‘Breaking Bad’ teve uma ascensão que só pode ser considerada meteórica, agregando o título de série de culto a um hype verdadeiramente estonteante, ora dois anos depois do seu final eis que surge um spin-off focalizado no famoso advogado da série, de seu nome Saul Goodman/Bob Odenkirk. ‘Better Call Saul’ centra-se essencialmente em acontecimentos anteriores a ‘Breaking Bad’ contando a conturbada história de Jimmy McGill que viria mais tarde a adoptar o nome de Saul Goodman. Confesso que comecei a ver ‘Better Call Saul’ com alguma relutância pois muitos são os exemplos de spin-offs desinteressantes cujo único objectivo aparenta ser o de lucrar com uma “marca” já estabelecida, contudo ‘Better Call Saul’ distancia-se por completo deste cliché. Não é fácil idealizar uma série quando o seu final está delimitado por uma história já existente, no entanto os produtores conseguiram não só imaginar toda uma narrativa pré ‘Breaking Bad’ como mante-la constantemente num elevado nível de interesse. Além da perspicácia de provocar os espectadores com fogachos de cenas de diferentes alturas cronológicas que tão bem já tinha funcionado em ‘Breaking Bad’, ‘Better Call Saul’ destaca a interligação entre quatro personagens fundamentais, Jimmy McGill/Saul Goodman/Bob Odenkirk, Mike Ehrmantraut/Jonathan Banks, Gus Fring/ Giancarlo Esposito e Hector Salamanca/Mark Margolis, todos eles já nossos conhecidos. Todavia são os personagens “desconhecidos” que ampliam a já elevada dimensão da série, falo de Kim Wexler/Rhea Seehorn (a eterna companheira de Saul), Nacho Varga/Michael Mando (o amargurado mas importante representante do cartel Salamanca), Chuck McGill/Michael McKean (o sui generis irmão de Saul) e Lalo Salamanca/Tony Dalton (o simultaneamente implacável e amistoso sobrinho de Hector). Durante as seis temporadas de ‘Better Call Saul’ tenho de realçar a contínua e inteligente evolução de todos os principais personagens, sem moralismos baratos e em inúmeras situações limite onde a área cinzenta entre o domínio do certo e do errado vai sendo uma rotina. ‘Better Call Saul’ reúne todas as características de uma grande série, um argumento formidável, personagens bem escritos e bem representados e uma narrativa aditiva de alguma forma decalcada do “universo” ‘Breaking Bad’ mas que acaba por ter uma vitalidade muito própria.
8/10
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