segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Generation Of Vipers - Howl and Filth (2011)

Tal como o famoso whisky Jack Daniels também eles são oriundos do Tennessee, falo do trio Norte-Americano Generation Of Vipers a propósito do seu terceiro álbum de originais ‘Howl and Filth’ que remonta a 2011. A indissociável aliança ente o Sludge Metal e o Post-Metal por certo que estado em grande evidência aqui no blog, contudo é sempre possível encontrar alguma banda que passou despercebida até agora. ‘Howl and Filth’ é um álbum que roça o perfeito, um verdadeiro petardo de Sludge Metal com contornos de Post-Metal onde sobressaem os riffs orgânicos, sujos, contundentes e graves, as vocalizações rudes e furiosas e a adequada envolvência dissonante e austera, tudo isto consolidado por uma produção de excelência. Se os temas ‘Ritual’, ‘Eternal’ e ‘Slow Burn’ tem tanto de fascinante como de aditivo o que dizer da formidável ‘The Misery Coil’, a faixa que encerra o álbum, uma verdadeira parede sonora, monolítica e imponente. Tal como os seus conterrâneos The Ditch And The delta e Sorxe também os Generation Of Vipers ganharam o merecido espaço de destaque no disputado domínio do Sludge Metal/Post-Metal

9/10

[Sample] 

domingo, 30 de outubro de 2022

Aenaon - Mnemosyne (2022)

Não estava nada fácil o regresso dos excêntricos Aenaon, foram seis longos anos de espera para ouvirmos finalmente o sucessor de ‘Hypnosophy’ ‘Mnemosyne’. Este carismático, imprevisível e ultra criativo quarteto Grego que ao longo da sua curta carreira tem-nos deixado aturdidos com autênticas lições de originalidade e imaginação musical mais uma vez comprova a sua grande capacidade inventiva com ‘Mnemosyne’. Formados em 2005 cedo se percebeu que apesar de um alicerce de Black Metal a grande paixão dos Aenaon era o Black Metal Avant-Garde precisamente numa altura que o estilo se estava a enraizar na Europa particularmente na Noruega com bandas como Arcturus e os lunáticos Dodheimsgard a darem o mote. Todavia os Aenaon não se limitaram a um subgénero rebuscado como ainda assimilaram as influências de outro subgénero também ele bastante sofisticado e polido, o Progressive Black Metal, e ‘Mnemosyne’ acaba mesmo por ser o álbum que mais reflecte esta influência musical, são altamente perceptíveis os paralelismos com bandas como Enslaved ou Ihsahn. ‘Mnemosyne’ mostra mais uma vez o complexo equilíbrio que os Aenaon conseguem fazer entre fúria, ritmo e serenidade ao mesmo tempo que estabilizam dois elementos aparentemente polarizados, a aleatoriedade do Avant-Garde com a ordem do Progressivo. Sou compelido a salientar não só a riqueza musical que trás a inclusão do saxofone nas sonoridades de ‘Mnemosyne’ como também a fantástica e multifacetada voz de Astrous, a trazer recordações dos Britânicos Code. Apesar do indesmentível fascínio e sedução de temas como ‘Synastry Of Heartbeats’, ‘Trauma Cultura’ e ‘Hysteria’ tenho de fazer um especial destaque à faixa ‘Cartesian Eye’ não só a melhor do álbum como provavelmente o tema mais empolgante de 2022. 

8/10

[Sample] 

sábado, 29 de outubro de 2022

Vesper (2022)

