domingo, 27 de fevereiro de 2022

tick, tick...BOOM! (2021)

É a estreia como realizador de Lin-Manuel Miranda (o famoso “Alvie” da versão presidiária de House M. D.) e garantiu desde logo a nomeação de Andrew Garfield para o Óscar de melhor actor principal, falo de ‘tick, tick...BOOM!’. Numa espécie hibrida entre musical e filme biográfico ‘tick, tick...BOOM!’ centra-se na curta vida de Jonathan Larson, um icónico escritor e compositor de musicais de teatro que a dias de fazer trinta anos não hesita em fazer uma perspectiva da sua vida tentando dessa forma perceber quais as razões para os seus sonhos teimarem em não se realizarem. Se a temática do filme pede de facto um musical (um género que continua a não me cativar em particular) já é mais difícil de compreender esta persistência Hollywoodesca em filmes biográficos, não tenho dúvidas que a vida de Larson facilmente poderia ser homenageada num documentário, mas não tem de todo conteúdo ou dimensão suficiente para um filme. ‘tick, tick...BOOM!’ vai gradualmente ficando desinteressante com o desenrolar do argumento, numa sequência de dramas comuns já exaustivamente explorados e aplicáveis a inúmeros jovens Nova-iorquinos na década de 90. O grande ex-libris de ‘tick, tick...BOOM!’ é sem dúvida a fantástica interpretação de Garfield como protagonista em contraciclo com as prestações de grande parte dos restantes actores do filme, arruinadas de uma maneira geral pelo excesso de teatralidade aliada a uma fraca credibilidade.    

6.5/10

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Amorphis - Halo (2022)

É uma das grandes novidades musicais a marcar o mês de Fevereiro, falo do novo trabalho dos Finlandeses Amorphis simplesmente intitulado ‘Halo’. A sua sólida carreira fala por si e não será exagero apontar os Amorphis como uma das mais importantes bandas deste recanto da Escandinávia, foi também uma das primeiras bandas (talvez a par com os seus vizinhos Katatonia) a romper com o “domínio” Britânico no espectro do Metal mais melódico nos anos 90. Depois de um álbum de grande qualidade o difícil é manter o nível, portanto a questão que se impõe é se os Amorphis conseguiram com ‘Halo’ manter a bitola do sensacional ‘Queen Of Time’?! A resposta não é assim tão conclusiva como se poderia esperar, eu diria que o conseguiram parcialmente. Solidez, aglutinação e perícia são provavelmente os adjectivos que melhor descrevem ‘Halo’, a receita há muito encontrada pela banda contínua inalterada, um orgânico e emotivo Melodic Death Metal associado a uma singular vertente de Folk “regado” com um inteligente e distinto uso e teclados e mudanças de ritmo. Faltará porventura algum do refrescante perfume de originalidade do seu antecessor, não obstante ‘Halo’ exponencia mais uma vez todo o talento, habilidade técnica e imaginação do sexteto Finlandês. 

7.5/10

[Sample] 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

The King's Man (2021

Depois de ‘Kingsman: The Secret Service’ (2014) e ‘Kingsman: The Golden Circle’ (2017) o final de 2021 assinala o lançamento do terceiro filme do franchise ‘The King's Man’, embora cronologicamente ele se situe antes dos seus predecessores, ou seja, pode ser considerado como uma espécie de “beginning”. A história de ‘The King's Man’ situa-se no início do século XX em plena pré primeira guerra mundial. Se por um lado vai-se gerando uma espécie de conspiração internacional para arrasar com a Inglaterra do outro o respeitável e prestigiado Orlando Oxford/Ralph Fiennes vai fazendo os possíveis para que isso não chegue de facto a acontecer, entretanto e fruto desta vicissitude Oxford juntamente com pessoas da sua total confiança concluem que faz todo o sentido a formação de uma organização secreta de seu nome “kingsman”. Juntando toda a elegância e formalismo tão própria dos Britânicos a algumas bem potenciadas sequências de acção ‘The King's Man’ acaba por ser um filme agradável e que sem deslumbrar consegue um nível de realismo e maturidade claramente acima dos seus antecessores. 

6.5/10

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Nightmare Alley (2021)

É um remake do filme de 1947 com o mesmo nome, falo da nova proposta do imaginativo Guillermo del ToroNightmare Alley’. É talvez um dos realizadores mais conceituados da actualidade que nunca me convenceu totalmente apesar de reconhecer toda a sua capacidade criativa, no entanto ‘Nightmare Alley’ é um filme que sai e muito do “ambiente” pautado pela fantasia que del Toro nos tem habituado. A história de ‘Nightmare Alley’ centra-se na chegada do misterioso nómada Stanton Carlisle/Bradley Cooper a uma feira itinerante onde reina a miséria e a austeridade no início dos anos 40, todavia num curto período temporal Carlisle consegue não só aprender alguns truques dos espectáculos da feira como descobrir e desenvolver o seu inato talento para o mentalismo. Entretanto Carlisle é arrebatado por uma forte paixão pela atraente artista Molly Cahill/Rooney Mara e promete-lhe um nível de vida completamente diferente alicerçado por um espectáculo a dois fora da feira onde ele pode explorar a seu belo prazer o seu talento como mentalista. Para além de Cooper e MaraNightmare Alley’ conta também com uma interessante variedade de nomes, entre eles Richard Jenkins, David Strathairn, Cate Blanchett, Willem Dafoe, Ron Perlman e Holt McCallany (o impenetrável detective de ‘Mindhunter’). Guillermo del Toro consegue mais uma vez provar a sua formidável capacidade de realização desta feita numa espécie de Thriller Neo-Noir, um contexto de alguma maneira fora da sua zona de conforto.   

7.5/10

[Trailer]  

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Korn - Requiem (2022)

É o primeiro grande destaque musical de 2022, falo do décimo quarto álbum de originais dos Norte-Americanos Korn intitulado ‘Requiem’. Quase a atingir a simpática marca dos 30 anos de carreira os Korn trazem na bagagem este ‘Requiem’, um álbum que de algum modo consolida a versão mais madura da banda. Depois de alguma esquizofrenia sonora na primeira década do milénio os Korn conseguiram não só estabilizar a sua sonoridade como reconhecerem quais as características em que as suas habilidades musicais melhor encaixam, e se isso já vinha a ser notório em ‘The Serenity Of Suffering’ e ‘Nothing’ mais ainda se evidencia em ‘Requiem’. A formidável produção (uma das melhores da carreira da banda) e as concisas, abruptas e inteligentes quebras de ritmo aliadas à fantástica “dupla personalidade” vocal de Jonathan Davis impulsionam ‘Requiem’ de forma peremptória para um patamar acima dos seus antecessores. Apesar de ‘Requiem’ ser um álbum inequivocamente convidativo na íntegra tenho de salientar os temas ‘Disconnect’, ‘My Confession’ e em especial o sensacional e nostálgico ‘Worst Is On Its Way’. 

7.5/10

[Sample]