Começo este post com um apelo, parem de tentar produzir filmes de ficção científica sem o orçamento adequado para tal. O filme em questão é ‘Vesper’ e esse não é de todo o seu único problema contudo um filme que começa com um gigante salto temporal para o futuro fica vinculado a mostrar-nos como é esse futuro e se temos excelentes exemplos de filmes extraordinários com baixíssimos orçamentos (‘Cube’, ‘Saw’ ou ‘The Platform’) nenhum deles se insere no género da ficção científica. Outra falha bastante comprometedora de ‘Vesper’ é a falta de originalidade da sua história, um mundo distópico onde a raça humana foi quase foi quase exterminada por guerras, vírus e pela escassez de comida é uma ideia que já foi explorada vezes sem conta, ‘Demolition Man’, ‘In Time’, ‘Mortal Engines’, ‘Elysium’ são apenas alguns exemplos que além desse contexto partilharem também com ‘Vesper’ o paradigma de uma sociedade dividida entre “ricos” e “pobres” sendo que os ricos vivem numa espécie de redoma privilegiada num planeta com escassez de bens essências à sobrevivência enquanto os pobres sobrevivem entregues à sua sorte nesse cenário pós apocalíptico. Até o principal foco de ‘Vesper’, a indispensável importância das sementes na conjuntura do filme não é propriamente novidade, pois já Christopher Nolan tinha explorado o tema na sua obra-prima de ficção científica ‘Interstellar’. ‘Vesper’ acaba por ser um filme previsível e enfadonho que não oferece resposta a nenhuma das curiosidades visuais anunciadas no seu começo, não diria que seja um filme catastrófico como ‘Chaos Walking’ muito graças a alguns bons momentos cinematográficos mas está claramente a anos-luz de um ‘Dune: Part One’ ou a formidável série ‘The Expanse’, verdadeiros clássicos modernos da ficção científica.
5.5/10
Sem comentários:
Enviar um comentário