sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Better Call Saul (Season 1 - Season 6) (2015 - 2022)

‘Breaking Bad’ teve uma ascensão que só pode ser considerada meteórica, agregando o título de série de culto a um hype verdadeiramente estonteante, ora dois anos depois do seu final eis que surge um spin-off focalizado no famoso advogado da série, de seu nome Saul Goodman/Bob Odenkirk. ‘Better Call Saul’ centra-se essencialmente em acontecimentos anteriores a ‘Breaking Bad’ contando a conturbada história de Jimmy McGill que viria mais tarde a adoptar o nome de Saul Goodman. Confesso que comecei a ver ‘Better Call Saul’ com alguma relutância pois muitos são os exemplos de spin-offs desinteressantes cujo único objectivo aparenta ser o de lucrar com uma “marca” já estabelecida, contudo ‘Better Call Saul’ distancia-se por completo deste cliché. Não é fácil idealizar uma série quando o seu final está delimitado por uma história já existente, no entanto os produtores conseguiram não só imaginar toda uma narrativa pré ‘Breaking Bad’ como mante-la constantemente num elevado nível de interesse. Além da perspicácia de provocar os espectadores com fogachos de cenas de diferentes alturas cronológicas que tão bem já tinha funcionado em ‘Breaking Bad’, ‘Better Call Saul’ destaca a interligação entre quatro personagens fundamentais, Jimmy McGill/Saul Goodman/Bob Odenkirk, Mike Ehrmantraut/Jonathan Banks, Gus Fring/ Giancarlo Esposito e Hector Salamanca/Mark Margolis, todos eles já nossos conhecidos. Todavia são os personagens “desconhecidos” que ampliam a já elevada dimensão da série, falo de Kim Wexler/Rhea Seehorn (a eterna companheira de Saul), Nacho Varga/Michael Mando (o amargurado mas importante representante do cartel Salamanca), Chuck McGill/Michael McKean (o sui generis irmão de Saul) e Lalo Salamanca/Tony Dalton (o simultaneamente implacável e amistoso sobrinho de Hector). Durante as seis temporadas de ‘Better Call Saul’ tenho de realçar a contínua e inteligente evolução de todos os principais personagens, sem moralismos baratos e em inúmeras situações limite onde a área cinzenta entre o domínio do certo e do errado vai sendo uma rotina. ‘Better Call Saul’ reúne todas as características de uma grande série, um argumento formidável, personagens bem escritos e bem representados e uma narrativa aditiva de alguma forma decalcada do “universo” ‘Breaking Bad’ mas que acaba por ter uma vitalidade muito própria.  

8/10

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quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Only Murders in the Building - Season 2 (2022)

Prometeu muito, cumpriu as expectativas e agora está de volta para uma segunda temporada, falo de ‘Only Murders in the Building’ que regressa com mais dez episódios. Na verdade pouco há a acrescentar em relação à season 1 de ‘Only Murders in the Building’, todas as qualidades que fizeram da série um grande sucesso mantem-se inalteradas, um novo caso de homicídio mas desta vez com a principal suspeita a recair sobre Mabel Mora/Selena Gomez desperta novamente um insaciável interesse episódio após episódio. Além do nosso já conhecido trio e mais alguns habitantes do famoso edifício, a inclusão de novos personagens mantem a série sempre dentro de um ambiente refrescante e imprevisível. Os episódios continuam a ser escritos de forma irrepreensível, intrigante e com um ténue mas oportuno sentido de humor. Uma nota sobre o elenco, que parece completamente envolvido e empenhado no sucesso da série. Aparentemente ‘Only Murders in the Building’ não se vai ficar pela segunda temporada e como tal penso que a principal dificuldade que a série vai encontrar é conseguir manter o mesmo padrão de qualidade que apresentou até agora.  

