É caso para dizer finalmente! Quase
dois meses depois eis que chega o momento do já habitual post sobre a noite
mais esperada de Hollywood, e
entrega das ambicionadas estatueta douradas. Mais uma vez não tive oportunidade
de ver a cerimónia e mais uma vez também não fiz por a ver à posteriori, pois a predominância
do politicamente correcto, da hipocrisia generalizada do apoio aos movimentos
Me2 entre outros do mesmo género, e os ridículos contadores de tempo dos
discursos de agradecimento dizem-me muito pouco e não posso deixar de sentir
uma grande nostalgia dos distantes e irrecuperáveis tempos de Billy Cristal e John Stewart. Volto
também mais uma vez a referir que apenas falo do que vejo (daí a explicação
para a demora na realização deste post), portanto algumas categorias vão ser
irremediavelmente descartadas, tais como a melhor musica, documentário,
curta-metragem e melhor filme estrangeiro.
Nas
categorias consideradas técnicas destaque para a excelente vantagem logo aí para
“Bohemian Rhapsody” que arrebatou
três galardoes, melhor edição e mixagem de som (invariavelmente ambas atribuídas
quase sempre ao mesmo filme) e para mim de forma inteiramente justa e sem surpresa
onde o único verdadeiro rival foi “A Quiet Place” na edição, tal como o Óscar de melhor montagem onde aqui sim a concorrência apertou bastante. A escolha
do sempre apetecível Óscar de melhores
efeitos visuais recaiu sobre “First Man” onde para minha grande surpresa entre os nomeados “Avengers: Infinity War”, “Christopher Robin”, “Ready Player One” e “Solo: A Star Wars Story” não estava
(escandalosamente) “Fantastic Beasts:The Crimes of Grindelwald”. No Óscar de melhor guarda-roupa e sem surpresa a escolha foi para “Black Panther” e no de melhor caracterização para “Vice” pelo excelente e difícil esforço
na caracterização de Christian Bale como
Dick Cheney ambos bem entregues na
minha opinião. Na melhor cinematografia
a vitória sem qualquer tipo de discussão foi para “Roma”, que perdeu para “Black Panther” (injustamente na minha opinião) o galardão de melhor direcção artística, destaco negativamente a inexplicável ausência
de “At Eternity's Gate” nos nomeados de melhor cinematografia.
Na
animação e sem dar qualquer tipo de hipótese
o prémio foi para “Spider-Man: Into the Spider-Verse” batendo “Incredibles 2”,
“Isle of Dogs”, “Mirai no Mirai” e “Ralph Breaks the Internet”.
Nos
argumentos as estatuetas foram especialmente bem entregues com o sensacional “GreenBook” a vencer no adaptado e o ultra criativo
“BlacKkKlansman” no original e onde a concorrência era de
peso sobressaindo “Can You Ever ForgiveMe?” e “The Ballad of Buster Scruggs”
como candidatos mais fortes. Destaque para o grande derrotado até esta altura “The Favourite” que com 10 nomeações à
partida não tinha conseguido nenhuma estatueta até aqui.
Nos
sempre interessantes Óscares de interpretação
o inevitável e extraordinário Mahershala
Ali a não deixar fugir o Óscar de
melhor actor secundário tal como Regina
King no caso da melhor actriz secundária
com a sua participação no filme “If
Beale Street Could Talk”. Olivia
Colman segurou a “honra do convento” de “The Favourite” ao ganhar o único (e justificado) Óscar de melhor actriz principal. E
finalmente chegamos ao que foi para mim a grande injustiça da noite e no Óscar
que já é cronicamente disputado com uma intensidade incrível (melhor actor principal) teve mais uma
vez um leque de actores de excelência, Rami
Malek (“Bohemian Rhapsody”) como Freddie
Mercury, Bradley Cooper (“A Star Is Born”) como Jackson "Jack" Maine, Christian Bale (“Vice”) como Dick Cheney,
Viggo Mortensen (“Green Book”) como Frank "Tony Lip" Vallelonga e Williem Dafoe (“At
Eternity's Gate”) como Vincent van
Gogh, recaído a vitória sobre Rami
Malek, que se é compreensível que tenha sido uma altíssima dificuldade e
responsabilidade interpretar a pele de Freddie Mercury é obvio que o melhor
papel do Ano foi o de Viggo Mortensen
provavelmente até o melhor papel da sua carreira. Nos realizadores a estatueta dourada foi mais uma vez para um favorito
da Academia Alfonso Cuarón (“Roma”) ficando o mal-amado Spike Lee (“BlacKkKlansman”) com um (compreensível) amargo de boca. E finalmente
no melhor filme onde eram 8 os
nomeados, a escolha a meu ver muito acertada recaiu sobre “Green Book”. Ficaram entregues os Óscares de 2019, na minha opinião bem na sua grande maioria, mas
com a decrepita cerimonia a precisar urgentemente de ser repensada.
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