Começo este post com um apelo, parem de tentar produzir filmes de ficção científica sem o orçamento adequado para tal. O filme em questão é ‘Vesper’ e esse não é de todo o seu único problema contudo um filme que começa com um gigante salto temporal para o futuro fica vinculado a mostrar-nos como é esse futuro e se temos excelentes exemplos de filmes extraordinários com baixíssimos orçamentos (‘Cube’, ‘Saw’ ou ‘The Platform’) nenhum deles se insere no género da ficção científica. Outra falha bastante comprometedora de ‘Vesper’ é a falta de originalidade da sua história, um mundo distópico onde a raça humana foi quase foi quase exterminada por guerras, vírus e pela escassez de comida é uma ideia que já foi explorada vezes sem conta, ‘Demolition Man’, ‘In Time’, ‘Mortal Engines’, ‘Elysium’ são apenas alguns exemplos que além desse contexto partilharem também com ‘Vesper’ o paradigma de uma sociedade dividida entre “ricos” e “pobres” sendo que os ricos vivem numa espécie de redoma privilegiada num planeta com escassez de bens essências à sobrevivência enquanto os pobres sobrevivem entregues à sua sorte nesse cenário pós apocalíptico. Até o principal foco de ‘Vesper’, a indispensável importância das sementes na conjuntura do filme não é propriamente novidade, pois já Christopher Nolan tinha explorado o tema na sua obra-prima de ficção científica ‘Interstellar’. ‘Vesper’ acaba por ser um filme previsível e enfadonho que não oferece resposta a nenhuma das curiosidades visuais anunciadas no seu começo, não diria que seja um filme catastrófico como ‘Chaos Walking’ muito graças a alguns bons momentos cinematográficos mas está claramente a anos-luz de um ‘Dune: Part One’ ou a formidável série ‘The Expanse’, verdadeiros clássicos modernos da ficção científica. 

5.5/10

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Prey (2022)

Depois da desilusão que foi ‘Predators’ (2010) e da verdadeira aberração cinematográfica de ‘The Predator’ (2018) impunha-se uma abordagem completamente diferente no regresso ao conhecido franchise, pois bem Dan Trachtenberg foi o realizador incumbido de efectuar essa difícil tarefa. Com uma produção inteiramente “made in” HuluPrey’ transporta-nos para o seio de uma tribo da Nação Comanche cerca de 300 anos antes dos acontecimentos do primeiro filme do franchise, ‘Predator’ (1987) protagonizado pelo lendário Arnold Schwarzenegger, e em termos de ambiente existem de facto pontos coincidentes pois ambos os filmes ocorrem numa atmosfera selvagem de mato e floresta. Em termos de história ‘Prey’ envereda pela opção da simplicidade, lançando o foco em Naru, uma jovem Comanche que está à beira de conseguir realizar a sua grande ambição, ganhar o título de caçadora na sua tribo, contudo tem de passar por uma espécie de baptismo de fogo. ‘Prey’ tem a particularidade de se preocupar com o pormenor, chegando ao ponto da língua utilizada no filme ser a nativa da altura em vez do Inglês. Outro ponto bastante positivo do filme é a sua cadência, além da excelência da produção, as sequências de acção estão muito bem dispersas pelo filme. Em sentido oposto a grande contrariedade de ‘Prey’ acaba por ser a ausência de capacidade empática da sua protagonista Naru/Amber Midthunder que não tem de facto o “peso gravitacional” exigível a uma personagem principal num filme com estas características.   

6.5/10    

domingo, 23 de outubro de 2022

Lamb Of God - Omens (2022)

Na sequência do post anterior, outro dos lançamentos mais esperados de 2022 é o nono álbum de originais dos enérgicos Norte-Americanos Lamb Of GodOmens’. A falta de grandes mudanças na sua sonoridade é talvez a única crítica negativa que se pode apontar aos Lamb Of God, mas será justa? Na minha opinião não é, nem sempre a mudança funciona e no caso especifico do quinteto Norte-Americano arriscava mesmo a dizer que só iria prejudicar a qualidade musical da banda. Os Lamb Of God são provavelmente a melhor banda de Groove Thrash do planeta e já o são há algum tempo, têm-se distinguido não só pela sua solidez musical como pela consistência apresentada em cada álbum do seu catálogo. ‘Omens’ mostra com clareza a excelente forma da banda, técnica aliada a uma fome e vertigem sonora açucarada com cadências mais lentas que fazem sobressair o seu vigoroso, purificado e característico Groove. Não era nada fácil superar ‘Lamb Of God’, o seu último trabalho de originais e é bastante provável que ‘Omens’ não o consiga fazer, contudo temas como ‘Ditch’, ‘Gomorrah’ ou ‘Grayscale’ fazem de ‘Omens’ um dos melhores álbuns de 2022 se não mesmo o melhor. 

8.5/10

[Sample]