quarta-feira, 31 de maio de 2023

Fórmula 1: Drive to Survive - Season 5 (2023)

Aí está a anunciada temporada 5 de ‘Fórmula 1: Drive to Survive’. Esta Season 5 é referente à época de 2022 da Fórmula 1, uma época que apesar de não atingir o clímax de dramatismo da época de 2021 tem muitos e variados pontos de interesse. Desde logo o inesperado regresso de Magnussen à Haas, passando pelas drásticas mudanças a que todas as equipas estiveram sujeitas no início da época por imposição da FIA, os melhores Ferrari da última década, uma verdadeira troca de cadeiras anunciada para a época de 2023 e os abandonos em definitivo (por razões diferentes é certo) de Vettel e Ricciardo. E se todos estes tópicos não forem suficientes para captar a atenção dos aficionados no desporto em questão ou apenas turistas do documentário, ‘Formula 1: Drive to Survive’ continua a manter os atributos que fizeram dela uma verdadeira série documental de culto, uma produção eficaz e imprevisível que consegue ultrapassar de forma inventiva e fácil os clichés do documentário. Mais uma vez os episódios vão-se seguindo de forma pouco linear sendo que o foco tanto pode recair na vitória mais efusiva de Max Verstappen como no desalento e angústia da luta titânica pelo último lugar pontuável de Yuki Tsunoda ou de Mick Schumacher. A produção de ‘Fórmula 1: Drive to Survive’ continua mais uma vez nesta Season 5 a conseguir de forma engenhosa conectar todo o glamour da do paddock com a parte mais pessoal e introspectiva dos pilotos e directores de equipa. 

7.5/10 

[Trailer]

terça-feira, 30 de maio de 2023

Psychonaut - Violate Consensus Reality (2022)

“Admitir o problema é o primeiro passo para a cura”, é uma espécie de frase cliché, muito usada como uma resolução pessoal, o caso em questão porventura não terá o mesmo grau de gravidade ainda assim tenho de admitir que foi uma falha do blog a ausência da review acerca do segundo álbum dos Belgas Psychonaut, ‘Violate Consensus Reality’. Aproximadamente cinco meses depois da sua passagem por Lisboa como os seus “padrinhos” e companheiros de Editora (Pelagic Records) The Ocean, os Psychonaut lançaram o tão esperado sucessor de ‘Unfold The God Man’, ‘Violate Consensus Reality’. Mais robusto, possante e enérgico que o seu antecessor, ‘Violate Consensus Reality’ liberta uma apaixonante, sensorial, aditiva, catártica e dinâmica vaga de Post-Metal imiscuída de forma declarada com a complexidade do Progressivo na sua vertente mais Psicadélica e de modo menos assumido com a hostilidade do Sludge Metal. Claramente inspirada pela pandemia a temática de ‘Violate Consensus Reality’ é também ela bastante interessante explanando a ideia que a raça humana talvez não precise de ser salva dela própria por um estado em modo contínuo de paternalismo. Destaque para as fabulosas faixas ‘Violate Consensus Reality’, ‘Interbeing’ e ‘A Pacifist’s Guide To Violence’. É mesmo com muita pena minha que esta review venha com este atraso pois ‘Violate Consensus Reality’ certamente que iria posicionar-se numa posição de grande evidencia nos “melhores dos ano (2022) ”. 

8.5/10 

[Sample]

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Immortal - War Against All (2023)

É uma das mais importantes bandas do Black Metal Escandinavo, falo dos icónicos Noruegueses Immortal a propósito do seu décimo trabalho de originais ‘War Against All’, contudo este não é um álbum aguardado mas sim um álbum inesperado tal não foi a ausência de promoção por parte da banda. Não tem sido tempos fáceis para os Immortal, depois da quizilenta saída de Abbath em 2015, dois anos após o formidável ‘Northern Chaos Gods’ foi Horgh a abandonar a banda, restando agora apenas Demonaz do lendário triunvirato. ‘War Against All’ é um álbum “tradicional” em todos os sentidos da palavra, não só porque é alicerçado pelo Black Metal Norueguês na sua versão mais clássica e crua mas também porque representa na perfeição as típicas sonoridades dos Immortal. Esta relutância em assumir qualquer tipo de risco é também uma espécie de barreira musical com que a banda vai convivendo mas nem sempre da melhor maneira. O Black Metal expressado por ‘War Against All’ continua a ser austero, rasgado e fulminante como sempre, continua também a ser apresentado por uma produção formidável elevando e de que maneira o primor técnico da banda, todavia esse mesmo Black Metal vai cada vez mais entrando num tendência de monotonia, saturação e repetição difícil de contrariar, nem na temática os Immortal parecem estar dispostos a arriscar um milímetro.

