É bem possível que David Cronenberg seja o realizador/argumentista de culto que menos aprecio e ‘Crimes of the Future’ veio relembrar-me das razões que suportam essa opinião. Quem viu ‘Crimes of the Future’ sem ter previamente investigado nada sobre o filme (onde me incluo) certamente que esperava algo numa vertente similar ao formidável ‘Minority Report’, no entanto nada mais errado, a história de ‘Crimes of the Future’ circula em torno de um futuro não muito distante onde a humanidade se adaptou a um contexto sintético e onde a biologia do corpo humano evoluiu ao ponto de produzir novos órgãos, este estado metamórfico também conhecido por ‘Accelerated Evolution Syndrome’ é mal visto e fiscalizado por uma parte da raça humana enquanto outro segmento da população o aceita de braços abertos. Uma dessas pessoas é Saul Tenser/Viggo Mortensen que além de aceitar esta metamorfose com toda a naturalidade até a aproveita para fazer “arte” através de repulsivas e impressionáveis cirurgias ao vivo. O único factor positivo que se pode extrair de ‘Crimes of the Future’ acaba por ser a sua originalidade o que aliás é habitual nos filmes de Cronenberg, pois é um falhanço completo em todos os outros aspectos. Uma história entediante que nunca se altera nem evolui juntamente com personagens etéreos e estáticos, diálogos completamente fúteis e vagos dentro de um futuro onde aparentemente o mundo permanece igual ao que conhecemos hoje com a excepção das áreas da biologia e cirurgia, são os principais problemas que fazem de ‘Crimes of the Future’ uma verdadeira decepção cinematográfica.
6/10
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