E num oceano de
sequelas das sequelas, “remakes”, “reboots”, clichés de terror (alguém que
pára numa bomba de gasolina numa terra remota com 1000 habitantes), clichés de
pseudo comédias de liceu (as fotocópias já quase sem cor do “Porkys”) que metem tanta piada como o
César Mourão, as overdoses de efeitos especiais, os super-heróis e as adaptações
de tudo quanto é “best-seller”, às
vezes aparece a luz de um farol ao longe como este “Interstellar”. Christopher
Nolan é na minha opinião um dos raros génios ainda existentes no deserto de
ideias que se tornou o cinema “hollywoodesco”. Realizador e argumentista
(normalmente com a ajuda do irmão Johnathan
Nolan) de filmes como “The Prestige”
ou “Inception” ainda não viu o seu
talento devidamente reconhecido em “Hollywood”,
enquanto argumentos sobre pessoas apaixonadas por sistemas operativos ganham
Óscares…enfim. Nolan teve de certeza
um árduo trabalho de pesquisa para conseguir fazer este filme e contou com a
ajuda (de outra maneira seria quase impossível) do físico-teórico Dr. Kip Thorne, especialista em “Wormholes”,
“black holes” e ondas gravitacionais, no entanto Nolan consegue que qualquer comum dos mortais perceba o filme desde
que mantenha a mente aberta. Interstellar
tem, ficção, acção, drama, emoção, levanta questões éticas e morais e uma banda
sonora fantástica e apropriada composta por Hans Zimmer. Nolan não
esconde as suas influências “Kubrickianas”
de “2001: A Space Odyssey” na
realização de Interstellar e vai
ao pormenor de não mostrar nada dos últimos 2/3 de filme em nenhum dos trailers,
levantando assim apenas uma ponta do véu. Uma jornada épica e emotiva de
ficção-cientifica sobre a sobrevivência da raça humana…imperdível.
9/10
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