domingo, 28 de agosto de 2022

Machine Head - Øf Kingdøm And Crøwn (2022)

Confesso que não é de todo fácil manter o distanciamento emocional para fazer uma review de Machine Head, contudo vou tentar ser o mais pragmático possível. ‘Øf Kingdøm And Crøwn’ assinala uma importante marca na carreira da banda pois é o seu décimo álbum de originais e estando longe de roçar o que de melhor a banda já fez (‘Burn My Eyes’, e ‘The More Things Change...’) parece-me pacífico dizer que é o melhor álbum dos Machine Head desde ‘The Blackening’. Não iria tão longe ao ponto de dizer que ‘Øf Kingdøm And Crøwn’ determina em definitivo um rumo na sonoridade da banda pois foram demasiadas as mutações e quando assim é por vezes perde-se o fio condutor, o Groove Thrash que caracterizou a fase inicial dos Machine Head tem sido agredido por influências que vão desde o Nu-Metal ao Progressivo durante muito tempo e a cadência gravitacional do peso do Hardcore de alguma forma acabou por ser substituída (de forma errada a meu ver) por velocidade e técnica q.b. ‘Øf Kingdøm And Crøwn’ tem o mérito que subir consistentemente a fasquia em relação à grande desilusão que foi ‘Catharsis’, vagamente inspirado pela fantástica série de anime ‘Attack On Titan’ (segundo o próprio Robb Flynn) o álbum reúne um punhado de temas interessantes e contundentes que se destacam perante outros abusivamente emocionais e de alguma forma algo pascácios. Destaco as intempestivas e directas ‘Chøke Øn The Ashes Øf Yøur Hate’, ‘Bløødshøt’ e ‘Becøme The Firestørm’ tal como ‘Røtten’ muito provavelmente a melhor faixa de ‘Øf Kingdøm And Crøwn’. 

7/10

[Sample] 

sábado, 27 de agosto de 2022

Arch Enemy - Deceivers (2022)

Pela primeira vez na sua longa carreira os Suecos Arch Enemy tiveram uma pausa de cinco anos entre álbuns e é justo dizer que esta paragem além de justificada veio a revelar-se bastante produtiva. Foi em 2014 que os Arch Enemy sofreram talvez a sua remodelação mais profunda com a saída da emblemática vocalista Angela Gossow substituída por Alissa White-Gluz, foi também nesse mesmo ano que chegou à banda o virtuoso guitarrista Jeff Loomis ilustre pelo seu reconhecido trabalho nos extintos Nevermore, portanto a incerteza que pairava em torno da mudança de vocalista era de algum forma compensada pela expectativa da entrada de uma guitarrista de excelência, curiosamente foi precisamente nessa altura que os Arch Enemy produziram provavelmente os dois álbuns mais fracos da sua carreira, ‘War Etrenal’ e ‘Will To Power’. ‘Deceivers’ o décimo primeiro álbum dos Arch Enemy recupera grande parte da reconhecida e distinta dinâmica da banda onde o seu Death Metal Melódico/Gothemburg Metal diverge de bandas como os At The Gates, In Flames ou Dark Tranquility em virtude da inclusão da habitual dose de Thrash Metal que tem feito as delícias dos fãs da banda em álbuns como ‘Wages Of Sin’, ‘Anthems Of Rebellion’ ou ‘Doomsday Machine’. Sendo que a mais-valia de ‘Deceivers’ é sem dúvida a sua solidez tenho de destacar ‘In The Eye Of The Storm’. ‘Sunset Over The Empire’ e ‘One Last Time’ como os temas mais proeminentes do álbum. 

