quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Voices - Frightened (2018)

Com a ausência de novidades musicais de revelo neste início de 2021 vamos aproveitar para “dar palco” a dois álbuns que ficaram de alguma maneira esquecidos apesar de serem relativamente recentes, começando pelo terceiro álbum de originais dos Britânicos Voices Frightened’. Das cinzas do desmembramento dos carismáticos Akercocke em 2012 nasceram os Voices que após o seu álbum de estreia ‘From the Human Forest Create a Fugue of Imaginary Rain’ lançaram em 2014 o monumental ‘London’ catapultando a vertente Black Metal dos Akercocke para um nível completamente diferente. Quatro anos depois os Voices voltam então a dar sinal de vida com ‘Frightened’, transfigurando as suas sonoridades de uma maneira bastante radical, o magistral Black Metal doentio, frio e citadino de ‘London’ deu lugar a um deprimente e melódico Gothic Rock com traços de Progressivo mais habitual em bandas como Katatonia ou os seus conterrâneos Anathema. ‘Frightened’ apresenta também declaradas influências de várias icónicas bandas Inglesas que vão desde os Siouxsie and the Banshees passando pelos Bauhaus até aos Killing Joke onde talvez a mais vincada seja mesmo a dos emblemáticos The Cure. ‘Frightened’ pode então ser considerado um álbum interessante que abraça intuitivamente a vasta herança Britânica do Post-Punk, New Wave e Gothic Rock mas que está na minha opinião no entanto muito longe da qualidade do seu antecessor. 

7/10 

[Sample]

 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Mank (2020)

Outro filme lançado directamente para o streaming desta feita através da Netflix é o novo filme escrito e realizado pelo formidável David FincherMank’. Contrariamente ao que possa aparentar à primeira vista e apesar de ser centrado em Herman J. MankiewiczMank’ não é um filme biográfico na sua essência. A história de ‘Mank’ assenta sim na criação do argumento do emblemático filme de 1941 ‘Citizen Kane’ em que Mankiewicz é um dos co-autores juntamente com Orson Wells e de como todo o contexto político, social e económico Norte-Americano da altura influenciou esse mesmo argumento. ‘Mank’ acaba por ser um filme muito mais interessante do que se poderia esperar à partida e os grandes responsáveis por essa elevação do filme são sem dúvida Fincher e Gary Oldman no papel de Herman Mankiewicz. Fincher transporta-nos com mestria para o ambiente de Hollywood nos anos 30 não só pela particularidade do filme ser a preto e branco mas essencialmente pelo magistral trabalho de realização e cinematografia enquanto Gary Oldman nos oferece mais uma fabulosa interpretação como já vem sendo hábito ao longo da sua carreira enriquecendo ainda mais o filme. Destaque ainda para a repetição da parceria entre Fincher e a dupla Trent Reznor e Atticus Ross que tão bem funcionou em 'The Social Network'

7.5/10

[Trailer] 

domingo, 3 de janeiro de 2021

Let Them All Talk (2020)

As plataformas de streaming estão cada vez mais a ocupar o espaço do cinema clássico, um fenómeno que a pandemia veio acelerar e que se está a tornar cada vez mais irreversível. ‘Let Them All Talk’ é a nova proposta do conceituado Steven Soderbergh com lançamento e produção a cargo da HBO max. O filme conta também com a presença de três actrizes que já por variadíssimas vezes deram provas inequívocas da sua extraordinária capacidade de representação, ou não estivéssemos a falar de Meryl Streep/Alice, Dianne Wiest/Susan e Candice Bergen/Roberta que só por si aguçam e de que maneira a curiosidade sobre o filme. A premissa de ‘Let Them All Talk’ é sem dúvida interessante, Alice uma escritora Norte-Americana de renome é convidada para receber um cobiçado prémio em solo Inglês, no entanto após descartar uma viagem de avião decide em alternativa fazer a viagem por via marítima no luxuoso navio Queen Mary 2 convidando para a acompanhar duas antigas amigas dos tempo da faculdade (Susan e Roberta) e o seu sobrinho. ‘Let Them All Talk’ tem inequivocamente personagens cativantes e interpretações de grande qualidade espelhadas em diálogos com textura e intelectualmente ousados o grande “pecado” do filme é a quase total ausência de desenvolvimento no enredo condensada na estagnação da evolução das personagens, deixando ficar a sensação que depois de quase duas horas de filme praticamente nada de efectivamente relevante aconteceu. 

6/10

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Os Melhores de 2020

 

Antes de mais o Espelho Distópico deseja um bom ano de 2021 a todos os leitores do Blog, desde os mais assíduos aos mais esporádicos, 2020 não vai certamente ser um ano que apeteça recordar ainda assim foi um ano bastante activo aqui no Blog pois foi o ano em que foi batido o recorde de posts. Dito isto e tal como prometido aqui vamos à surpresa que mais não é do que um Top dos melhores álbuns do ano, dado que a música é um dos principais focos do Blog acho que se justifica plenamente, além desse Top vamos também destacar outras quatro categorias, sem mais demoras aqui ficam os melhores de 2020 para o Espelho Distópico.  

Top 15 melhores álbuns de 2020

1.       Lamb Of God - Lamb Of God (Groove Thrash Metal) [9/10]

2.       Testament - Titans of Creation (Bay Area Thrash Metal) [8.5/10]

3.       Napalm Death - Throes Of Joy In The Jaws Of Defeatism (Grindcore) [8.5/10]

4.       Vredehammer - Viperous (Black Metal/Death Metal) [8.5/10]

5.       End - Splinters From An Ever-Changing Face (Metalcore/Hardcore) [8.5/10]

6.       Dephosphorus - Sublimation (Grindcore/Death Metal/Black Metal) [8.5/10]

7.       The Ocean - Phanerozoic II: Mesozoic | Cenozoic (Progressive/Post-Metal/Sludge Metal) [8/10]

8.       Ovtrenoir - Fields Of Fire (Post-Metal) [8/10]

9.       Regarde Les Hommes Tomber - Ascension (Black Metal) [8/10]

10.   Svart Crown - Wolves Among the Ashes (Black Metal/Death Metal) [8/10]

11.   Pothamus - Raya (Post-Metal) [8/10]

12.   Static-X - Project: Regeneration Vol. 1 (Nu-Metal/Industrial) [8/10]

13.   Deftones - Ohms (Alternative Metal) [8/10]

14.   Bas Rotten - Surge (Grindcore) [8/10]

15.   Yashira - Fail To Be (Sludge Metal/Post-Metal) [8/10]

 

Maior desilusão de 2020

                Six Feet Under - Nightmares Of The Decomposed (Death Metal) [5/10]

 

Melhor álbum de estreia de 2020

                End- Splinters From An Ever-Changing Face (Metalcore/Hardcore) [8.5/10]

 

Melhor surpresa de 2020

                Static-X- Project: Regeneration Vol. 1 (Nu-Metal/Industrial) [8/10]

 

Melhor EP de 2020

                Pig Destroyer - The Octagonal Stairway (Grindcore)
[8/10]

 

Esta é apensas a versão experimental dos ‘melhores do ano’, fica a promessa de não ser a única, no próximo ano é provável que seja noutro formato, possivelmente até com uma votação.