segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Black Panther: Wakanda Forever (2022)

Cinco anos depois de ‘Black Panther’ e três após a trágica morte de Chadwick Boseman/T’Challa a MCU decide revisitar Wakanda e surge então ‘Black Panther: Wakanda Forever’. Confesso que a minha expectativa estava muito mas mesmo muito em baixo para este filme, não porque o seu predecessor tenha sido um filme péssimo mas sim porque desde o anúncio de ‘Black Panther: Wakanda Forever’ que todo o processo me pareceu ultra forçado, infelizmente a escassa qualidade do filme acabou por confirmar o meu receio. ‘Black Panther: Wakanda Forever’ aglomera praticamente todos os pecados originais dos filmes para as massas da actualidade. Uma narrativa em que tudo o que é positivo e altruísta pertence exclusivamente às personagens femininas em contraste com malvadez e negatividade da personagem masculina neste caso o “vilão” Namor, uma fórmula que nada tem de surpreendente apenas de deprimente, exemplos temos vários mas posso referir ‘Birds Of Prey’ como um dos mais recentes. O argumento de ‘Black Panther: Wakanda Forever’ é compelido, desconexo e incoerente, as personagens são completamente descartáveis (duvido mesmo que alguém se lembre de alguma delas duas semanas depois da visualização do filme), e os actores são de uma mediocridade tal que nem por um segundo o expectador se consegue abstrair do facto de eles estarem a representar com o famoso “fundo verde” em segundo plano. Uma última palavra para a obscena, ridícula e deprimente caracterização do personagem Namor conhecido no universo da banda desenhada como o príncipe da Atlântida, uma abjecta falta de respeito por um dos primeiros personagens gerados pela gigante Marvel Comics

4.5/10

domingo, 26 de fevereiro de 2023

Triangle of Sadness (2022)

O excelente feedback que ‘Triangle of Sadness’ tem recebido não é de todo surpreendente, para quem já faz reviews há algum tempo o fenómeno acaba mesmo por ser espectável, todavia mais uma vez a minha critica vai ser contra corrente o que por si só não é condenável desde que ela seja correctamente fundamentada. Se existisse um Óscar para o filme mais pretensioso do ano ‘Triangle of Sadness’ certamente seria o principal favorito tal não é a prepotência da abordagem do argumentista. A história é aborrecida e incoerente ou não fosse ela focada num casal de namorados ambos modelos que embarca numa viagem de cruzeiro com pessoas abastadas que aparentam simbolizar todos os clichés possíveis. Contudo a viagem tem um final abrupto pois o navio naufraga restando aos poucos passageiros que escaparam ilesos sobreviver numa ilha deserta. ‘Triangle of Sadness’ oferece-nos uma verdadeira panóplia de indefinições e inconsistências, desde logo uma continua indecisão acerca do género cinematográfico em que se insere, pois se existem partes do filme em que o tema parece apontar para uma critica à sociedade moderna noutras parece que sobressai um humor negro de pouca eficácia e noutras ainda a atenção centra-se numa espécie de drama de sobrevivência, é verdade que toda esta amalgama podia resultar se possuísse algum tipo de consistência facto que não se verifica durante todo o filme. ‘Triangle of Sadness’ brinda-nos ainda com diálogos completamente entediantes despromovidos de qualquer finalidade ou objectivo, ainda para mais apresentados por personagens inócuas e superficiais interpretadas na sua grande maioria sem vislumbre de fulgor ou inspiração por parte dos respectivos atores.

6/10

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

In Flames - Foregone (2023)

São uma banda incontornável no domínio do Melodic Death Metal mais precisamente do Gothemburg Metal, falo dos Suecos In Flames a propósito do seu décimo quarto álbum de originais ‘Foregone’. Depois de uma sucessão de álbuns pouco atractivos devido a uma clara e enfadonha incursão em subgéneros mais mainstream os In Flames voltaram uns passos atrás nas suas sonoridades e aparentemente conformaram-se com o facto do Gothemburg Metal ser o estilo em que a banda consegue tirar o maior proveito das suas capacidades apesar de ser um beco sem saída criativo. Os In Flames têm sem dúvida uma especial apetência para contornar a evidente saturação em que este subgénero mergulhou, já o provaram variadíssimas vezes durante a sua longa carreira e ‘Foregone’ comprova-o mais uma vez. Riffs enérgicos e melódicos aliados a refrões orelhudos e sedutores potenciados pelas estimulantes vocalizações de Anders Fridén fazem de ‘Foregone’ um álbum simultaneamente apetecível e tentador ainda que possa entrar no âmbito do enjoativo após umas dezenas de audições. Destaco os quatro temas que puxam objectivamente ‘Foregone’ para um nível acima de ‘I, The Mask’, ‘Meet Your Maker’, ‘In The Dark’, ‘Cynosure’ e ‘End The Transmission’. 

7.5/10

[Sample] 

domingo, 19 de fevereiro de 2023

...And Oceans - As in Gardens, So in Tombs (2023)

2023 Fica também marcado desde já pelo regresso dos Finlandeses And Oceans com a sua segunda iteração após o “renascimento” da banda. ‘As in Gardens, So in Tombs’ é a sucessão natural de ‘Cosmic World Mother’, Symphonic Black Metal guiado por uma forte componente melódica e pela velocidade com bastantes pontos de contacto com o Symphonic Black Metal composto na década de 90 onde se podem destacar nomes como Emperor, Dimmu Borgir ou Old Man’s Child. Em ‘As in Gardens, So in Tombs’ os And Oceans apresentam centrifugadas melodias imersas numa lancinante aceleração regulada pelos riffs reincidentes e pelo ambiente preenchido pelas encorpadas melodias geradas pelos teclados. Neste “recomeço” musical os And Oceans têm apontado o seu foco numa espécie de regresso ao passado que potencia de forma exemplar as qualidades técnicas mas que simultaneamente tende a afogar a banda num estrangulamento criativo de difícil evasão, um revivalismo obsoleto que de alguma forma desprestigia a merecido título que a banda outrora já deteve, o de uma banda inovadora.

7/10

[Sample] 

sábado, 11 de fevereiro de 2023

Riverside - ID.Entity (2023)

Cinco anos depois de ‘Wasteland’ os carismáticos Polacos Riverside estão de volta com o seu oitavo álbum de originais ‘ID.Entity’. ‘ID.Entity’ é um título curioso sem dúvida, todavia ao ouvirmos o álbum percebemos que não existe uma clara e inusitada mudança de identidade musical na banda, com excepção do tema de abertura ‘Friend or Foe?’ onde se destacam as óbvias nuances Pop os Riverside continuam fiéis ao seu Rock Progressivo límpido, harmonioso e emocionalmente bastante evoluído. Na minha interpretação o título do álbum terá mais a ver com a nova formação da banda onde a entrada do “novo” guitarrista Maciej Meller em substituição do malogrado Piotr Grudziński parece ser agora um facto consumado. ‘ID.Entity’ ainda está uns furos abaixo da fantástica trilogia com que banda iniciou a sua carreira contudo temas como ‘Landmine Blast’ ou ‘I'm Done With You’ conseguem ainda que por momentos, transportar-nos de novo para essa altura. 

7.5/10

[Sample]