7.5/10

[Sample] 

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Jurassic World Dominion (2022)

Outro franchise já estabelecido é do de ‘Jurassic World’ que conta agora com o seu terceiro capítulo ‘Jurassic World Dominion’. Se ‘Jurassic World’ não passou de medíocre e o seu sucessor ‘Jurassic World: Fallen Kingdom’ encaixa na categoria do péssimo, é difícil encontrar o termo certo para caracterizar ‘Jurassic World Dominion’, certamente um dos principais candidatos a pior filme do ano e uma das maiores catástrofes cinematográficas dos últimos tempos o que tento em conta a concorrência não é dizer pouco. O argumento de ‘Jurassic World Dominion’ é tão mal concebido e confuso que mais parece um conjunto de temas ao acaso introduzidos em simultâneo sem qualquer tipo de conexão, mas a juntar à história estapafúrdia ainda temos não só, as habituais personagens de cartão sem um milímetro de profundidade como ainda foram adicionadas Ellie Sattler/Laura Dern e Alan Grant/Sam Neill que se juntaram a Ian Malcolm/Jeff Goldblum que já tinha participado em ‘Jurassic World: Fallen Kingdom’ numa tentativa desesperada de recuperar alguns fãs da antiga trilogia ‘Jurassic Park’. Pena é que para além de não haver qualquer justificação credível para a entrada destes personagens no filme aparentemente a sua utilidade durante o mesmo é inexistente. A lista de cenas patéticas, enfadonhas e idiotas poderia ser praticamente tão longa como a duração do próprio filme. Uma ultima nota para um dos piores vilões que que tenho memória, Lewis Dodgson/Campbell Scott, um pseudo Steve Jobs que apesar que ser o CEO de uma gigantesca multinacional aparentemente não sabe que nada do que se passa na sua empresa.   

4/10

 

   

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

The Gray Man (2022)

Continuam as tentativas para enraizar um blockbuster de acção que de alguma forma faça renascer o entusiamo por um género que dominou os anos 90, depois de do franchise de ‘Bourne’ e mais recentemente ‘John Wick’ aparece agora ‘The Gray Man’ um filme que aparentemente também irá ser transformado num franchise. ‘The Gray Man’ dificilmente suscitará alguma faísca de originalidade pois qualquer cena do filme poderia muito bem fazer parte de um dos mais recentes ‘James Bond’ ou ‘Mission Impossible’, aliás a história de ‘The Gray Man’ tem vários (demasiados até) pontos de contacto com os mais recentes argumentos do franchise ‘James Bond’. Um altamente eficaz e obscuro agente da C.I.A. Six/Ryan Gosling fica com a cabeça a prémio depois do fracasso de uma missão de vital importância ficando no seu encalço outro agente já retirado, um verdadeiro sociopata chamado Lloyd Hansen/Chris Evans. Apesar dos comuns exageros em prol da espectacularidade neste tipo de filmes e da já referida falta de originalidade ‘The Gray Man’ dispõe de alguns pontos positivos, desde logo a boa dinâmica entre os dois protagonistas fruto de um bom desempenho em ambas as interpretações, passando pelas empolgantes e intensas ainda que pouco credíveis sequências de acção. Destaque ainda para a participação de talentoso Billy Bob Thornton no papel Fitzroy, um reformado mas ainda influente agente da C.I.A.   

6.5/10

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Everything Everywhere All at Once (2022)

De volta às reviews e logo com uma que certamente vai ser contra corrente. ‘Everything Everywhere All at Once’ gerou uma verdadeira onda de críticas positivas contudo a minha não vai ser uma delas, talvez a latente decadência do cinema moderno seja a única explicação para o hype deste filme. A história de ‘Everything Everywhere All at Once’ centra-se numa imigrante chinesa de meia-idade (Evelyn Wang/Michelle Yeoh) dona de uma lavandaria automática que aparentemente é a figura central de um multiverso de infinitas possibilidades. A primeira ideia errada sobre ‘Everything Everywhere All at Once’ é que o conteúdo do filme ostenta uma generosa dose de originalidade, pois a série ‘Rick and Morty’, o filme de animação ‘Spider-Man: Into the Spider-Verse’ ou o recente ‘Doctor Strange in the Multiverse of Madness’ indicam-nos precisamente o contrário, todavia não é de todo esse o “pecado capital” do filme. O grande defeito de ‘Everything Everywhere All at Once’ está sim na sua execução, um argumento difuso e confuso que em momento algum se torna mais explícito aliado a uma disforme amálgama cinematográfica onde sobressai o drama familiar, a comédia “nonsense” e uma frustrante e entediante sátira às artes marciais. ‘Everything Everywhere All at Once’ é apenas mais uma tentativa falhada de tentar inserir tanto ingrediente dentro de um filme que o resultado acaba por ser uma inevitável falta de coerência e consistência 

5.5/10