terça-feira, 10 de novembro de 2015

Interstellar (2014)



E num oceano de sequelas das sequelas, “remakes”, “reboots”, clichés de terror (alguém que pára numa bomba de gasolina numa terra remota com 1000 habitantes), clichés de pseudo comédias de liceu (as fotocópias já quase sem cor do “Porkys”) que metem tanta piada como o César Mourão, as overdoses de efeitos especiais, os super-heróis e as adaptações de tudo quanto é “best-seller”, às vezes aparece a luz de um farol ao longe como este “Interstellar”. Christopher Nolan é na minha opinião um dos raros génios ainda existentes no deserto de ideias que se tornou o cinema “hollywoodesco”. Realizador e argumentista (normalmente com a ajuda do irmão Johnathan Nolan) de filmes como “The Prestige” ou “Inception” ainda não viu o seu talento devidamente reconhecido em “Hollywood”, enquanto argumentos sobre pessoas apaixonadas por sistemas operativos ganham Óscares…enfim. Nolan teve de certeza um árduo trabalho de pesquisa para conseguir fazer este filme e contou com a ajuda (de outra maneira seria quase impossível) do físico-teórico Dr. Kip Thorne, especialista em “Wormholes”, “black holes” e ondas gravitacionais, no entanto Nolan consegue que qualquer comum dos mortais perceba o filme desde que mantenha a mente aberta. Interstellar tem, ficção, acção, drama, emoção, levanta questões éticas e morais e uma banda sonora fantástica e apropriada composta por Hans Zimmer. Nolan não esconde as suas influências “Kubrickianas” de “2001: A Space Odyssey” na realização de Interstellar e vai ao pormenor de não mostrar nada dos últimos 2/3 de filme em nenhum dos trailers, levantando assim apenas uma ponta do véu. Uma jornada épica e emotiva de ficção-cientifica sobre a sobrevivência da raça humana…imperdível. 

9/10

 

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