segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Last Night in Soho (2021)

Espanto é a minha reacção quase automática enquanto me vou inteirando do feedback altamente favorável relativamente a um filme como ‘Last Night in Soho’, quão calamitoso tem de andar o cinema actual para um filme tão débil que nem sequer chega ao nível do aceitável passar por uma película aclamada. Não me interpretem mal, ‘Last Night in Soho’ tinha sem dúvida à partida o potencial para ser um filme no mínimo decente, todavia a total desordem sobre a abordagem a adoptar por parte do realizador, acrescida de erros de palmatória na execução converteram o filme numa espécie de ‘The Devil Wears Prada’ do Terror primário e entediante. Eloise/Thomasin McKenzie é uma jovem criada pela avó que após entrar na faculdade muda-se da província rural Inglesa para a gigantesca cidade de Londres perseguindo o seu anseio de se tornar estilista, porém a sua paixão pelos anos 60 acaba por trai-la pois o que começam por ser sonhos vividos na primeira pessoa acerca de uma jovem dessa altura (Sandie/Anya Taylor-Joy), depressa se transformam em visões (sem qualquer tipo de explicação sobre a sua proveniência). O grande ponto positivo de ‘Last Night in Soho’ acaba por ser a sua cinematografia com uma forte presença da ambiência dos 60 onde o realizador consegue de uma forma bastante inventiva tirar partido de toda a paleta de cores para capturar cenas de elevado padrão artístico. Já ao nível da narrativa ‘Last Night in Soho’ é uma verdadeira anarquia de ideias onde a única constante aparenta ser a indefinição sobre o género a que o filme ambiciona pertencer. 

6/10

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