quarta-feira, 20 de julho de 2022

Doctor Strange in the Multiverse of Madness (2022)

Christopher Nolan salientou uma vez numa entrevista que os espectadores percebem quando uma cena é filmada através da técnica do “fundo verde” (os actores representam apenas com uma tela verde usada como fundo e a equipa de C.G.I. faz à posteriori a sua magia), será pois um interessante desafio para o espectador tentar deslindar quais as poucas cenas que não foram filmadas desta forma em ‘Doctor Strange in the Multiverse of Madness’. Se ‘Doctor Strange’ nem foi de todo dos piores filmes produzidos com o selo MCU já ‘Doctor Strange in the Multiverse of Madness’ reúne todos os defeitos praticamente inerentes ao género e ainda tem a “virtude” de coleccionar mais um. Mais uma vez a MCU apresenta acontecimentos longínquos como se tivessem passado no dia anterior ignorando por completo décadas de BD. Dizer que o argumento é estapafúrdio é um eufemismo, a história começa num pedido de ajuda de Dr. Strange a Wanda Maximoff (a.k.a. Scarlet Witch), todavia ela acaba por se revelar como a vilã do filme motivada apenas pela percepção que num outro universo do multiuniverso pode ser mãe nem que para isso tenha de assassinar America Chavez (uma adolescente que detém o poder de abrir portais entre o multiuniverso, apesar de não conseguir controlar esse mesmo poder), a Wanda desse próprio universo ou qualquer outra pessoa que se interponha no seu trajecto. Bom, os pontos negativos já tradicionais desde tipo de filmes estão todos presentes como não podia deixar de ser, o argumento carregado de lacunas e de conveniências absurdas, personagens completamente descredibilizados que aparentemente são escritos por comediantes falhados e interpretações com uma total ausência de empenho e carisma. Todavia a grande novidade de ‘Doctor Strange in the Multiverse of Madness’ é a gritante e rudimentar tentativa da MCU persuadir os espectadores a verem as péssimas séries da sua autoria, como se alguém tivesse dificuldade em perceber argumentos com a banalidade que nos continuam a impingir.       

5.5/10

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