“A stroll down Shittery Lane” foi a expressão que me foi proposta para descrever a nova sequela de uma das mais brilhantes e emocionantes trilogias que o cinema moderno já apresentou (‘The Matrix’, ‘The Matrix Reloaded’ e ‘The Matrix Revolutions’), falo como já se percebeu de ‘The Matrix Resurrections’. Mas antes de falar propriamente do filme vou tentar explicar o porquê de ‘The Matrix Resurrections’ estar no meu ponto de vista, destinado ao fracasso. A grande pergunta que importa fazer é a seguinte: existia a possibilidade de voltar a penetrar no universo Matrix? Na minha opinião parece-me razoável responder afirmativamente, qualquer “spin-off” sobre algum dos personagens já existentes tais como, The Oracle, Niobe, Ghost, Merovingian ou Seraph entre outros ou talvez até sobre Zion no pós-guerra seria porventura uma ideia interessante a explorar, todavia a realizadora Lana Wachowski decidiu (numa evidente e absurda falta de respeito pela sua própria genialidade) voltar a abordar a história do “The One”, um ciclo que foi concluído com tamanha mestria e de forma tão consistente que se tornou virtualmente impossível ser reaberto, a grande consequência desta irracional teimosia dá então pelo nome de ‘The Matrix Resurrections’. Mesmo gerindo as expectativas da ínfima probabilidade que uma sequela produzida após 18 anos atingir um nível mediano, assumo não está estava à espera deste grau de mediocridade. ‘The Matrix Resurrections’ entrega-nos um argumento que está permanentemente a tentar sugerir qualquer tipo de razão para existir uma ressurreição de Neo, Trinity e Smith (curiosamente os únicos três personagens principais que “morreram” em ‘Revolutions’), e sempre de uma forma tão forçada e conveniente que acaba mesmo por se tornar ridícula, juntando a isto temos uma infindável torrente de clichés imbecis de como sacar lucro aproveitando direitos de autor dos filmes anteriores, somando a tudo isto ainda nos é oferecido (ou esfregado na cara) o recente conceito do “homem branco” ser automaticamente sinónimo de pessoa vil e cruel. Destaco a “inteligente” ausência de Laurence Fishburne e Hugo Weaving (dois dos mais carismáticos actores da trilogia inicial) deste descarado e desavergonhado ataque ao bolso dos espectadores, camuflado pelo guarda-chuva da “marca” Matrix. Os últimos reparos vão para o fantástico aspecto de uma Niobe algures perto dos 100 anos, o redondo falhanço da escolha de Neil Patrick Harris para o pepel de The Analyst e o simultaneamente fantástico e inglório trabalho da equipa de CGI, ao qual dedico quase por inteiro a pontuação atribuída.
5.5/10
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