Acerca de duas semanas foram finalmente revelados os nomeados para edição número 93 dos Óscares, em simultâneo foi também revelado que a cerimónia que costuma acontecer em Fevereiro vai este ano realizar-se em Abril, deixando bem evidente o impacto da pandemia no mundo da sétima arte, e como já vem sendo hábito o Espelho Distópico vai dar uma particular atenção aos nomeados. Curiosamente já tinha aqui antecipado alguns dos potenciais nomeados no entanto uma das surpresas foi ‘Promising Young Woman’ que conta com a carismática Carey Mulligan como protagonista. ‘Promising Young Woman’ além de ser um filme algo estranho desperta sentimentos de algum modo contraditórios, pois se na parte técnica o filme tem de facto a qualidade necessária para estar entre os nomeados a sua história no mínimo estapafúrdia e exagerada e principalmente, as miseráveis interpretações de todo o elenco com a excepção de Mulligan deitam tudo a perder. Cassandra/Mulligan, uma mulher perto dos trinta tem a sua vida estagnada em consequência directa de nunca ter ultrapassado a trágica morte da sua melhor amiga de adolescência após esta ter sido violada e humilhada. Cassandra decidiu então fazer uma espécie de cruzada contra os homens saído regularmente à noite apenas para fingir que está bastante alcoolizada até ser abordada por algum ”bom samaritano”, com o objectivo de provar que nessa situação todos os homens se tentam aproveitar. O filme tem vários problemas de concepção, desde logo aborda um assunto bastante sério com uma inacreditável leviandade, tenta também manipular valores ao dar mais importância a uma vingança generalizada em detrimento de uma justificada e plausível vendeta pessoal a que não é alheia uma pouco camuflada retórica feminista, mas o ponto mais negativo são mesmo a deploráveis prestações dos actores, dando a sensação que todas as personagens são uma espécie de cliché genérico de determinados tipos de pessoas.
6/10
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