Hugh Laurie, o desconhecido mas talentoso actor Britânico deu corpo a uma das mais carismáticas personagens de uma série como o mítico Dr. House durante os oito anos da série ‘House M. D.’ e antes de falar da série propriamente dita vale a pena falar um pouco sobre esta intrigante personagem. Dr. House está a anos-luz de ser o típico médico, ele é uma espécie de “divindade” do mundo do diagnóstico médico, marcado fisicamente pelo seu coxear derivado a um problema antigo numa das suas pernas que lhe valeu ficar sem uma generosa porção do músculo acima do joelho, ele convive com a dor numa base diária e esse factor não é dissociável na sua personalidade. Genial, cáustico, viciado na verdade, insolente, revoltado e dotado de uma invulgar capacidade de excluir emoções do seu fenomenal raciocino analítico, com facilidade podem-se achar traços de inspiração no mítico Sherlock Holmes. No entanto uma personagem com um caracter tão vincado e impopular que não seria à partida tão estimado pelos espectadores consegue de forma magistral e inesperada ganhar a sua empatia.
Alguns anos volvidos da conceituada série ‘ER’ David Shore achou e bem que estava na altura de “voltarmos” ao Hospital e nascia assim ‘House M. D.’. Nas primeiras três seasons de ‘House M. D.’ o formato dos episódios não varia muito, em cada episódio House e sua talentosa equipa composta por Foreman, Chase e Cameron depara-se com um paciente extremamente difícil de diagnosticar e após várias tentativas através de um complexo e tortuoso processo de diagnóstico o paciente é quase sempre salvo por House no limite de perder a vida. Durante esta fase ‘House M. D.’ foi arrebatando prestígio e admiração de uma forma quase exponencial, não só pela irrepreensível interpretação de Laurie como pela sua originalidade. Todavia e de maneira inevitável a fórmula foi-se esgotando e foi sensivelmente a partir dessa altura que de uma maneira bastante inteligente os produtores contornaram a situação oferecendo aos espectadores uma espécie de história paralela contínua em simultâneo com o habitual caso por episódio, o que permitiu novos formatos nos episódios, um conhecimento mais aprofundado não só de House mas de outros personagens da série, em particular Dr. Wilson (o seu estimado amigo) e a Dra. Cuddy a directora do hospital.
O Post já vai longo mas não posso passar ao lado dos acontecimentos mais marcantes que sucederam no decurso das várias Seasons de ‘House M. D.’, possivelmente decisivos na longevidade da série (Alerta de “spoilers”). No início da Season 4 e após perder a sua equipa primordial House vê-se forçado a recrutar uma nova e fá-lo de forma simultaneamente bizarra e intrigante, ainda nessa mesma Season House falha em salvar a namorada de Wilson de forma bastante dramática. No início da Season 6 House encontra-se numa clinica de desintoxicação após ter sucumbido de forma assustadora ao seu vício de Vicodin (um fármaco que House usa de forma a aguentar a dor diária), esta Season acaba no entanto com o tão esperado envolvimento romântico entre Cuddy e House no culminar de uma espécie de relação amor-ódio de longa data entre os dois. E para finalizar tenho de referir o início da derradeira Season 8 pois House está preso, imagine-se.
‘House M. D.’ é, em jeito de conclusão uma série de excelência, com uma fantástica produção, personagens bem escritos, actores acima da média e um sublime Hugh Laurie a exponenciar e de que maneira a personagem central da série.
8/10
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