segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Seven Psychopaths (2012)

Se na última década é indesmentível que o cinema Norte-Americano tem estado em queda livre e que a grande maioria dos argumentos são completamente previsíveis e estandardizados, muito esporadicamente lá aparece uma boa supressa e ‘Seven Psychopaths’ é sem margem para duvidas uma dessas boas supressas. A história de ‘Seven Psychopaths’ gira em torno de Marty (Colin Farrel) um escritor bloqueado que lida com um acentuado problema de alcoolismo, Marty tenta então com a ajuda do seu grande amigo Billy (Sam Rockwell) escrever um romance ficcional sobre sete psicopatas, no entanto e com o desenrolar dos acontecimentos a realidade e a ficção vão-se tornando cada vez mais indistinguíveis. Martin McDonagh que já tinha realizado o formidável ‘In Bruges’ e viria posteriormente a realizar o incrível e surpreendente ‘Three Billboards Outside Ebbing,Missouri’ apresenta-nos em ‘Seven Psychopaths’ um argumento refrescante e original que de destaca dos demais. Além dos consagrados Woody Harrelson (Charlie) e Christopher Walken (Hans) o filme conta ainda como já foi referido com o incrível Sam Rockwell e um renovado e melhorado Colin Farrel, todos com interpretações de grande relevância e com um peso considerável na qualidade do filme. Uma última nota para a improvável participação de Tom Waits, muito mais conhecido pela sua invulgar mas prestigiada vertente musical.

7.5/10

[Trailer] 

domingo, 13 de dezembro de 2020

Yashira - Fail To Be (2020)

Saiu no passado dia 11 e vai muito provavelmente ser o último registo musical de 2020 a ser criticado aqui no Blog, falo do segundo álbum de originais dos Norte-Americanos YashiraFail To Be’. Os Yashira são mais uma prova da extraordinária influência que os lendários Neurosis deixaram no Metal com uma particular incidência na presente década, tal não tem sido a quantidade de bandas a apostar no Post-Metal e no Sludge Metal ou mesmo num hibrido dos dois subgéneros como é o caso especifico dos Yashira. Depois do fantástico álbum de estreia ‘Shrine’ os Yashira estão de volta com o álbum da confirmação ‘Fail To Be’. É possível que ‘Fail To Be’ não atinja um nível qualitativo tão alto de como o seu antecessor no entanto pode-se afirmar que chega bastante lá perto, com um clara aposta num Sludge Metal corrosivo, ríspido e intransigente onde se menospreza a sua vertente mais ambiental e se autoriza uma certa ingerência do Death Metal, fluí implacavelmente por entre inacreditáveis mudanças de ritmo e de peso dando pontuais oportunidades às inusitadas intromissões do Post-Metal díssono e árido. Destaque para as faixas ‘Shards of Heaven’ , ‘Impasse’ e ‘Inertia Mines’. 

8/10

[Sample] 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Pothamus - Raya (2020)

Outra das excelentes estreias a aparecer na recta final desde “annus horribilis” embora num âmbito completamente diferente é o álbum debutante dos Belgas PothamusRaya’. Devo aqui confessar que o Atmospheric Post-Metal não é de todo a vertente que mais aprecio do Post-Metal preferindo desde logo muito mais o Post-Metal com intensas influências de Sludge dos Suecos Gloson ou dos Norte-Americanos Snow Burial ou mesmo do Post-Metal mais diluído no Industrial e no Post-Punk dos A Storm Of Light, no entanto é impossível ficar indiferente à ambiência do transe hipnótico dos riffs etéreos e dissonantes aglutinados pela tribal e ritualística bateria em faixas como ‘Orath’, Viso’ ou o tema titulo ‘Raya’. ‘Raya’ envolve-nos numa verdadeira viagem espiritual com variações e crescendos de intensidade e de emotividade. Os Pothamus são mais uma banda que aposta no Post-Metal bebendo imprescindivelmente na inesgotável fonte dos Neurosis mas juntando-lhe um toque de viagem espiritual quase ao nível dos Om. O Post-Metal está sem dúvida em fase de crescimento e 2020 tem sido um ano especialmente prolífero para este específico subgénero. 

8/10

[Sample] 

Bas Rotten - Surge (2020)

Voltando ao separador da música e à actualidade o destaque vai desta vez para o álbum de estreia dos nacionais Bas RottenSurge’. A banda fundada já há alguns anos teve de esperar até 2020 para finalmente lançar o seu álbum de estreia, parece no entanto que foi acumulando energia e raiva durante todo este tempo tal não é a brutal descarga de violência contida em 20 efusivos minutos. ‘Surge’ explode numa densa e abrasiva vaga de Grindcore com algumas influências de Thrash e Hardcore evidentes especialmente nos furiosos e impiedosos riffs exponenciados pelos incessantes, incontroláveis e supersónicos ritmos de bateria, tudo aprimorado por uma soberba e até invulgar (para o subgénero em questão) produção. Um especial destaque para os temas ‘Self’, ‘Surge’, ‘Yellow’ e ‘Thrive’. ‘Surge’ é sem dúvida uma das grandes estreias de 2020. 

8/10

[Sample] 

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Inception (2010)

Para concluir em grande a filmografia de Christopher Nolan vamo-nos debruçar sobre ‘Inception’, um dos mais aclamados filmes de Nolan pela crítica generalizada. Embora ‘Inception’ reúna um elenco verdadeiramente de luxo onde constam nomes como: Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard, Ellen Page, Tom Hardy, Joseph Gordon-Levitt e Cillian Murphy, é mais uma vez no seu argumento que reside a sua decisiva mais-valia. Desta vez a solo e após uma árdua fase de pesquisa Nolan consegue congeminar uma história original que aborda o mundo dos sonhos. Dom Cobb (DiCaprio) um verdadeiro mestre na arte do roubo de informação do subconsciente enquanto as suas “vítimas” sonham e que tem ele próprio um passado traumático relacionado com os sonhos, é desta vez escolhido para a invulgar, meticulosa e complexa missão de, após reunir mais uma vez a sua equipa de confiança, fazer não uma extracção de informação mas sim o oposto, um “implante” de informação no subconsciente de Robert Fischer (Cillian Murphy). Em ‘InceptionNolan aborda uma vez mais um tema interessante e pouco explorado deixando os espectadores completamente “agarrados” ao ecrã de início ao fim do filme. ‘Inception’ serve também como um excelente exemplo de outra faceta de Christopher Nolan, o seu vasto desprezo pelos chamados efeitos visuais computorizados, pois tal como na grande maioria dos seus filmes quase tudo é filmado com uma das famosas câmaras IMAX por muito impossível que isso possa parecer oferecendo assim ao filme uma dose de integridade e credibilidade que de outra maneira não seria possível. ‘Inception’ não é “apenas” um filme de excelência, é um verdadeiro protótipo do Thriller de Ficção Cientifica contemporâneo. 

9.5/10

[Trailer]