sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Hyborian - Volume I (2017)


Mergulhando mais fundo no Stoner Metal descobri os Hyborian, reconhecidos como preconizadores de sonoridades de algum modo semelhantes aos bem-sucedidos e icónicos Mastodon, no entanto há muito mais para dizer sobre os Hyborian. O Stoner Metal nunca me cativou particularmente muito por causa da sua comum ligação ao Doom, um subgénero que se tem desmultiplicando a grande velocidade nos últimos anos talvez na intrépida tentativa de fazer um corte com o mais old School Stoner Rock. ‘Volume I’ no entanto atira os Hyborian para algo completamente diferente, se são evidentes as tímidas influências do Progressivo deixando transparecer as tais parecenças com Mastodon (até nas vocalizações), são também claras as interposições do Thrash Metal mais técnico e límpido acentuando uma impressionante velocidade e tenacidade ao álbum, cortando abruptamente com a tal dicotomia Stoner/Doom. É de realçar a consistência e uniformidade apresentada ao longo de ‘Volume I’ no entanto, ‘Maelstorm’ e ‘Blood for Blood’ tem de merecer um inquestionável destaque individual.

7/10

Snow Burial - Ostrava (2019)


Quase que passava despercebido o mais recente álbum dos Norte-Americanos Snow Burial, depois da auspiciosa estreia com ‘Victory in Ruin’ segue-se este ‘Ostrava’. Torna-se cada vez mais difícil enquadrar uma banda em determinados subgéneros, consequência da sua estonteante desmultiplicação mas também porque cada vez mais a musica tem pouco de linear, o que é para mim um ponto favorável. Os Snow Burial são disso um perfeito exemplo e se a sua sonoridade base é evidentemente o Post-Metal, as suas influências vão desde os Tool aos Mastodon passando até pelos Baroness. ‘Ostrava’ é um álbum com uma complexidade invejável e desejável, pois riffs que alternam entre o Stoner, Sludge e Progressivo disparados com diferentes velocidades e intensidades, são ainda pulverizados por vocalizações sôfregas e imersivas. Realço as distintas ‘Sever The Bloodline’, ‘Burn Down The Crown’ e o tema título ‘Ostrava’ como as faixas mais relevantes do álbum. Tudo em aberto para o trio de Chicago deixar a sua marca na breve história do Post-Metal

7.5/10

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Herder - Herder (2011)


Se ‘Gods’ e ‘Fergean’ já receberam a devida atenção, porque não completar o ciclo em contraciclo e fazer a review ao álbum de estreia dos Holandeses Herder. Já pouco ficou por dizer acerca dos Herder no entanto o seu primeiro álbum também intitulado ‘Herder’ apresenta algumas vicissitudes ligeiramente diferentes dos seus sucessores. É certo que já em ‘Herder’ é evidente a duplicidade entre a oscilação e velocidade do Stoner com a hostilidade e vigor do Sludge. Também em ‘Herder’ existe uma interessante e refrescante variedade entre as faixas debelando por esse meio qualquer tipo de monotonia ao longo do álbum. Se em faixas como ‘F.O.A.D.’, ‘Haywire’ ou ‘Sons Of Thunder’ é incontestável e explosividade do Stoner veloz em contraponto com a solidez e demora de ‘The Foul Year’ ou ‘Heading South’ deixando a nu a vertente Sludge da Banda. ‘Herder’ foi sem dúvida um álbum de estreia de grande impacto deixando em aberto um enorme potencial…como se viria a confirmar.  

7.5/10

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Bombshell (2019)


Encadeado no fenómeno #Me Too e baseado em factos reais temos o filme ‘Bombshell’. ‘Bombshell’ tem um argumento baseado no escândalo passado em 2016 no canal Fox News onde um das figuras mais importantes do canal (Roger Ailes) é acusado de assédio sexual enfrentado um penoso processo penal com o consequente rebuliço mediático. ‘Bombshell’ dá um óbvio e justificado destaque às mulheres ou não fossem as protagonistas as emblemáticas Charlize Theron, Nicole Kidman e Margot Robbie, no entanto o filme além de abordar a incontornável e actual problemática do assédio sexual dá-nos também a conhecer o ambiente indescritivelmente tóxico, parcial e circense existente no interior da Fox News. Destaque para as nomeações de Theron e Robbie para os respectivos Óscares de interpretação não descurando o extraordinário papel de John Lithgow na pele do asqueroso Roger Ailes que, foi ainda assim insuficiente para lhe valer um nomeação fruto da titânica concorrência nessa especifica categoria. 

7/10  

domingo, 2 de fevereiro de 2020

He Was a Quiet Man (2007)


Um filme que já remonta a 2007 e que de uma maneira atroz, tem sido até hoje completamente “underrated” é ‘He Was a Quiet Man’. Se é factual que por esta altura o cinema tinha em geral melhor qualidade não deixa de ser verdade que ‘He Was a Quiet Man’ nunca teve o reconhecimento merecido. O filme apresenta-nos a vida enfadonha e repetitiva de Bob Maconel, um comum funcionário de escritório, simples, introvertido e anti-social que após anos a sofrer de bullying empresarial e no limiar de um colapso mental desenvolve na sua cabeça a ideia de disparar aleatoriamente sobre colegas seus na firma onde trabalha mas eis que por uma invulgar e inquietante coincidência um dos seus colegas com a mesmíssima ideia se antecipa. O carismático e impressionante Christian Slater interpreta na perfeição o papel de Bob Maconel deixando no ar a sensação que tem muito mais para oferecer do que os papéis que tem feito. ‘He Was a Quiet Man’ é um filme inteligente e bizarro com uma surpreendente complexidade entroncada num argumento sui generis de grande qualidade. 

8/10