Era para mim um dos álbuns mais esperados de 2023 especialmente depois do fantástico “aperitivo” ‘Caravans To The Outer Worlds’ (2021), falo portanto do décimo sexto álbum de originais dos Noruegueses Enslaved, ‘Heimdal’. Quando a espectativa é elevada a tendência para a desilusão aumenta significativamente todavia no caso particular dos Enslaved esta profética desilusão acaba por nunca se confirmar e ‘Heimdal’ vem mais uma vez comprovar essa regra. Os Enslaved foram conquistando um merecido estatuto de consistência, uma consistência que não é de todo sinónimo de segurança, aliás os Enslaved tem-se distinguido precisamente pelo contrário, a sua fértil criatividade e capacidade de sair da sua zona de conforto. ‘Heimdal’ não é apenas mais um grande álbum da banda, prefigura-se desde já como um potencial candidato a melhor álbum de 2023, muito graças a um fantástico equilíbrio entre agressividade e vertente ambiental onde sobressai de forma bastante natural e orgânica toda a genialidade da banda. Riffs melódicos, maduros e incorpóreos baptizados por uma quase indistinta confluência de subgéneros que vão desde o Black Metal até ao Progressivo passando pelo Folk. De realçar a ténue mas inteligente aposta dos Enslaved nos “acabamentos” Electrónicos, a banda já a tinha evidenciado em ‘Utgrad’ e volta agora a manifestá-la em ‘Heimdal’. Um último destaque para ‘Congelia’, ‘Kingdom’ e ‘The Eternal Sea’, três temas que são bastante elucidativos da extraordinária qualidade dos Enslaved.
9/10
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