quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Daredevil - Season 1 (2015), Season 2 (2016), Season 3 (2018)


Finalmente! O famoso ditado “mais vale tarde do que nunca” assenta perfeitamente aqui, depois de uma longa e inevitável espera, vamos finalmente e como prometido inaugurar o separador dedicado às séries aqui no Blog, a anómala e frenética “imposição musical” de 2018 justifica o essencial desta involuntária demora.

                Começamos logo com uma das séries mas emblemáticas do “império” Netflix, falo de Daredevil. É bastante evidente para quem está minimamente atento, o acelerado aumento de qualidade das séries em geral na ultima década quase directamente proporcional à abrupta queda dessa mesma qualidade no Cinema. Daredevil é disso o perfeito exemplo, quando pululam os filmes de super-heróis onde o fantástico e o espalhafatoso são as palavras de ordem, Daredevil parece contrastar com tudo isso, porquê? Porque é uma série simplesmente credível, sóbria e sincera, onde o respeito pelas BD’s que servem como inspiração para a série é intocável. Depois da atrocidade cinematográfica de Daredevil (2003) com Bem Affleck a serie vem limpar essa miserável imagem deixada pelo filme. Se na Season 1 a narrativa centra-se numa espécie de introdução ao mundo de Matt Murdock/Daredevil, através de assertivos flashbacks sobre a morte do seu pai e sobre o famoso acidente que mudou a sua vida para sempre com uma impressionante fidelidade às BD’s originais e uma prevalência do humanismo e da austeridade no desenrolar da história em detrimento da espectacularidade dos efeitos visuais e do humor descabido e básico. É também na Season 1 que nos é apresentado o imponente e incontornável Wilson Fisk (Kingpin), talvez a melhor interpretação entre todas as personagens da série.

                A Season 2 centra-se essencialmente na “queda do Kingpin” que é também uma conceituada BD do mesmo nome. É de destacar igualmente o aparecimento de dois novos personagens, a apaixonante e mortífera EleKtra e o justo e irredutível Punisher (que acabaria por merecer uma série onde é ele o protagonista) contribuindo ambos para a excelência de Daredevil.

                A Season 3 saiu há relativamente pouco tempo e o seu foco é na queda de Matt Murdock em simultâneo com a “re-ascensão” de Wilson Fisk, ganha também destaque o aparecimento de mais um personagem (Bullseye). Um serie imperdível para quem gosta de um olhar sério e adulto sobre um super-herói

8/10

Mission: Impossible – Fallout (2018)


Muita publicidade, muito hype, trailer impressionante e reluzente e depois o resultado final é uma montanha de…nada, e é assim que se pode descrever o mais recente filme de Mission: Impossible. “Mission: Impossible – Fallout” é já o sexto filme do famoso franchise e se o primeiro foi sem dúvida o melhor, a qualidade tem vindo a piorar de filme para filme sendo este “Mission: Impossible – Fallout” apenas a mais recente prova dessa tendência. Um argumento miserável e enfadonho, sequências de acção sem qualquer tipo de credibilidade ou logica e uma prestação medíocre da grande maioria dos actores fazem de “Mission: Impossible – Fallout” um filme a evitar, até Tom Cruise parece já estar saturado e aparentando encarar o papel de Ethan Hunt como uma espécie de “cumprir calendário”, onde é por demais evidente a falta de empenho. Até os já celebres trechos de intromissão da equipa IMF em locais particularmente inacessíveis deixaram de existir. Mais um exemplo do “eterno” aproveitamento publicitário neste caso da “marca” “Mission: Impossible”. 

4.5/10

The Equalizer 2 (2018)


Mais uma vez uma inexplicável sequela é realizada e mais uma vez é notória que a origem desta “ideia” provém, tanto da falta de criatividade latente no cinema Norte-Americano como do factor receita fácil a partir de uma “marca” já conhecida (é possível que ambos os factores já tenham sido mencionados aqui no Blog uma vez ou outra). No entanto “The Equalizer 2” acaba por ser um filme com uma razoável qualidade, onde a presença de Denzel Washington como protagonista tem para isso indubitavelmente um contributo decisivo a meu ver. Não é um filme com um argumento complexo, ambicioso ou particularmente original, tem no entanto como grande atractivo uma refrescante integridade e credibilidade no desenrolar da história. Noutros tempos “The Equalizer 2” seria um filme banal, mas nos dias que correm é talvez dos poucos filmes decentes de 2018.     

7/10

Pig Destroyer - Head Cage (2018)


Incompreensivelmente, era uma banda desconhecida para mim até agora, falo dos “GrindersPig Destroyer, no entanto o seu novo trabalho “Head Cage” despertou-me a curiosidade e fui ouvir, o que acabou por se revelar uma decisão acertada. Os Pig Destroyer mais do que se sentirem confortáveis, identificam-se com a designação Grindcore, no entanto este “Head Cage” deixa completamente cair por terra esse rótulo tão redutor, o Groove imponente, técnico e límpido dos irreverentes riffs continua bem presente, tal como os essenciais e carismáticos “blastbeats”. “Head Cage” tem uma aura muito própria que vai muito para além do Grindcore, são notórias as influências do Death Metal e principalmente do Hardcore e até (embora menos reconhecível) do Sludge. Os Pig Destroyer entram deste modo praticamente em terreno desconhecido pois o Grindcore não é propriamente célebre por ser um estilo dado a permitir uma constante evolução musical e onde abundem bandas dispostas a correr esse tipo de risco. A alquimia do álbum é sem dúvida um factor decisivo na elevada qualidade e musicas como “Army Of Cops”, “Circle River” ou “House Of Snakes” são disso excelentes exemplos. 

7.5/10

sábado, 10 de novembro de 2018

The Algorithm - Compiler Optimization Techniques (2018)


Depois de “OCTOPUS4” e “Brute Force” os The Algorithm voltam à carga em 2018 com “Compiler Optimization Techniques”. A banda continua a sua bizarria musical com uma inusitada mistura de Electrónico com Djent e, particularmente neste “Compiler Optimization Techniques” com uma deliberada aproximação ao Progressivo, juntando ainda um ambiente “espacial” que também não é estranho a quem já conhece a banda. Talvez por já não ser novidade e apesar de ser recomendável “Compiler Optimization Techniques” acaba por ter faixas demasiado prolongadas e com uma produção demasiado refinada deixando por vezes ficar uma sensação entediante. É também evidente que o Djent tem vindo a perder importância na composição musical dos The Algorithm, parece-me no entanto que “Compiler Optimization Techniques” tem projecção suficiente para manter a banda como pioneira neste estilo hibrido. Destaco “Cluster” como a faixa mais acutilante do álbum. 

7/10