Já é praticamente um exercício Pavloviano fazer reviews de filmes como o Selo Disney/MCU. ‘Thunderbolts’ encerra a chamada fase cinco da MCU e esta review podia facilmente ser decalcada de qualquer outro filme desta fase do Universo Marvel, pois se os erros persistem os respectivos adjectivos também. ‘Thunderbolts’ é apenas e só mais uma verdadeira aberração cinematográfica para juntar a essa colossal pilha que a Marvel já colecciona. A uma história verdadeiramente boçal acrescentam-se personagens que ultrapassam todos os limites da vulgaridade, cada um mais irritante e presunçoso que o outro e quase todos eles com um dissimulado desejo de serem comediantes como se em cada super-herói houvesse um Deadpool escondido. A grande novidade acerca de ‘Thunderbolts’ é que desta vez nem a vilã demostra qualquer tipo de carisma ou importância, ela é Valentina Allegra de Fontaine/Julia Louis-Dreyfus, uma directora da CIA com delírios de grandeza. A grande pergunta que fica acerca de ‘Thunderbolts’ é a razão de ausência de Baron Zemo/Daniel Brühl, talvez o actor não se quisesse envolver em tamanha atrocidade cinematográfica. Termino com uma reflexão para futuras reviews deste género, talvez uma escala de 0 a 7 seja suficiente.
sexta-feira, 15 de agosto de 2025
terça-feira, 12 de agosto de 2025
Mickey 17 (2025)
Vamos mudar de separador para falarmos de ‘Mickey 17’. A ideia de ‘Mickey 17’ não é nova aliás ela é uma espécie de miscelânea de ideias contrafeitas de outros filmes de ficção científica sendo que a mais evidente provém do formidável ‘Moon’ (uma das mais incríveis interpretações de Sam Rockwell). Num futuro relativamente próximo a raça humana aventura-se em colónias noutros planetas e um dos métodos de adaptação a cada novo planeta provem do programa ‘expendables’, uma programa que funciona através de uma máquina de clonagem que duplica um individuo depois da sua morte sendo que o objectivo é que este sirva como cobaia para os mais variados desafios que cada novo planeta oferece tornando esta “cobaia” dispensável pois basta fazer uma novo clone. Por entre acção, sci-fi e umas frustrantes tentativas de humor negro ‘Mickey 17’ é um filme que até nos proe alguma discussão sobre temas eticamente sensíveis. Todavia o filme peca essencialmente pela sua fraca originalidade enquanto filme de Sci-fi, praticamente todos os clichés deste género específico estão de alguma forma presentes em ‘Mickey 17’. Uma última nota para mencionar que a qualidade dos personagens (não necessariamente as respectivas interpretações), também está longe do que o filme precisava para elevar a sua consistência.
6.5/10
sexta-feira, 8 de agosto de 2025
Sinsaenum - In Devastation (2025)

É curiosa a história dos Franceses Sinsaenum, a banda fundada por Frédéric Leclerq (o actual baixista dos Germânicos Kreator e ex-Dragonforce), Stéphane Buriez (ex-Seth) e Joey Jordinson (imagine-se) teve uma estreia não tão auspiciosa quanto seria de esperar com ‘Echoes Of The Tortured’ em 2016 seguindo-se ‘Repulsion For Humanity’ em 2018. Ora com o fatídico desaparecimento de Jordinson em 2021 pairou no ar que essa perda poderia despoletar o desmembramento da banda todavia quatro anos depois e uma reunião dos membros originais dos Sinsaenum pelo meio (com a óbvia excepção da bateria) eles estão finalmente de regresso com o terceiro álbum de originais ‘In Devastation’. Será justo dizer que apesar de não ser um álbum apaixonante ou um “game changer” ‘In Devastation’ é manifestamente o melhor álbum dos Sinsaenum até ao momento e penso que isso é fruto de uma clarificação sonora adoptada pela banda (já com algum atraso diria eu). Apesar de alguns tímidos experimentalismos aqui e ali ‘In Devastation’ é assumidamente um álbum de Death Metal, eu não arriscaria a chamar-lhe Death Metal “convencional” (se é que isso existe) pois são notórias as influências do Thrash Metal (‘Spiritual Lives’) ou do Groove (‘In Devastation’ e ‘Buried Alive’) mas é evidente que a enfadonha e asséptica fórmula de Blackened Death Metal foi definitivamente (?) abandonada pela banda. Uma última nota em jeito de publicidade para destacar que os Sinsaenum vão estar a promover ‘In Devastation’ em Lisboa no RCA Club no próximo dia 25 de Outubro.
segunda-feira, 4 de agosto de 2025
Hemelbestormer - The Radiant Veil (2025)
Quem também está de regresso são os Belgas Hemelbestormer com o seu quarto álbum de originais ‘The Radiant Veil’. Quatro anos após ‘Collide & Merge’ o quarteto retorna com esta nova proposta musical. O conceito de ‘The Radiant Veil’ assenta numa viagem ao sistema solar mas na perspectiva do povo Etrusco (uma antiga civilização que viveu numa zona que é hoje em dia conhecida como a Toscânia). Musicalmente a banda continua a optar por uma abordagem quase exclusivamente instrumental (excepções feitas aos tema ‘Turms’ e ‘Cel’), marcado por atmosferas com um interessante equilíbrio entre dissonância e melancolia. Uma agregadora e heterogénea mescla entre Post-Metal, Doom, Atmospheric Sludge Metal e Black Metal faz com que ‘The Radiant Veil’ seja um álbum a ter em conta. Todavia nem tudo são pontos positivos, o pecado original de ‘The Radiant Veil’ é a meu ver uma espécie de bipolaridade sonora, embora eu compreenda e até reconheça a importância da amplitude musical intrínseca a um álbum não acho que a alternância entre temas insuflados quase de forma exclusiva por um Atmospheric Doom (‘Turan’, ‘Cel’, ou ‘Tiur’), e outros suportados pela dicotomia entre o Progressivo e o Post-Metal (‘Usil’ou ‘Turms’) em nada esteja a ser benéfico para a consolidação da identidade musical dos Hemelbestormer.
7/10