Quatro anos antes de ‘Iconoclast’ os Suíços Herod lançavam o seu segundo álbum de originais ‘Sombre Dessein’. É um lugar-comum dizer-se que o segundo é o álbum mais importante de uma banda, no caso dos Herod isto não só é aplicável como recomendando. ‘Sombre Dessein’ pode não ter a perfeição e recorte técnico de ‘Iconoclast’ contudo, toda a pujança e virilidade temerária do Sludge está bem presente juntamente com o Progressivo orgânico e emocional inebriado pelo Groove e por um ambiente simultaneamente dissociativo e pessoal. Os Herod recuperaram de forma consciente e assumida uma herança violenta e austera deixada pelos seus colegas de editora The Ocean numa fase precoce da sua carreira mas não se limitaram a replicar a fórmula, conseguiram aglutinar a essa herança parte da impetuosidade inumana dos Meshuggah resultando num vigoroso e robusto Sludge Progressivo fértil em criatividade e genialidade. ‘Sombre Dessein’ é um bloco monolítico e indivisível contudo tenho de destacar a tripla descarga inicial, uma colossal, turbulenta e indomável onda que começa aos primeiros acordes de ‘Fork Tongue’ e atinge o seu pico máximo na formidável ‘Don’t Speak Last’, o melhor tema de ‘Sombre Dessein’ a meu ver. Simultaneamente aditivo e inolvidável ‘Sombre Dessein’ foi o álbum que atirou em definitivo os Herod para um lugar de destaque quer na impressionante e selectiva Pelagic Records quer no espectro do Sludge/Progressivo.
8/10
Sem comentários:
Enviar um comentário