7.5/10

[Trailer]  

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Bloodbath - Survival Of The Sickest (2022)

Nascidos a partir de ideia de recriar uma espécie de homenagem ao característico Death Metal Sueco do final dos anos oitenta os Bloodbath foram-se tornando num caso sério de qualidade e prestigio na actualidade do Universo da musica mais pesada e quatro anos depois do fantástico ‘The Arrow Of Satan Is Drawn’ aí estão eles de volta com ‘Survival Of The Sickest’. Confortavelmente situados na sua “ilha” sonora pautada pela agressividade e sujidade de um Death Metal quase extinto com um forte travo a ‘old School’ os Bloodbath tem consecutivamente produzido verdadeiras relíquias do subgénero em questão talvez com a excepção do malfadado ‘Grand Morbid Funeral’ e depois do nível de excelência de ‘The Arrow Of Satan Is Drawn’ a espectativa para ‘Survival Of The Sickest’ era manifestamente grande. Não conseguindo superar o seu sucessor (não era tarefa fácil) ‘Survival Of The Sickest’ também não desilude, muito pelo contrário, a massiva e impiedosa concentração de violência e cólera é furiosamente libertada nuns intensos e avassaladores 45 minutos. A grande novidade de ‘Survival Of The Sickest’ acaba por ser um subtil piscar de olhos aos fãs do chamado Zombie Death Metal tão estimado por bandas como Facebreaker ou Six Feet Under. Um merecido destaque para as formidáveis ‘Carved’, ‘Born Infernal’ e ‘Putrefying Corpse’ tema que conta com inconfundível participação de Barney Greenway, vocalista dos lendários Napalm Death

8.5/10

[Sample] 

domingo, 11 de setembro de 2022

King Buffalo - Regenerator (2022)

A trilogia que começou com ‘The Burden of Restlessness’ e continuou com ‘Acheron’ fica agora completa com ‘Regenerator’, falo dos Norte-Americanos king Buffalo a propósito do seu sexto álbum de originais. Quatro álbuns no espaço de dois anos é obra e apesar de todas as características da banda continuarem a estar bem presentes penso que ‘Regenerator’ já começa a mostrar os primeiros sinais de excesso de produtividade. A prometida trilogia está agora completa como este ‘Regenerator’, os King Buffalo continuam a “surfar” nas ondas do Rock Progressivo/Psicadélico com uma facilidade impressionante encontrando sempre espaço para incorporar a fluidez do Stoner. ‘Regenerator’ começa de forma intensa, acutilante e sedutora logo com o tema título, seguindo-se a excelente ‘Mercury’ e ‘Hours’, a meu ver a melhor faixa de ‘Regenerator’, uma incansável e possante onda de Desert Stoner aprimorada com furtivos vestígios de Progressivo. É na segunda parte do álbum que ‘Regenerator’ acaba por decepcionar um pouco com uma sequência de temas pautados por um certo afrouxamento em termos de peso o que por si só não seria condenável mas aliado a uma certa monotonia acaba incontornavelmente por deixar um travo a desinteresse. Contudo tenho que realçar a tentativa bem-sucedida de dar um abanão na pasmaceira instalada na parte final de ‘Firmament’ precisamente o ultima tema de ‘Regenerator’. 

7/10

[Sample] 

sábado, 10 de setembro de 2022

Megadeth - The Sick, The Dying... And The Dead! (2022)

Não foi fácil, não foi mesmo nada fácil a concepção do décimo sexto álbum de originais dos icónicos Megadeth, foram sete anos bastante conturbados desde ‘Dystopia’ até este ‘The Sick, The Dying... And The Dead!’. Sendo uma das bandas fundamentais do chamado Bay Area Thrash Metal os Megadeth sempre despertaram emoções fortes no universo da música mais pesada, aparentemente ninguém gosta mais ou menos da banda, ou se ama (onde me incluo) ou se odeia. Desde a saída do baixista David Ellefson (pela segunda vez) até ao cancro na garganta de Dave Mustaine quase tudo aconteceu aos Megadeth nestes últimos anos, todavia como é habitual a banda conseguiu ultrapassar todos esses obstáculos e aí está novamente em boa forma com um Dave Mustaine completamente recuperado e com uma forte e cada vez mais justificada mensagem de cariz político. Estando plausivelmente longe da qualidade dos fenomenais ‘Countdown To Extinction’ ou ‘Rust In Peace’, ‘The Sick, The Dying... And The Dead!’ mostra-nos uns Megadeth muito dinâmicos, enérgicos, polidos e contundentes. Aos formidáveis singles ‘Night Stalkers’ (que conta com a surpreendente participação do frontman dos polémicos Body Count, Ice-T) e ‘We'll Be Back’ podemos também adicionar o excelente tema título e a orelhuda e nostálgica ‘Killing Time’, faixas que alavancam o nível qualitativo de ‘The Sick, The Dying... And The Dead!’.    

7.5/10

[Sample]