sábado, 24 de agosto de 2019

Legion - Season 1 (2017), Season 2 (2018), Season 3 (2019)


Esta vai ser sem dúvida das críticas que vou escrever com mais entusiamo, a série em questão chama-se Legion e se existe série à frente do seu tempo ela terá que ser Legion, para quem achou Hannibal e Dark verdadeiros desafios psicológicos Legion consegue mesmo assim estar num patamar acima.

                Na Season 1 é nos apresentado David Heller (o protagonista), uma individuo com múltiplos e gravíssimos distúrbios psicológicos, além de poderes, poderes esses que ele ou ainda desconhece ou tem bastante dificuldade em os controlar, praticamente metade da Season 1 é “passada” na mente de David deixando os espectadores perdidos num aliciante vórtice de complexidade com a curiosidade em altíssimo nível. É também na primeira série que David é encontrado por pessoas com outras “habilidades” e problemas existenciais semelhantes aos dele. Ainda na Season 1 David acaba por descobrir que tem um impressionante, irrascível e quase intransponível inimigo de seu nome Amahl Farouk.

                Na Season 2 o conflito mental permanente entre David e Amahl Farouk continua e toma proporções épicas, sendo que nesta altura David já esta muito mais consciente dos seus quase incontroláveis poderes e com a sua mente muito mais estável. Na Season 2 são também introduzidas novas e interessantes personagens.

                A série é finalizada na Season 3 onde, através de ter sido criada a possibilidade de David se “mover” temporalmente, é-nos dado a conhecer muito do seu passado, das suas origens e finalmente a proveniência da designação Legion.

                Uma série praticamente perfeita em todos os sentidos, desde o vasto e complicadíssimo argumento, a brilhante e caótica cinematografia passando ainda pelas fenomenais e carismáticas personagens que vão aparecendo com o desenrolar de Legion, indo como não poderia deixar de ser, o principal destaque para os incontornáveis David e Amahl Farouk. Sendo Legion uma personagem (ilustremente desconhecida do publico em geral) originaria da Marvel, a série consegue fazer um incrível distanciamento do todo o “hype” do MCU e mantendo assim uma assinalável sobriedade, cativando e de que maneira os espectadores que gostam de grandes desafios mentais. 

10/10 

The Boys - Season 1 (2019)


Tomei conhecimento da série através do videoclipe de “Solway Firth” do novo “We Are Not Your Kind” dos Slipknot e é uma das estreias absolutas de 2019 podendo-se considerar uma série de (Anti) heróis, falo de The Boys. O enredo de The Boys é sem dúvida uma impressionante pedrada no charco, sendo o charco a infindável torrente de filmes e séries sobre super-heróis. Em The Boys a premissa é que tal como o resto da humanidade os heróis também tem defeitos e também sucumbem à corrupção, interesse pessoal, ânsia de poder e ganancia ao contrário dos “tradicionais” super-heróis íntegros e incorruptiveis que estamos habituados, portanto, uma completa inversão do paradigma de que os super-heróis são seres perfeitos. Um conjunto de humanos ditos normais, todos eles com razoes pessoais decidem enfrentar estes super-heróis decadentes e pérfidos. Se nada posso apontar à inovadora ideia da série, tem no entanto alguns aspectos menos positivos, desde logo a o excesso de gore que descredibiliza o propositado realismo inteligentemente introduzido na série, outro ponto desfavorável é a má distribuição de intensidade pelos episódios dando azo a alguns períodos de aborrecimento e por ultimo a fraca qualidade dos diálogos e das interpretações em geral, excepções feitas aos protagonistas Karl Urban (Billy Butcher), Jack Quaid (Hughie Campbell) e Antony Starr (Homelander), o resto do elenco pouco ou nada acrescenta, sendo que em abono da verdade algumas personagens já apresentam um latente défice de carisma de raiz. 

