quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Herder - Gods (2014)


Depois de já terem merecido o devido destaque aqui no blog numa review acerca do seu terceiro e ultimo álbum de originais ‘Fergean’, vamo-nos desta feita debruçar sobre o segundo álbum dos holandeses Herder de seu nome ‘Gods’. Já em ‘Gods’ os Herder davam facilmente nas vistas com o seu Stoner/Sludge robusto, sólido, denso, dinâmico e de elevado grau de complexidade nunca caindo na emboscada da repetição tão frequente nas sonoridades Stoner. ‘Gods’ tem a grande virtude de alternar as rápidas descargas de raiva embebidas em Sludge como se pode ouvir em ‘Gods’, ‘Stab’ ou ‘Malestorm’ com o groove pausado e denso do Stoner em faixas tais como ‘Pythia’ ou ‘Betrayer Deceiver’, ou até o Doom/Stoner arrastado de ‘Soul Harvester’ contrastando com a inesperada veia de Grunge em ‘Foad II’. Em suma os Herder conseguem com ‘Gods’ uma dinâmica invejável assente numa selectiva e consistente amplitude sonora decalcada em composições musicais de elevada qualidade. 

7.5/10

Conjurer - I [EP] (2016)


Dois anos antes de ‘Mire’ os Conjurer apresentam-se ao mundo através do EPI’ o seu registo de estreia por assim dizer. Em termos sonoros ‘I’ tem a mesma toada de ‘Mire’, aliás logo neste EP os Conjurer parecem ter muito bem definidos o seu caminho e a sua linha musical. ‘I’ começa com a faixa ‘Behold The Swine’, num registo pausado e amargurado onde a dicotomia entre o Post Metal e o Death Metal está em evidência, o EP continua com ‘Scorn’ talvez a minha faixa preferida da banda até hoje, onde prevalecem deliciosos riffs a transbordar Sludge sempre acompanhados de entusiásticos e poderosos guturais. ‘I’ contínua com ‘A Chasm Forged In Dread And Disarray’ uma faixa com uma complexidade elevada onde a banda mostra praticamente todas as suas influências sendo no entanto mais uma vez pautada pelo Post Metal e Death Metal. O EP termina com ‘Frail’, um registo predominantemente Doom com alguns arranjos de Black Metal pelo meio. ‘I’ é apenas o prelúdio do que se viriam a tornar os Conjurer, uma banda com um futuro bastante interessante no seio da música mais pesada.

7.5/10

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Conjurer - Mire (2018)


Antes de mais impõe-se neste momento os votos de um feliz natal a todos os leitores do blog. Há bastante tempo que não surgia uma banda nova digna de registo proveniente do Reino Unido, em contraste com a vital importância desta região no Metal dos anos 80 e 90 mas eis que chega 2018 e o álbum de estreia dos Conjurer apenas intitulado ‘Mire’. Os Conjurer apresentam-se em ‘Mire’ com uma efusiva e intensa fusão de Sludge Metal com Post Metal, mas com aleatórias e evidentes influências que vão desde o Black Metal, Death Metal e até Hardcore. São notórias e bem-vindas as similaridades com os Norte-Americanos Yashira e o primeiro trabalho dos extraordinários Mastodon. ‘Mire’ tem um poder quase inerente, onde os robustos e pujantes riffs dão uma avassaladora sensação de intransponível solidez e de peso. Faixas como ‘Hollow’, ‘Retch’ e ‘Hadal’ puxam e que maneira ‘Mire’ para uma patamar de qualidade acima da média. 

7.5/10

Joker (2019)


Talvez o filme mais esperado do ano ou pelo menos o que teve mais hype falo obviamente de ‘Joker’. Joker é provavelmente o psicopata mais emblemático da toda a BD, conhecido por ser o mais lunático e perigoso arqui-inimigo do lendário cavaleiro das trevas (Batman), dito isto, acaba por ser justificável um filme apenas centrado nesta personagem. Foi inevitável a minha desconfiança previa para com um filme com tanto hype apesar do meu grande apreço quer pelo personagem do Joker quer pelo actor que o representou (Joaquin Phoenix), no entanto ‘Joker’ foi para mim uma boa surpresa, ao contrario de outros filmes em que Joker tem parcial destaque desta vez o filme centra-se na sua origem e ascensão, carregado e de que maneira pela difícil e magnifica interpretação do já referido Joaquin Phoenix, sempre com o foco na conturbada e disfuncional mente de Arthur Fleck (Joker) desde a sua inquietante infância passando pela adolescência, indo até à idade adulta e culminando no ponto critico de não retorno. ‘Joker’ é um verdadeiro all-in cinematográfico na inesgotável capacidade de interpretação do brilhante Joaquin Phoenix. Não querendo beliscar a qualidade do filme, no entanto a comparação é praticamente inevitável e o Joker versão (Heath Ledger) em ‘The Dark Knight‘ continua a ser a que com que mais me identifico. 

8/10

Once Upon a Time... In Hollywood (2019)


Contanto com um elenco de luxo onde também participa Brad Pitt juntamente com Leonardo DiCaprio e Margot Robbie, Quentin Tarantino escolheu 2019 para estrear o seu nono filme de seu nome ‘Once Upon a Time... In Hollywood’. Tarantino tem a virtude de ter provavelmente a mais fiel base de fans entre os mais célebres realizadores de Hollywood, talvez consequência da sua muito particular visão da sétima arte. ‘Once Upon a Time... In Hollywood’ não é na minha opinião o ponto mais alto da obra de Tarantino, não deixa no entanto de ser um filme interessante quer em termos de realização quer em termos de argumento (também a cargo de Tarantino como já é habito). O filme passa-se em plena época de ouro de Hollywood onde o impacto do Vietname e a revolução hippie estavam bem presentes da sociedade, Tarantino pega neste contexto oferece-nos a sua própria visão do trágico evento da “morte” se Sharon Tate (esposa de Roman Polanski) e do envolvimento da infame seita de Charles Manson no acontecimento. ‘Once Upon a Time... In Hollywood’ tem portanto um contexto real mas com preponderância da ficção criada por Tarantino com principal destaque para as extraordinárias personagens principais, o actor Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) e o seu duplo Cliff Booth (Brad Pitt) ambas com indefensáveis interpretações. ‘Once Upon a Time... In Hollywood’ acaba por ser um filme que vale a pena e que apensar de não ter uma história com grande profundidade tem momentos verdadeiramente imperdíveis. 

7.5/10