terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Benighted - Carnivore Sublime (2014)


Bastante activos nos últimos anos através de “Dogs Always Bite Harder ThanTheir Master[EP] e Narcobreed, os Benighted lançaram em 2014 “Carnivore Sublime”. Os Benighted são um tipo de banda onde a destruição é tão natural que parece ser um modo de vida, mas não se pense que é uma destruição que existe apenas com o desígnio de causar impacto…não, é em contraponto, uma destruição focada e objectiva. Em “Carnivore Sublime” vem à superfície o alto teor de Brutal Death Metal com bem patentes influencias de Progressivo e Hardcore só para referir as principais, e se é precisamente no Death Metal que é mais difícil uma banda sobressair ou deixar marca, tal não é a absurda quantidade de Bandas de Metal que decidiram incidir o seu som neste estilo em particular, parece-me também que isso nunca foi uma preocupação dos Benighted, pois a confiança nas suas qualidades tal como o empenho aparentam ser inamovíveis. “Carnivore Sublime” é um álbum bastante sólido e uniforme, gostaria no entanto de destacar “Slaughter/Suicide”, “Jekyll” e “Collection of Dead Portraits” como as faixas mais “sublimes” desta infame carnificina.  

7.5/10 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Pig Destroyer - Book Burner (2012)


Anos antes de “Head Cage”, (embora totalmente desconhecido para mim até há muito pouco tempo) já os Pig Destroyer deixavam um lastro de violência a uma velocidade supersónica e “Book Burner” é apenas e só mais uma evidência disso. Se em “Head Cage” é notória a ideia de experimentalismo e inovação em simultâneo com o abandono do Grindcore puro e duro em “Book Burner” nada disso se passa, neste álbum a fórmula do Grindcore é seguida “By the book” (trocadilho inacreditavelmente involuntário), faixas curtíssimas e aceleradas com uma vocalização a destilar ódio e raiva e uma bateria que mais parece um verdadeiro tsunami de blastbeats. Mas é na guitarra que os Pig Destroyer se demarcam das demais bandas do mesmo subgénero, pois neste particular os Pig Destroyer tem uma outra capacidade de composição, os riffs assentam no Grindcore sem dúvida, mas as influências da banda estão lá bem vincadas onde é bastante perceptível o Hardcore e até o Thrash. “Book Burner” tem em “Eve”, “Machiavellian”, “Baltimore Strangler”, “The Bug” e muito em particular “Permanent Funeral” os seus pontos mais altos. 

7.5/10

Avichi - The Devil's Fractal (2011)


Depois de já aqui ter sido amplamente examinado o EP “Catharsis Absolute apontamos agora a agulha para o penúltimo registo de originais dos Avichi que já remonta a 2011 e intitula-se “The Devil's Fractal“. Avichi não aparenta mesmo nada ser uma banda Norte-Americana, pois as influências do Black Metal escandinavo (“Old School” e mais recente) são demasiado intensas e evidentes. “The Devil's Fractal“ não é um álbum revolucionário (longe disso) nem sequer denota o mínimo de influência do Avant-garde tão comum em grande parte das bandas de Black Metal actuais, é sim um álbum onde nos é apresentado um Black simultaneamente simples e complexo, um paradoxo demoníaco e inteligente onde o Atmosférico e o Progressivo tem uma forte palavra a dizer e uma especial envolvência na sua composição. “The Devil's Fractal“ tem uma estranha originalidade pois embora tenha sido composto no âmbito do Black Metal mais tradicional, distancia-se e de que maneira da ideia de tédio e repetibilidade que se tem tornado tão vulgar e inevitável em bandas do mesmo subgénero. Destaco em particular a sequencia “Tabernacle Of Perdition”, “Kaivalya Of The Black Magic” e “I Am The Adversary” como a fase mais emblemática de “The Devil's Fractal“.  

7.5/10

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

The Lion's Daughter - Hemimetabolous [EP] (2011)


Ainda no mesmo ano (2011) e mantendo o mesmo formato (um EP com duas faixas originais e uma cover) os The Lion’s Daughter lançam “Hemimetabolous”. O EP em questão que acabou por funcionar como ante câmara do álbum do álbum de estreia “Shame On Us All” e embora tenha meses de diferença do seu predecessor já parece indicar uma ligeirrisima evolução. Se em “Hemimetabolous” continua bem vincada a génese quase omnipresente de Sludge que os The Lion’s Daughter costumam moldar a seu belo prazer, também é verdade que é neste EP que se notam as primeiras influências de Black Metal embora bastante embrionárias ainda. “I Ate The Dead And Swallowed The Virus” é a primeira faixa de “Hemimetabolous” e se começa de forma muito lenta quase que a simular influências de Doom, termina de forma apoteótica com a emotiva descrição de um pesadelo em plano de fundo, seguida da empolgante “Thief Of Light” que é apenas mais um exemplo da qualidade precoce dos The Lion’s Daughter. O EP termina com a cover de “Everyone I Went To High School With Is Dead” dos carismáticos Mr. Bungle.   

7/10
  

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

The Lion's Daughter - The Forgotten Masters [EP] (2011)


Antes, muito antes de “Existence Is Horror” e “Future Cult” já por aí se ouvia o fascinante som dos The Lion's Daughter. “The Forgotten Masters” foi precisamente o primeiro trabalho da banda, um EP que é composto apenas por 3 músicas sendo uma delas uma adequada cover de “Negative Creep” dos intemporais Nirvana. O EP começa com a faixa “Haunted And Sleepless” e se eu disser que é provavelmente a minha música favorita dos The Lion's Daughter, é a mais genuína verdade, uma das músicas mais emblemáticas e sensacionais da banda, um riff intrinsecamente viciante encrostado numa produção suja e ruidosa onde sobressai o Sludge no seu estado mais puro. Seguimos com “Distortion Of Former Self” uma faixa onde desta vez a vertente mais técnica da banda sobressai mantendo no entanto intacto o ambiente sórdido e turvo latente. “The Forgotten Masters” é uma espécie de cartão de apresentação da banda, onde apenas com uma ténue amostra deixa os ouvintes com água na boca para mais. 

7.5/10