7.5/10

[Sample]

 

sábado, 27 de maio de 2023

Godsmack - Lighting Up The Sky (2023)

Quem também estão de volta são os Norte-Americanos Godsmack com o seu oitavo álbum de originais ‘Lighting Up The Sky’. ‘Lighting Up The Sky’ consegue ser simultaneamente um dos mais fortes candidatos a pior álbum de 2023 e um poderoso aspirante a repetir a pior nota que alguma vez aqui foi atribuída no separador da música. Depois de uma primeira década da carreira recheada de álbuns de grande qualidade tal como os seus conterrâneos Disturbed os Godsmack entraram numa verdadeira espiral negativa onde os álbuns seguem uma tendência de mediocridade quase imparável. ‘Lighting Up The Sky’ não tem um único ponto positivo que se possa apontar, atolado numa mediocridade preguiçosa o álbum torna-se insuportável num curtíssimo espaço de tempo, aliás eu dou os meus sinceros parabéns a quem o conseguiu ouvir mais do que três vezes de início ao fim. A dinâmica de Hard Rock/Alternative Metal que a banda interiorizou está completamente esgotada pelo menos há 10 anos, contudo os Godsmack insistem em apostar nesta saturada, monótona, frívola e trivial dicotomia assente em riffs que são uma cópia de uma cópia, onde não se vislumbra qualquer tipo de rasgo ou imprevisibilidade. Prevejo que ‘Lighting Up The Sky’ seja um completo desastre até na vertente comercial, e sinceramente é triste ver que a banda que compôs ‘Faceless’ chegue a esta fase da sua carreira com pouco ou nada para oferecer. 

4/10

sexta-feira, 26 de maio de 2023

The Ocean - Holocene (2023)

Eles são a banda mais relevante da exclusiva Pelagic Records e uma das mais apaixonantes bandas do espectro da música mais pesada actual, falo como é óbvio dos Germânicos The Ocean a propósito do seu regresso com ‘Holocene’ o seu nono álbum de originais, ‘Holocene’ curiosamente é também o nome do tema que encerra ‘Phanerozoic II: Mesozoic / Cenozoic’ o seu álbum anterior, pode ser apenas uma coincidência mas com os The Ocean nunca se sabe ao certo. Começa a não haver palavras para descrever os The Ocean, uma banda que exponencia emoções a um nível altíssimo com esta qualidade técnica tem de ser equacionada como genial contudo o grande mérito que os The Ocean mostram mais uma vez é a sua fantástica consistência álbum após álbum. Nas primeiras audições de ‘Holecene’ a sensação que fica é que o álbum tem uma qualidade inegável mas que os The Ocean já fizeram melhor todavia as audições vão-se sucedendo e essa recorrente sensação evolui para, “outro fantástico álbum desta banda incrível”. Faixas como ‘Atlantic’, ‘Subboreal’ ou ‘Parabiosis’ elevam ‘Holecene’ para um supremo patamar de intensidade sensorial agregado a um ambiente simultaneamente hipnótico e restrito. Uma última nota para o tema mais esquizofrénico de ‘Holecene’ ‘Unconformities’, um tema que conta com a participação da cantora Norueguesa Karin Park. ‘Unconformities’ vai sensivelmente até meio numa toada suave e triste para abruptamente se transformar numa supersónica e intensa onda de violência acumulada fazendo muito lembrar outros tempos da banda. 

8/10

[Sample]