sábado, 30 de setembro de 2023

Harm's Way - Common Suffering (2023)

Depois de uma longa espera de cinco anos temos finalmente oportunidade de conhecer o sucessor de ‘Posthuman’, o muito antecipado quinto álbum dos Norte-Americanos Harm’s Way, ‘Common Suffering‘. De facto se existe banda que tem usado o seu talento em prol de uma carreira sólida e bem estruturada essa banda chama-se Harm’s Way, detentores de um Hardcore personalizado num formato pós-moderno a banda apresenta-nos em ‘Common Suffering‘ a sua fórmula habitual mas sem temer o uso de todas as influências ao seu dispor. Se o Hardcore cáustico e temerário é sem duvida o principal suporte de ‘Common Suffering‘ a banda mostra sinais de uma bem projectada amplitude musical ao “aceitar” interferências de Sludge Metal, Post-Metal e até Industrial. Outro factor que foi decisivo na concepção de ‘Common Suffering‘ foi o efeito da pandemia e toda a negatividade associada à mesma, e se houve banda a aproveitar toda essa aura nociva e tóxica foram os Harm’s Way. Temas como ‘Heaven’s Call’, ‘Devour’ ou ‘Sadist Guilt’ são soberbos exemplos de como transformar essa aura em autênticas explosões de alta intensidade dirigida por uma raiva inamovível e genuína.

8/10

[Sample]

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Only Murders in the Building - Season 3 (2023)

Tal como prometido a série ‘Only Murders in the Building’ está de volta com uma terceira temporada. ‘Only Murders in the Building’ é provavelmente a mais prestigiada série com o selo Hulu e a pergunta que se impõe é se esta terceira temporada mantem os predicados das duas primeiras?! A resposta pode não ser consensual mas a meu ver sim. Desta feita a temporada centra-se num homicídio ocorrido precisamente na estreia de uma peça de teatro comandada (como não poderia deixar de ser) por Oliver Putnam/Martim Short. Além da habitual qualidade da escrita esta ‘Season 3’ conta também com uma interessante e pedagógica observação dos bastidores do teatro da Broadway, uma refrescante mudança de cenário tendo em conta que a grande maioria dos episódios até agora foram no contexto do edifício Arconia. Outra inovação desta ‘Season 3’ de ‘Only Murders in the Building’ é a aquisição de verdadeiros nomes de “luxo” para compor o já de si incrível elenco da série, Jeremy Shamos/Dickie Glenroy, Paul Rudd/Ben Glenroy, Matthew Broderick/ele Próprio e a conceituadíssima Meryl Streep/Loretta Durkin são disso excelentes exemplos. O único ponto negativo sesta ‘Season 3’ passa por uma evidente perda da entusiamo de Selena Gomez na pele de Mabel, talvez fruto de alguma saturação da personagem. Como também já é hábito a temporada termina com o lançamento da próxima, vamos aguardar até quando os produtores de ‘Only Murders in the Building’ conseguem manter este nível de qualidade.  

7.5/10 

[Trailer]

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

The Equalizer 3 (2023)

Este género Já foi claramente a sua zona de conforto mas actualmente significa apenas um cachê interessante, falo do consagrado Denzel Washington que volta mais uma vez (a ultima aparentemente) a “vestir” a pele de Robert McCall no terceiro capítulo do franchise The Equalizer em ‘The Equalizer 3’. Tal como o seu antecessorThe Equalizer 3’ não é um filme particularmente interessante ou inovador, limita-se a replicar a fórmula habitual mudando apenas o contexto, contudo a presença de Washington como protagonista por si só oferece uma credibilidade ao filme que dificilmente acontece noutros filmes da mesma espécie, John Wick será porventura um bom exemplo do que me refiro. Apesar de já não ser um jovem Washington consegue camuflar a natural falta de destreza física com uma presença carismática e madura. Desta feita McCall “perde-se” numa pequena vila do sul de Itália e enquanto vai começado a sentir-se em casa descobre que esta pequena vila tal como muitas outras é completamente manietada por um conhecido mafioso local. McCall tem então mais uma vez de equilibrar a balança em nome dos inocentes através da aplicação de um justiça alternativa substituído assim a corrompida justiça regular.

7/10

[Trailer]

sábado, 23 de setembro de 2023

Herod - They Were None (2014)

A ideia de misturar influências de Meshuggah e Neurosis num álbum de estreia não só seria à partida completamente lunática como seriamente impraticável tal não é o grau de exigência associado, todavia os Suíços Herod aparentemente não se amedrontam com dificuldades. Passava o ano de 2014 quando a banda que nos presenteou com os incríveis ‘Sombre Dessein’ e ‘Iconoclast’ (já este ano), fazia a sua estreia relativamente a LP’s com ‘They Were None’. ‘They Were None’ não é simplesmente um bom álbum de estreia, eu arriscava mesmo o título de fabuloso, embriagado por uma assimétrica e poderosíssima mescla de Post-Hardcore/Progressivo/Sludge Metal/Math Metal e Post-Metal onde se destacam as reminiscências de uns The Ocean muito “adolescentes” mas essencialmente a destreza técnica exponenciada pelos já referidos Meshuggah entrelaçada com a austeridade dos emblemáticos Neurosis. Ao ouvirmos faixas como ‘The Fall’, ‘The Glory North’, ‘Inner Peace’, ‘Northern Lights’ ou ‘Betraying Satan’ apercebemo-nos quase de imediato que, não só elas vão ser repetidas até à exaustão como da formidável mestria dos Herod. ‘They were None’ é para mim não só o melhor álbum da banda até ao momento (mesmo considerado a inerente qualidade dos seus sucessores) como um dos melhores álbuns que ouvi ultimamente, peso aliado a criatividade de uma forma absolutamente genial. 

9.5/10 

[Sample]

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Domkraft - Seeds (2021)

Dois anos antes de ‘Sonic Moons’ os Suecos Domkraft lançavam o seu terceiro álbum de originais ‘Seeds’ e se ainda restavam dúvidas sobre a qualidade da banda até então digamos que ‘Seeds’ pulverizou-as por completo. As sonoridades dos Domkraft apesar de familiares não são assim tão intuitivas de descrever, talvez o “rótulo” que melhor encaixa no som da banda seja o Psychedelic Sludge ainda que também já tenham sido referidos como uma banda de Intergalactic Sludge, todavia os rótulos tem apenas uma importância residual em relação à música. De uma forma mais assertiva podemos afirmar que as suas composições musicais são sustentadas por uma doentia e aditiva mistura entre Stoner, Sludge e Psychedelic Rock. Dizer que os riffs impactantes que servem como pilares dos três temas iniciais de ‘Seeds’, (‘Seeds’, ‘Perpetuator’ e ‘Into Orbit’) são monolíticos é um eufemismo, estes três temas são uma verdadeira bofetada hipnótica que nos deixa completamente aturdidos. ‘Seeds’ encerra com outra trilogia (‘Dawn Of Man’, ‘Tremors’ e ‘Audiodome’), uma trilogia que apesar de também evidenciar todo o talento e magnetismo dos Domkraft não consegue manter a mesma intensidade dos temas anteriores. ‘Seeds’ não é um álbum que só se ouve mas que também se entranha como uma espécie de parasita de que não nos conseguimos livrar. 

8.5/10

[Sample]