segunda-feira, 25 de maio de 2020

Paradise Lost - Obsidian (2020)


Depois do magnífico e bastante aclamado ‘Medusa’ os Paradise Lost estão finalmente de regresso com o seu tão esperado sucessor. Quando quase todas as bandas estão a adiar para o final do ano os seus lançamentos os Paradise Lost optaram por manter a data em que ‘Obsidian’ viu a luz do dia. A palavra que melhor descreve ‘Obsidian’ será porventura ‘aglutinador’, o álbum capta na perfeição as tendências mais vincadas que a banda nos tem apresentado ao longo da sua longa carreira, deixando no entanto de lado, (como seria de esperar) a sua fase Electrónica. Se o seu Death/Doom melancólico e deprimente está inequivocamente espelhado em faixas como ‘Fall From Grace’ ou ‘Ravenghast’ a sua vertente mais Gothic tão característica dos anos 90 é perfeitamente audível em ‘Ghosts’ ou ‘Forsaken’, é até possível perceber a notória influência de Sisters of Mercy em ‘Hope Dies Young’. ‘Obsidian’ demonstra também que a versatilidade da dupla Holmes/Mackintosh está longe do seu término, a ambígua voz de Nick Holmes parece nunca perder qualidade tal como a capacidade de Gregor Mackintosh em compor riffs de excelência. Embora não chegue ao nível de ‘Medusa’, ‘Obsidian’ tem na minha opinião uma irrefutável qualidade, por exemplo, alguns furos acima da nova proposta dos seus conterrâneos My Dying Bride (‘The Ghost Of Orion). 

7.5/10

domingo, 24 de maio de 2020

S-Tool - Exitus (2020)


Depois do seu bem recebido álbum de estreia ‘Tolerance 0’ os S-Tool estão de volta passados três anos com o seu segundo álbum de originais ‘Exitus’. A banda encabeçada pelo carismático ex-Sentenced Ville Laihiala procurava com ‘Exitus’ o álbum da confirmação e penso que o objectivo foi parcialmente atingido. É um facto ‘Exitus’ não está ao mesmo nível do seu antecessor no entanto colecciona algumas faixas onde a banda exponencia o que de melhor sabe fazer como são os casos de ‘The Inhumanist’ ou ‘I Hate Yourself’. Em ‘Exitus’ os S-Tool mergulham mais uma vez num Thrash/Groove Metal orelhudo e de composições minimalistas com viciantes melodias e sedutoras distorções. 

7/10

sábado, 23 de maio de 2020

Vader - Solitude In Madness (2020)


Quatro anos depois de ‘The Empire’ e ainda com a regravação na íntegra do seu álbum de estreia (‘Ultimate Incantation’) reintitulado ‘Dark Age’ pelo meio, os Vader estão de volta com ‘Solitude In Madness’. A emblemática e respeitada banda Polaca continua a dar firmes passos na solidificação da sua já longa carreira e parece mais uma vez não acusar o peso da idade. ‘Solitude In Madness’ oferece-nos mais uma vez uma verdadeira cascata de fluidez técnica pautada como é hábito pela amálgama de pujante e enérgico Death Metal em confluência com a desenfreada rapidez do Thrash. ‘Solitude In Madness’ carrega também e uma vez mais uma atmosfera inequivocamente “old School” bem representada nos raivosos e enérgicos riffs em paralelo com a robusta e infalível voz de Piotr "Peter" Wiwczarek. Apesar das intransponíveis barreiras da monotonia e deficit de originalidade os Vader têm amadurecido sem nunca perder as suas principais virtudes, bem exemplificadas neste ‘Solitude In Madness’. 

7/10

terça-feira, 12 de maio de 2020

...And Oceans - Cosmic World Mother (2020)


Provenientes da Finlândia os And Oceans tiveram um inicio de carreira de algum modo paralelo a nomes icónicos da chamada segunda vaga de Black Metal tais como Emperor ou Dimmu Borgir, não só fruto das suas origens escandinavas mas também pela adição de elementos sinfónicos às suas sonoridades, no entanto pouco depois da viragem do milénio e com a dispersão musical do Black Metal escandinavo os And Oceans começaram progressivamente a incorporar no seu som várias influencias electrónicas sendo o expoente máximo disso o seu álbum ‘Cypher’ (2002). A banda tomou então, juntamente com os The Kovenant e Samael um justificado lugar de destaque no que à mestria de fundir Electrónico com Black Metal diz respeito. Em 2008 os And Oceans converteram o seu nome para Havoc Unit para lançar um único álbum (‘H.IV+’), uma insana e genial extravagancia Industrial. Passados 18 anos os And Oceans decidem voltar ao activo com o seu novo álbum ‘Cosmic World Mother’, para voltarem também ao seu som de origem. Não se pode apontar qualquer reparo em termos de composição a ‘Cosmic World Mother’, Shymphonic Black Metal veloz e poderoso com grande preponderância dos teclados, criando uma nostalgia de belo efeito à melhor fase dos já referidos Dimmu Borgir, assente numa produção austera e crua mas totalmente inusitada. A grande contrariedade de ‘Cosmic World Mother’ é a sua latente falta de originalidade, se é verdade que nos tempos que correm poucas são as bandas a explorar um revivalismo do Black Metal dos anos 90, também é igualmente verdade que um álbum actual com uma clara aposta neste estilo específico não apresenta nada de novo, sendo particularmente surpreendentemente no caso dos And Oceans pois o seu som já tinha previamente evoluído no sentido de ser mais genuíno. 

7.5/10

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Svart Crown - Wolves Among the Ashes (2020)


Os talentosos Gauleses estão de volta com o sucessor de ‘Abreaction’ de seu nome ‘Wolves Among the Ashes’. Os Svart Crown são na minha opinião uma das, senão mesmo a melhor banda do chamado Blackened Death Metal, e para quem já teve algum contacto com a banda através de ‘Abreaction’ ou ‘Profane’ certamente não irá encontrar um excesso de ousadia nesta afirmação. ‘Wolves Among the Ashes’ é um álbum arriscado, bastante arriscado mesmo, desta feita os Svart Crown, partindo do seu habitual hibrido entre Black e Death Metal tiveram a coragem e ambição de sair da sua zona de conforto e incorporar uma generosa dose de múltiplas influências e experimentalismo. ‘Wolves Among the Ashes’ é um mergulho num ambiente caótico, dantesco e insano liberto de quaisquer entraves à excelência técnica e abundante criatividade da banda. Faixas como ‘Art of Obedience’, ‘At The Altar of Beauty’ ou ‘Living With The Enemy’ espelham bem amplitude sonora de ‘Wolves Among the Ashes’, um álbum verdadeiramente fantástico e sedutor. 

8/10