sexta-feira, 31 de maio de 2019

The Young Gods - Data Mirage Tangram (2019)


Os Suíços The Young Gods são talvez a banda mais “underrated” de todos os tempos, donos de uma singular e evolutiva abordagem musical, funcionam como influência para uma distinta panóplia de bandas suas contemporâneas, os The Young Gods são apenas e só uns dos principais responsáveis por uma verdadeira revolução na música Industrial e electrónica nas últimas 3 décadas. Depois de oito anos de ausência voltam a dar que falar agora em 2019 com “Data Mirage Tangram”. O som dos The Young Gods é bastante difícil de caracterizar quer devido à sua multiplicidade de influências que, vão desde o Industrial, Electrónico, Post-Punk, Techno, Experimental Rock até ao Ambiental, quer pela constante e evolução da banda, parece-me no entanto que depois de uma fase onde sobressaiu a predominância do Electrónico (“Second Nature”), os The Young Gods recaíram novamente para um estilo onde o Rock Experimental se tornou mais evidente. Depois do pouco marcante “Everybody Knows”, “Data Mirage Tangram” dá sem dúvida sinal de uns The Young Gods revigorados, o álbum apresenta uma interessante dicotomia entre partes calmas partes ambientais entrelaçadas com rasgos de guitarra quase em modo de improviso, sempre brilhantemente acompanhadas pelo já carismática “batida” suave e carregada de Groove que a banda nunca descura. Destaco as excelentes “Tear Up the Red Sky” e “Figure sans nom” como os pontos mais altos de “Data Mirage Tangram”.

7.5/10

sábado, 25 de maio de 2019

Schammasch - Triangle (2016)


Outra recente proposta auditiva que cativou a minha atenção foram os Helvéticos Schammasch com o seu último álbum “Triangle”. O álbum tem várias particularidades, desde logo é um álbum triplo e se já não são novidade nenhuma os álbuns duplos (Opeth com “Deliverance” ou Moonspell com “Alpha Noir”) mas triplo, não digo que seja caso único mas é altamente invulgar. A primeira parte de “Triangle” é de longe a melhor na minha opinião, a predominância do Black Metal moderno e contundente com ténues infusões de Avant-Garde deriva em viciantes riffs acompanhados de um frenético ritmo de bateria e vocalizações sui generis muito na linha dos Code ou dos Voices. Se “In Dialogue With Death” já é uma faixa de elevada qualidade e densidade o que dizer da fantástica “Awakening from the Dream of Life”?! A segunda parte do álbum [Metaflesh] tem um paradigma ligeiramente diferente, embora a base ainda seja o Black Metal desta feita este tende a perder agressividade em prol do experimental com várias similaridades com Ihsahn. Já a última parte de “Triangle” transporta-nos ao longo de uma verdadeira viagem sensorial onde sobressai a contínua hipnose ambiental. Os Schammasch demostram com “Triangle” toda a sua amplitude sonora em simultâneo com a sua capacidade de composição. 

7/10

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Amon Amarth - Beserker (2019)


Os Amon Amarth, actualmente uma das bandas mais confluentes do Metal está de volta 3 anos depois de “Jomsviking” com o seu novo álbum de originais intitulado “Berserker”. A explícita falta de originalidade não é um mal exclusivo do chamado Viking Metal mas é sem dúvida um dos estilos onde ela está mais acentuada e “Berserker” não consegue ser imune a isso. Parece-me que os Amon Amarth chegaram a um verdadeiro beco criativo, “Berserker” é mais do mesmo, muito mais do mesmo, praticamente todas as faixas soam a outras já anteriormente compostas pela banda, direccionando inevitavelmente o álbum para um tédio absoluto. Os Amon Amarth têm necessariamente de correr algum tipo de risco para introduzir elementos que dêem qualquer brisa de frescura musical ao seu som característico, pois ao insistirem permanentemente na fórmula mais uma vez usada em “Berserker”, começam a estar irremediavelmente confinados ao cruel rótulo de serem uma banda fastidiosa. Destaco “Shiled Wall” como a faixa mais interessante do álbum. 

6/10

Rammstein - Rammstein (2019)


Uma das bandas mais influentes na Europa no virar do milénio são os Germânicos Rammstein e depois de uma década em silêncio fazem-se de novo ouvir com o seu sétimo álbum de originais “Rammstein”. Os Rammstein são sem dúvida a mais emblemática banda Alemã em actividade, fruto da sua sólida e distinta carreira. Provenientes da antiga República Democrática Alemã os Rammstein nunca renegaram as suas origens, tanto assim é que até tem a audácia de utilizar a sua língua nativa nas suas musicas. Em termos de sonoridades os Rammstein beberam e de que maneira da fortíssima predominância do Industrial e do Electrónico em terras Germânicas. Com os extraordinários “Herzeleid”, “Sehnsucht” e “Mutter” a banda Alemã chegou ao sucesso mundial e ao reconhecimento da sua importância como principal banda da sonoridade Industrial no espaço Europeu, contudo após álbuns menos conseguidos e uma espécie de Americanização do seu som em conjunto com um ténue aburguesamento ditaram uma inevitável quebra de importância. Após 10 longos anos e com as espectativas ao rubro os Rammstein decidem voltar com um álbum homónimo e a primeira ideia que surge depois de várias audições é que a qualidade do álbum não é compatível com o tempo que demorou a ser criado. Se as quatro primeiras faixas até aguçam o apetite o resto de “Rammstein” (com a excepção de "Tattoo") é uma verdadeira desilusão, um excesso de Electrónico (muito a fazer lembrar os Pain) juntamente com uma falta de carisma e alma deixam a nu incontornáveis carências musicais no álbum.      

6/10  

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Hypergiant - Father Sky (2017)


Uma das minhas últimas descobertas musicais recaiu nos Australianos Hypergiant. A banda proveniente de Sydney apesar de já contar com alguns anos de carreira apenas em 2017 lançou o seu álbum de estreia de seu nome “Father Sky”. “Father Sky” tem sem dúvida um contagiante brilho próprio, baseado numa espécie de mistura de nutrientes onde sobressaem, o Stoner e o Progressivo, o Sludge também se mostra a espaços tal como o Doom Atmosférico. A sequência inicial: “Perseus Arm”, “Colossi”, “Island3”, “Retrogade” e “Entrophy” é de uma qualidade invejável para um primeiro álbum, deixando no ar a ideia que os Hypergiant demoraram o seu tempo a “olear a máquina” antes de se darem a conhecer ao mundo, pena é que a segunda parte do álbum não consiga manter a elevada bitola de qualidade deixando o destaque apenas a cargo de “No Way Out”. Avizinha-se promissor o futuro dos Stoners Australianos. 

7.5/10