Existem algumas bandas que ao longo da história foram influenciando o
percurso por vezes demasiado rígido do Metal
com álbuns inovadores e que trouxeram lufadas de ar fresco ao estilo mantendo o
peso e intensidade.
Um desses álbuns e até à data o que mais rodou na minha aparelhagem, aliou
o tal peso e intensidade (com Hellhammer
dos Mayhem na bateria) dos
anteriores álbuns da banda a uma melodia atmosférica brilhantemente
interpretada por uma das grandes vozes do género, o Senhor Trickster G. Rex, aka Garm
(Ulver), pelo excelente guitarrista Knut Magne Valle e pelo magistral
teclista Sverd (ex-Covenant).
A mudança de paradigma deu-se no álbum anterior com a criação de algumas
das melhores músicas dentro do género, mas “The Sham Mirrors” roça a perfeição com 7 músicas que nos
transportam para um novo mundo, utilizando uma atmosfera sinfónica, espacial e
sobrenatural única.
Dificilmente consigo destacar uma música em relação às restantes, mas os
elementos espaciais utilizados na primeira música do álbum,” Kinetic”, o tom mais circense em “Ad Absurdum” recordando-me o bizarro
hino do álbum anterior, “The Chaos Path”,
o destaque dado à parte instrumental em “Collapse
Generation” e principalmente “Star-Crossed”
ou a agressividade de Ihsahn (ex-Emperor) em “Radical Cut” permitem-me definir o álbum como uma autêntica
obra-prima em 4D.
Como diz o ditado, para quem não está habituado ao estilo musical ou se não
estiver in the mood para este tipo de som, primeiro vai estranhar mas assim que
se entranhe o complicado vai ser parar de ouvir.
PS: Não é fácil caracterizá-los, mas consegui chegar ao fim sem utilizar o
rótulo Avant-garde, hoje em dia
muito em voga em muitas das bandas influenciadas por estes lunáticos artistas.
Por: ExtinThor
10/10