
Depois do magnífico e bastante
aclamado ‘Medusa’ os Paradise Lost estão finalmente de
regresso com o seu tão esperado sucessor. Quando quase todas as bandas estão a
adiar para o final do ano os seus lançamentos os Paradise Lost optaram por manter a data em que ‘Obsidian’ viu a luz do dia. A palavra
que melhor descreve ‘Obsidian’ será
porventura ‘aglutinador’, o álbum capta na perfeição as tendências mais
vincadas que a banda nos tem apresentado ao longo da sua longa carreira,
deixando no entanto de lado, (como seria de esperar) a sua fase Electrónica. Se o seu Death/Doom melancólico e deprimente está
inequivocamente espelhado em faixas como ‘Fall
From Grace’ ou ‘Ravenghast’ a
sua vertente mais Gothic tão característica
dos anos 90 é perfeitamente audível em ‘Ghosts’
ou ‘Forsaken’, é até possível perceber
a notória influência de Sisters of Mercy
em ‘Hope Dies Young’. ‘Obsidian’ demonstra também que a versatilidade
da dupla Holmes/Mackintosh está
longe do seu término, a ambígua voz de Nick
Holmes parece nunca perder qualidade tal como a capacidade de Gregor Mackintosh em compor riffs de excelência.
Embora não chegue ao nível de ‘Medusa’,
‘Obsidian’ tem na minha opinião uma irrefutável
qualidade, por exemplo, alguns furos acima da nova proposta dos seus conterrâneos
My Dying Bride (‘The Ghost Of Orion’).
7.5/10
Depois do seu bem recebido álbum
de estreia ‘Tolerance 0’ os S-Tool estão de volta passados três
anos com o seu segundo álbum de originais ‘Exitus’.
A banda encabeçada pelo carismático ex-Sentenced
Ville Laihiala procurava com ‘Exitus’ o álbum da confirmação e penso
que o objectivo foi parcialmente atingido. É um facto ‘Exitus’ não está ao mesmo nível do seu antecessor no entanto colecciona
algumas faixas onde a banda exponencia o que de melhor sabe fazer como são os
casos de ‘The Inhumanist’ ou ‘I Hate Yourself’. Em ‘Exitus’ os S-Tool mergulham mais uma vez num Thrash/Groove Metal orelhudo e de composições minimalistas com viciantes
melodias e sedutoras distorções.
7/10
Quatro anos depois de ‘The Empire’ e ainda com a regravação
na íntegra do seu álbum de estreia (‘Ultimate
Incantation’) reintitulado ‘Dark Age’
pelo meio, os Vader estão de volta
com ‘Solitude In Madness’. A emblemática
e respeitada banda Polaca continua a
dar firmes passos na solidificação da sua já longa carreira e parece mais uma
vez não acusar o peso da idade. ‘Solitude
In Madness’ oferece-nos mais uma vez uma verdadeira cascata de fluidez técnica
pautada como é hábito pela amálgama de pujante e enérgico Death Metal em confluência com a desenfreada rapidez do Thrash. ‘Solitude In Madness’ carrega também e uma vez mais uma atmosfera inequivocamente
“old School” bem representada nos raivosos
e enérgicos riffs em paralelo com a robusta e infalível voz de Piotr "Peter" Wiwczarek. Apesar
das intransponíveis barreiras da monotonia e deficit de originalidade os Vader têm amadurecido sem nunca perder
as suas principais virtudes, bem exemplificadas neste ‘Solitude In Madness’.
7/10

Provenientes da Finlândia os And Oceans tiveram um inicio de carreira de algum modo paralelo a
nomes icónicos da chamada segunda vaga de Black
Metal tais como Emperor ou Dimmu Borgir, não só fruto das suas
origens escandinavas mas também pela adição de elementos sinfónicos às suas
sonoridades, no entanto pouco depois da viragem do milénio e com a dispersão
musical do Black Metal escandinavo
os And Oceans começaram progressivamente
a incorporar no seu som várias influencias electrónicas sendo o expoente máximo
disso o seu álbum ‘Cypher’ (2002). A
banda tomou então, juntamente com os The Kovenant
e Samael um justificado lugar de
destaque no que à mestria de fundir Electrónico
com Black Metal diz respeito. Em 2008
os And Oceans converteram o seu nome
para Havoc Unit para lançar um único
álbum (‘H.IV+’), uma insana e genial
extravagancia Industrial. Passados 18
anos os And Oceans decidem voltar ao
activo com o seu novo álbum ‘Cosmic
World Mother’, para voltarem também ao seu som de origem. Não se pode
apontar qualquer reparo em termos de composição a ‘Cosmic World Mother’, Shymphonic
Black Metal veloz e poderoso com grande preponderância dos teclados,
criando uma nostalgia de belo efeito à melhor fase dos já referidos Dimmu Borgir, assente numa produção
austera e crua mas totalmente inusitada. A grande contrariedade de ‘Cosmic World Mother’ é a sua latente
falta de originalidade, se é verdade que nos tempos que correm poucas são as
bandas a explorar um revivalismo do Black
Metal dos anos 90, também é igualmente verdade que um álbum actual com uma
clara aposta neste estilo específico não apresenta nada de novo, sendo
particularmente surpreendentemente no caso dos And Oceans pois o seu som já tinha previamente evoluído no sentido de ser mais genuíno.
7.5/10

Os talentosos Gauleses estão de
volta com o sucessor de ‘Abreaction’
de seu nome ‘Wolves Among the Ashes’.
Os Svart Crown são na minha opinião
uma das, senão mesmo a melhor banda do chamado Blackened Death Metal, e para quem já teve algum contacto com a
banda através de ‘Abreaction’ ou ‘Profane’ certamente não irá encontrar
um excesso de ousadia nesta afirmação. ‘Wolves
Among the Ashes’ é um álbum arriscado, bastante arriscado mesmo, desta
feita os Svart Crown, partindo do
seu habitual hibrido entre Black e Death Metal tiveram a coragem e ambição
de sair da sua zona de conforto e incorporar uma generosa dose de múltiplas influências
e experimentalismo. ‘Wolves Among the
Ashes’ é um mergulho num ambiente caótico, dantesco e insano liberto de quaisquer
entraves à excelência técnica e abundante criatividade da banda. Faixas como ‘Art of Obedience’, ‘At The Altar of Beauty’ ou ‘Living With The Enemy’ espelham bem amplitude
sonora de ‘Wolves Among the Ashes’,
um álbum verdadeiramente fantástico e sedutor.
8/10