Bastante activos nos últimos anos
através de “Dogs Always Bite Harder ThanTheir Master” [EP] e Narcobreed, os Benighted lançaram em 2014 “Carnivore
Sublime”. Os Benighted são um
tipo de banda onde a destruição é tão natural que parece ser um modo de vida,
mas não se pense que é uma destruição que existe apenas com o desígnio de
causar impacto…não, é em contraponto, uma destruição focada e objectiva. Em “Carnivore
Sublime” vem à superfície o alto teor de Brutal
Death Metal com bem patentes influencias de Progressivo e Hardcore
só para referir as principais, e se é precisamente no Death Metal que é mais difícil uma banda sobressair ou deixar
marca, tal não é a absurda quantidade de Bandas de Metal que decidiram incidir o seu som neste estilo em particular, parece-me
também que isso nunca foi uma preocupação dos Benighted, pois a confiança nas suas qualidades tal como o empenho aparentam
ser inamovíveis. “Carnivore Sublime”
é um álbum bastante sólido e uniforme, gostaria no entanto de destacar “Slaughter/Suicide”, “Jekyll” e “Collection of Dead Portraits” como as faixas mais “sublimes” desta
infame carnificina.
7.5/10

Anos antes de “Head Cage”, (embora totalmente
desconhecido para mim até há muito pouco tempo) já os Pig Destroyer deixavam um lastro de violência a uma velocidade
supersónica e “Book Burner” é apenas
e só mais uma evidência disso. Se em “Head
Cage” é notória a ideia de experimentalismo e inovação em simultâneo com o
abandono do Grindcore puro e duro em
“Book Burner” nada disso se passa,
neste álbum a fórmula do Grindcore é
seguida “By the book” (trocadilho inacreditavelmente involuntário), faixas curtíssimas
e aceleradas com uma vocalização a destilar ódio e raiva e uma bateria que mais
parece um verdadeiro tsunami de blastbeats.
Mas é na guitarra que os Pig Destroyer
se demarcam das demais bandas do mesmo subgénero, pois neste particular os Pig Destroyer tem uma outra capacidade
de composição, os riffs assentam no Grindcore sem dúvida, mas as
influências da banda estão lá bem vincadas onde é bastante perceptível o Hardcore e até o Thrash. “Book Burner”
tem em “Eve”, “Machiavellian”, “Baltimore
Strangler”, “The Bug” e muito em
particular “Permanent Funeral” os seus
pontos mais altos.
7.5/10

Depois de já aqui ter sido amplamente
examinado o EP “Catharsis Absolute”
apontamos agora a agulha para o penúltimo registo de originais dos Avichi que já remonta a 2011 e intitula-se
“The Devil's Fractal“. Avichi não aparenta mesmo nada ser uma
banda Norte-Americana, pois as influências do Black Metal escandinavo (“Old School” e mais recente) são demasiado
intensas e evidentes. “The Devil's
Fractal“ não é um álbum revolucionário (longe disso) nem sequer denota o mínimo
de influência do Avant-garde tão comum
em grande parte das bandas de Black Metal
actuais, é sim um álbum onde nos é apresentado um Black simultaneamente simples e complexo, um paradoxo demoníaco e
inteligente onde o Atmosférico e o Progressivo tem uma forte palavra a dizer e
uma especial envolvência na sua composição. “The Devil's Fractal“ tem uma estranha originalidade pois embora
tenha sido composto no âmbito do Black
Metal mais tradicional, distancia-se
e de que maneira da ideia de tédio e repetibilidade que se tem tornado tão
vulgar e inevitável em bandas do mesmo subgénero. Destaco em particular a sequencia
“Tabernacle Of Perdition”, “Kaivalya Of The Black Magic” e “I Am The
Adversary” como a fase mais emblemática de “The Devil's Fractal“.
7.5/10

Ainda no mesmo ano (2011) e mantendo
o mesmo formato (um EP com duas
faixas originais e uma cover) os The
Lion’s Daughter lançam “Hemimetabolous”.
O EP em questão que acabou por
funcionar como ante câmara do álbum do álbum de estreia “Shame On Us All” e embora tenha meses de diferença do seu predecessor
já parece indicar uma ligeirrisima evolução. Se em “Hemimetabolous” continua bem vincada a génese quase omnipresente de
Sludge que os The Lion’s Daughter costumam moldar a seu belo prazer, também é
verdade que é neste EP que se notam
as primeiras influências de Black Metal
embora bastante embrionárias ainda. “I
Ate The Dead And Swallowed The Virus” é a primeira faixa de “Hemimetabolous” e se começa de forma
muito lenta quase que a simular influências de Doom, termina de forma apoteótica com a emotiva descrição de um
pesadelo em plano de fundo, seguida da empolgante “Thief Of Light” que é apenas mais um exemplo da qualidade precoce
dos The Lion’s Daughter. O EP termina com a cover de “Everyone I Went To High School With Is Dead”
dos carismáticos Mr. Bungle.
7/10
Antes, muito antes de “Existence Is Horror” e “Future Cult” já por aí se ouvia o
fascinante som dos The Lion's Daughter.
“The Forgotten Masters” foi precisamente
o primeiro trabalho da banda, um EP
que é composto apenas por 3 músicas sendo uma delas uma adequada cover de “Negative Creep” dos intemporais Nirvana. O EP começa com a faixa “Haunted
And Sleepless” e se eu disser que é provavelmente a minha música favorita
dos The Lion's Daughter, é a mais genuína
verdade, uma das músicas mais emblemáticas e sensacionais da banda, um riff intrinsecamente viciante
encrostado numa produção suja e ruidosa onde sobressai o Sludge no seu estado mais puro. Seguimos com “Distortion Of Former Self” uma faixa onde desta vez a vertente mais
técnica da banda sobressai mantendo no entanto intacto o ambiente sórdido e
turvo latente. “The Forgotten Masters”
é uma espécie de cartão de apresentação da banda, onde apenas com uma ténue amostra
deixa os ouvintes com água na boca para mais.
7.5/10