6.5/10

Avengers: Endgame (2019)


Posso começar este review por dizer que “Avengers: Endgame” é o filme com maior receita de bilheteira de sempre o que só por si diz muito da inesgotável fonte de lucro que o chamado MCU tem gerado. Penso que a compra da Marvel Comics (entre outros importantes franchises) por parte de Disney tem sido apenas o culminar da destruição da vertente artística no cinema Norte-Americano. Com a excepção das brilhantes equipas de efeitos visuais em tudo o resto a qualidade pode ser facultativa. Depois de ver “Avengers: Endgame ”o meu primeiro pensamento foi de não ter uma clara ideia acerca da qualidade do filme, apenas me surgiu a interrogação sobre qual o propósito do mesmo (além do lucro como é obvio). “Avengers: Endgame” que seria suposto ser a épica conclusão de “Avengers: Infinity War”, no entanto é sim uma espécie de tutorial absurdo de como reverter tudo o que aconteceu no filme anterior. Uma história sem qualquer nexo, pornograficamente conveniente e com uma total ausência de explicações logicas para o que vai ocorrendo. Temo que depois de encerrada a chamada fase 3 do MCU a fase 4 seja ainda mais do mesmo ou ainda pior. 

5/10

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

La Casa De Papel - Season 1 (2017), Season 2 (2017), Season 3 (2019)


Uma das séries que teve um gigantesco “hype” de efeito imediato nos últimos tempos foi La Casa De Papel. Se este fenómeno tem sido justificável é o que vou tentar depurar de seguida com esta crítica. Vou dividir o post em partes pois as 2 primeiras Seasons são sobre um tema e na terceira um novo tema é introduzido.

                Nas Seasons 1 e 2 La Casa De Papel começou por ser uma serie sobre um conjunto de rejeitados da sociedade que são recrutados por um indivíduo metódico e cerebral (O Professor), essa personagem central da série tem o intuito de fazer um perfeito e histórico assalto à Casa da Moeda espanhola situada no coração de Madrid, ou não fosse La Casa De Papel totalmente de produção espanhola, numa espécie de cruzamento entre Ocean’s Eleven a primeira Season de Prision Break. La Casa De Papel tem pormenores verdadeiramente deliciosos, desde a contundente simbologia das mascaras de Dalí, da marcante musica “Bella Ciao” passando pelo meticuloso planeamento do Professor até à atribuição de nomes de cidades aos protagonistas no assalto. La Casa De Papel tem também consequentes e prolongadas sequências de prender a respiração e de manter o suspense em níveis estratosféricos. O meu único reparo às 2 primeiras Seasons da série é a falta de carisma de alguns (não da maioria) dos personagens.

                Já este ano La Casa De Papel voltou com a altamente antecipada Season 3 que logo quando anunciada me pareceu forçada, desnecessária e numa logica de fazer perpetuar o lucro da fama gerada pelas duas primeiras Seasons. Falando agora A posteriori posso dizer que felizmente os meus receios não se concretizaram e que o “novo assalto” (desta feita ao Banco Central Espanhol), com algumas inevitáveis mudanças nos protagonistas voltou a encarnar o espirito da série. Uma crítica final à não conclusão deste “novo assalto”, que acontecerá com a Season 4, pois faria todo o sentido a série não ficar em “aberto”, dando origem a um inevitável afrouxamento no suspense que ficou num ponto bastante elevado. Penso que a série tem tudo para terminar com a Season 4 e qualquer coisa para além disso já será entrar no domínio do despropositado e absurdo como aconteceu na já referida série Prison Break por exemplo. 

8.5/10

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Dark - Season 2 (2019)


Depois do merecido destaque anteriormente dado à Season 1 de Dark, com o surgimento da segunda Season já este ano impõe-se uma nova crítica. Quem achou (até eu próprio me posso incluir neste grupo) que a Season 2 de Dark teria poucas hipóteses de superar a primeira enganou-se redondamente, a fasquia estava alta, bastante alta até é um facto mas foi inequivocamente ultrapassada. O ambiente sombrio e deprimente da primeira Season mantem-se tal como a cirúrgica e fenomenal banda sonora e a envolvente de um thriller hibrido entre o psicológico e o científico. As grandes diferenças da Season 2 para a sua antecessora estão na história e na grande evolução das personagens. A história desenvolve-se a uma velocidade alucinante em todos os episódios onde se vão em simultâneo, dissipando persistentes dúvidas da primeira Season e gerando novas interrogações. Para os espectadores que atingiram o ponto crítico de saturação de filmes e séries onde tudo é previsível e banal e onde a estimulação cerebral é inexistente ou residual, Dark é sem dúvida a serie a não perder. Dark conta ainda com uma produção de excelência e uma invulgar capacidade de deixar o espectador ininterruptamente em suspense e com os neurónios em “hiperventilação”. 

9.5/10