Mantis - Universal Death Church (2019)


Uma das bandas que que mais me cativou no últimos tempos (Lord Mantis), está de volta com o seu quarto álbum de originais de seu nome ‘Universal Death Church’. Depois de ‘Pervetor’ e ‘Death Mask’, já devidamente escalpelizados aqui no Blog chega agora em 2019 ‘Universal Death Church’. Com um poderoso impacto, ‘Universal Death Church’ tende a tornar-se com uma invulgar facilidade num dos melhores álbuns do ano. Os Lord Mantis continuam a ser fiéis a si próprios com a sua habitual perfeita amálgama de Black Metal / Sludge adornada com resquícios de Doom e Industrial onde a polidez não tem lugar. ‘Universal Death Church’ tem uma aura muito própria de sujidade infernal e decadência como só os Lord Mantis conseguem promover, onde a demarcada essência de riffs cáusticos e odiosos complementados por estridentes e corrosivas vocalizações são os principais atractivos. Faixas como ‘Qliphotic Alpha’, ‘Damocles Falls’ e ‘Fleshworld’ vão sem grande oposição, se tornar em simultâneo quer das melhores músicas do ano quer das melhores músicas dos Lord Mantis. ‘Universal Death Church’ é em suma um brilhante trabalho de composição musical. 

9/10 

domingo, 17 de novembro de 2019

The Deathtrip - Demon Solar Totem (2019)


Inicialmente um projecto do multifacetado Aldrahn (Dodheimsgard, Thorns, Urarv), os The Deathtrip lançaram em 2015 o seu álbum de estreia ‘Deep Drone Master’, no entanto passados cinco anos e tal como já tinha acontecido nos Dodheimsgard, Mathew Joseph McNerney a.k.a. Kvohst (Code, Decrepit Spectre, Dodheimsgard, Hexvessel) deu continuidade à banda após a saída de Aldrahn, o que resultou no lançamento do seu segundo álbum de originais intitulado ‘Demon Solar Totem’. Musicalmente ‘Demon Solar Totem’ é um álbum particularmente interessante, recuperando muito da essência do Black Metal Norueguês dos anos 90 em jeito de revivalismo e contando com a exemplar e extraordinária voz de Kvohst como complemento. ‘Demon Solar Totem’ é também caracterizado por uma intencional dualidade na velocidade dos riffs tão comum no Black Metal alternando essa fúria desenfreado com momentos de mais acalmia e melodia como é notório em faixas como o tema titulo ‘Demon Solar Totem’, ‘Enter Spectral Realms’ ou ‘Angel Fossils’. Destaco ‘Abraxas Mirrors’ como a música mais emblemática de ‘Demon Solar Totem’.

7.5/10

sábado, 16 de novembro de 2019

Schammasch - Hearts of No Light (2019)


Depois de já por duas vezes terem sido alvo de destaque aqui no blog com ‘Contradition’ e ‘Triangle’ os Suíços Schammasch estão de volta com o seu mais recente álbum ‘Hearts of No Light’. Não fosse o raríssimo fenómeno do lançamento de um álbum de Tool este ano e não teria qualquer dúvida em apontar ‘Hearts of No Light’ como o melhor álbum de 2019. ‘Hearts of No Light’ é o seguimento lógico de “Triangle” mas com uma qualidade exponenciada, um álbum verdadeiramente fantástico, como uma interessantíssima amálgama musical que vai deste o Black Ambiental passando pelo Gothic, Doom, Ethnic ao Black Avant-Garde, onde cada musica vale por si só e tem uma história própria. Em ‘A Brigde Alaze’ predomina o ambiente melancólico, enquanto ‘Innermost, Lowermost Abyss’ mais parece uma intemporal viagem espiritual com laivos de tribal contrastando com o Black Metal Avant-Garde, sofisticado e compassado de ‘Ego Sum Omega’ e ‘Qadmon's Heir’ ou até com ‘A Paradigm of Beauty’ onde são escandalosas as influências de New Order e Sisters of Mercy. ‘Hearts of No Light’ é em suma um álbum com várias camadas, caracterizado pela sua pluralidade musical onde o poder da composição tem comprovadamente mais peso que o medo do risco. Destaco ainda a sensacional e épica voz de Christopher Ruf (C.S.R.) e, a que ficará para mim não só como a melhor faixa do álbum mas também como muito provavelmente a melhor música de 2019, a magnífica e arrepiante ‘Rays Like Razors’. 

9/10