É altura para analisar dois dos lançamentos mais esperados de 2022, duas bandas de créditos mais que firmados na música mais pesada “made in U.S.A.”, começando por ‘The End, So Far’ dos emblemáticos Slipknot. Há muito para falar acerca ‘The End, So Far’, o sétimo trabalho dos Norte-Americanos Slipknot, foram vários os acontecimentos que precederam o lançamento do álbum, desde logo a precoce e impropria divulgação da “setlist”, passando pelo desaparecimento do seu lendário ex-baterista Joey Jordison até aos rumores que a banda apenas compôs ‘The End, So Far’ para cumprir obrigações contratuais, teoria alimentada pelo sugestivo título do álbum. Nesta era pós ‘All Hope Is Gone’ ‘The End, So Far’ partilha uma tendência que já tinha sido evidente em ‘We Are Not Your Kind’, a latente incapacidade da banda para produzir temas marcantes, verdadeiros singles ou clássicos instantâneos se preferirem, desde ‘5: The Gray Chapter’ que isso simplesmente não acontece. Todavia ‘The End, So Far’ tem fraquezas muito próprias começando por uma que é quase paradoxal, de alguma forma os Slipknot conseguem simultaneamente apresentar uma inovação residual ou inexistente com muita repetição e rearranjo de temas previamente compostos pela banda (a colagem de ‘The Dying Song (Time To Sing)’ a ‘Wait And Bleed’ é um excelente exemplo) com uma estranha e contranatura afinação das guitarras, particularmente perceptível em faixas como ‘Medicine For The Dead’, ‘Acidic’ e ‘Heirloom’. Outra fragilidade de ‘The End, So Far’ tem a ver com a duplicidade das vocalizações de Corey Taylor, se já ouve alturas em que isso foi claramente um factor decisivo na qualidade final do álbum (‘Vol 3: The Subliminal Verses’) desta feita existe uma desconcertante falta de objectividade acerca da altura onde mais acertado Corey usar a sua voz na vertente “limpa”, apesar deste problema não ser linear durante todo o álbum (‘Medicine For The Dead’ é um bom exemplo do contrário) ainda assim é mais um factor que por certo não ajuda no resultado final. Com tudo isto até pode ficar a ideia que ‘The End, So Far’ é um álbum medíocre o que de forma geral não é de todo verdade, eu diria mesmo que até apresenta uma qualidade mais uniforme do que o seu antecessor.
7/10
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